Neste artigo, ao ironizar as políticas de felicidade promovidas pelos políticos de vários países, Pedro Lomba expressa a sua dúvida enquanto à capacidade de ser felizes das pessoas que refleitam em excesso. Duma forma subtil - porque uma pessoa que problematiza deve ser uma pessoa inteligente, não? - o autor alude ao famoso preconceito segundo o qual "só os estúpidos podem ser felizes".

Embora possa admitir que haja excepções a esta regra, concordo em geral com o autor do artigo.

O problema fundamental é a complexidade da mente humana, porque a felicidade não significa a mesma coisa para todas as pessoas.

Isto tem que ver, antes que nada, com a pirâmide das necessidades. Para quem viver num pais pobre da África, a felicidade será ter comido todos os dias. Para quem viver a pão e água num pais desenvolvido, a felicidade será ter um bom trabalho e poder comprar tudo o que quiser. Para quem tiver satisfeito as necessidades de base, a felicidade será o amor ou os aspectos intelectuais/espirituais. A lista pode continuar até auo infinito.

Além disso, a felicidade está estreitamente ligada ao nível de inteligênicia das pessoas. Quanto mais inteligentes e instruidas sejam estas, mais complexas e imateriais serão as suas necessidades e, por consequência, a felicidade será mais difícil de atingir. Eu conheço, por exemplo, pessoas que estão felizes com uma comida exquisita num bom restaurante ou com um dia de descanço na praia. Também conheço pessoas eternamente insatisfeitas, que querem sempre aquilo que não têm e , depois de o terem obtido, querem sempre mais e mais. Estas seriam as pe Não estou a falar necessariamente de coisas materiais, pode ser o caso de uma viagem, de um amor, do desenvolvimento pessoal etc. Estas seriam as pessoas que problematizam demasiado.

Diz-se frequentemente que a felicidade está na simplicidade. Mesmo que muitas vezes a simplicidade seja sinónima de estupidez, pode ser também o resultado de um nível superior de inteligência. Mas é uma coisa muito rara, e por isso há muito mais pessoas inteligentes e infelizes do que pessoas inteligentes e felizes.