Concordo com esta afirmação. Um exemplo é o conto "Cavalos nocturnos".

"Cavalos nocturnos" é um conto sobre uma mulher viúva que se lembra da morto do seu namorado numa bo noite quando ela acordou dum de um pas pesadelo do cavalo nocturno. As personagens são a mulher e o seu namorado. A narradora é aquela mulher. O narratórionarratário é o seu namorado.

Durante o conto há muitas descrições mentais da narradora que mostram como ela se sente: o medo no escuro, como a sua coração "caiu" quando o seu amado faleceu, etc. A comparação do estado alegre no voo para Nova Iorque para procurar o médico e a desesperanças desilusões depois, a exageração de tuda a Lisboa a cair, o exagero em relação a acontecimentos que decorreram em Lisboa e a lógica caótica do tempo porque a narradora esquece-se do tempo e espaço, dão um sentimento intenso no conto.

No conto, a narradora fala com o seu namorado e, por isso, nos mostra-nos tudo o que pensa, sente e tuda a sua no seu coração. Senteimos-nos que são pessoas reais e até são mesmo nós como nós, especialmente para as pessoas que perdem o seu amado na vida real.

Em suma, Teolinda Gersão é capaz de construir personagens credíveis, especialmente com o uso de narrador participante. Mesmo que não fale com o leitor diretamente, mostra bem o pensamento e sentimento das personagens e os leitores sentem-se que é mesmo uma história real e acontece na nossa vida.