Juiz: Qual é o seu nome?
Peregrino: Eu chamo-me Antonio Costa e sou galego.
Juiz: E como é que se declara?
Peregrino: Eu sou inocente, já o sabe o senhor juiz
Juiz: Eu não o sei. Eu não sei nada. Simplesmente uma pessoa lhe tem reconhecido no albergue e por isso estamos neste juizcio. Onde é que estava no dia 25 de março do passado ano?
Peregrino: Não o sei. O senhor juiz tem de compreender que eu sou um simples peregrino galego que volta para Santiago e que é a primeira vez que ponho um pé nesta povoação.
Juiz: Não te creio. E porquê se é a primeira vez que vens a esta povoação há pessoas que te reconheceram na hora do jantar?
Peregrino: Eles confundiram-me com outra pessoa aseguro-lhe que nunca esteve aqui antes. Por favor, não me condene, suplico-lhe clemência!
Juiz: Tem provas do que diz?
Peregrino: Não tenho provas nem tenho nada comigo, porque eu estou numa viagem de volta para a minha casa e somente viajo com o posto. Se calhar à volta para Santiago eu posso trazer provas de que estou a dizer a verdade.
Juiz: Você não vai voltar para a sua casa. Hoje vai ficar nas masmorras da cidade e amanhã vai ser aforcado.
Peregrino: NÃO! MAS NÃO É JUSTO!
Juiz: O que não é justo é que há crimes sem resolver. Amanhã averá um delinquente menos. Adeus!
Peregrino: Isto não vai ficar assim! Já pensarei algo para me defender amanhã! Sou inocente e tudo o povo de Portugal o vai saber!