Uma das necessidades mais urgentes do mundo globalizado é, sem dúvida, o desenvolvimento de estratégias para enfrentar o fenómeno dos fluxos migratórios.

A evidente mistura de grupos étnicos de origem diferente implica, sobretudo nos países ocidentais, a questão da gestão da convivência. Esta conjuntura precisa decerto de conhecimento, abertura e tolerância, de educação à aceitação e ao acolhimento do "outro". Os medos gerados pela diferença (de pel, língua, religião, orientação sexual etc.) não deixam de ser produtos pela ignorância e pelos preconceitos. A maioria das pessoas não se interroga sobre as razões levando migrantes a deixar a sua terra, os seus hábitos, a sua família, e a partir para o estrangeiro. Afastar-se das raízes não é nestes casos uma escolha de vida, mas a única possibilidade para sobreviver à fome e ameaças de morte, guerras e destrução. A deslocação geográfica massiva é uma fenómeno inevitável, apesar de vivermos num mundo em aparência pacífica, com bastante "espaço" e "oportunidades" para todos. A maneira de nós percebermos a realidade é todavia influençada pelo nosso arredor e pelas circunstâncias em que fomos criados. É portanto difiícil percebermos as "dificuldades" do outro. Apesar de formação escolar, viagens, difusão mediática de informações, sempre aconteceme acções violentas por causa de racismo e intolerância.

É portanto na direcção da formação de consciências que deverá interrogar-se e operar o Ocidente enteiro para res enfrentar os desafíios duma época tão problemática.