DI_148BM34b
Without Title
ID | 148 |
Participant | V. Miranda |
Gender | Masculino |
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ah
a
saltitar
ah
por
exemplo
eu
lembro-me
quando
quando
nós
quando
tive
linguística
introdução
aos
estudos
linguísticos
com
o
Herculano
de
Carvalho
em
em
Coimbra
hum
hum
ah
uma
um
dos
exemplos
que
ele
apontava
de
certa
redundância
nas
marcas
de
plural
não
é
?
que
era
o
sistema
o
a
regra
geral
é
que
o
acrescento
de
um
ésse
não
é
?
portanto
nada
exigia
que
o
plural
de
bolso
fosse
bolsos
fosse
bolsos
claro
não
é
?
ele
foi
um
dos
exemplos
que
deu
é
acho
que
ele
não
não
bastava
a
marca
do
plural
o
ésse
como
marca
do
plural
nos
nomes
que
pretende
estudar
é
esses
pois
e
porque
é
que
é
bolsos
?
ah
portanto
é
perfeitamente
redundante
outro
segunda
marca
de
plural
não
é
?
claro
quando
já
temos
a
primeira
a
primeira
não
é
?
ora
bem
eh
ele
apontava
esse
esse
exemplo
mas
hoje
estamos
e
mercê
também
de
de
uma
faca
fraca
preparação
de
quem
está
em
contacto
permanente
com
a
língua
nos
meios
de
comunicação
hum
hum
oscila-se
muito
no
nas
formas
de
plural
se
tem
ou
não
duas
marcas
se
deve
ter
e
e
há
um
constante
de
tal
maneira
e
como
sabe
connosco
professores
acontece
muitas
vezes
o
seguinte
o
erro
que
os
alunos
repetem
muitas
vezes
às
vezes
quase
é
interiorizado
por
nós
que
remédio
estamos
estamos
a
a
corrigir
provas
e
um
erro
que
vai
ser
repetido
muitas
vezes
me
acontece
eu
tenho
de
ir
ao
dicionário
ver
se
sou
eu
isto
está-me
a
aparecer
tantas
vezes
sou
eu
que
estou
errado
ou
como
é
?
é
é
já
nos
questionamos
e
vou
ao
dicionário
confirmar
sobre
tudo
isso
pois
é
é
evidente
questionamo-nos
sobre
isso
não
é
?
portanto
ah
há
muitas
há
há
determinado
tipo
de
palavras
que
umas
naturalmente
ah
são
difíceis
porque
nao
estamos
inseridos
não
conhecemos
bem
o
meio
nem
uma
tradição
uma
tradição
de
fonologia
dessas
regiões
portanto
não
sabemos
porque
isto
também
tem
interesse
não
é
?
porque
se
aqui
no
Norte
se
diz
de
determinada
como
mende
Espodende
huh
como
é
que
devemos
dizer
?
Esposende
?
vamos
seguir
as
regras
gramaticais
mas
a
gente
sabe
que
o
sistema
a
norma
e
o
sistema
ora
bem
é
comple
é
se
entrássemos
por
aí
nunca
mais
saíamos
daqui
é
muito
complexo
não
é
?
huh
pois
é
evidente
e
as
línguas
evoluem
e
às
vezes
evoluem
não
evoluem
às
vezes
não
quase
sempre
não
evoluem
como
a
gente
quer
hhh
pois
pois
é
como
a
gente
eu
digo
a
gente
aqueles
que
estudámos
sim
que
sabe
como
ela
é
um
pouco
da
língua
não
é
?
ora
bem
ela
evoului
conforme
o
povo
a
faz
evoluir
e
se
o
erro
muitas
vezes
repetido
entra
entra
no
e
acabou
sistema
e
depois
temos
de
considerar
correto
temos
te
e
claro
normalmente
não
temos
datas
para
isso
mas
há
alguns
fenómenos
de
transformação
de
erros
que
são
datados
não
sei
se
já
se
já
viu
se
já
viu
há
um
que
é
perfeitamente
datado
que
vem
a
seguir
ao
Vinte
e
Cinco
de
Abril
que
é
o
uso
o
uso
eh
passivo
do
verbo
sanear
não
a
seguir
ao
Vinte
e
Cinco
de
Abril
começou-se
a
falar
em
saneamentos
mas
dizer
"
fulano
foi
saneado
"
ora
isto
está
errado
não
era
assim
como
como
como
sabe
sanear
sanear
é
tornar
são
claro
portanto
não
é
não
não
não
pode
funcionar
como
sujeito
quem
foi
saneado
claro
a
fábrica
é
que
foi
saneada
de
fulana
fulana
de
tal
de
tal
não
o
contrário
mas
com
claro
houve
transformações
mesmo
linguísticas
não
foram
só
sociopolíticas
não
essa
é
essa
muito
grandes
houve
necessariamente
transformações
linguísticas
e
daí
mas
houve
uma
coisa
muito
vocabulário
que
acabou
por
se
perder
agora
alguns
anos
volvidos
no
entanto
há
transformações
que
pois
e
o
e
hoje
é
perfeitamente
estranho
eu
dizer
que
um
um
o
a
o
hospital
tal
foi
saneado
do
seu
diretor
pois
não
ninguém
é
perfeitamente
estranho
compreende
ninguém
compreende
isso
quando
corretamente
seria
a
forma
é
assim
é
assim
pois
claro
portanto
este
é
um
exemplo
de
datas
de
datas
das
coisas
tenho
muita
pena
mas
de
nós
não
podermos
continuar
a
a
conversar
porque
eu
acho
que
continuaríamos
hhh
sem
problemas
durante
uma
boas
horas
foi
foi
foi
olhe
mas
só
dizer-lhe
o
seguinte
ah
como
verificou
eu
não
tenho
propriamente
um
a
minha
pronúncia
não
é
o
mais
a
minha
a
minha
dicção
é
é
híbrida
perfeitamente
é
um
produto
híbrido
já
de
de
muitas
influências
de
mas
/
mas
é
a
que
tenho
este
não
é
um
um
trabalho
de
dialetologia
é
um
trabalho
de
sociolinguística
e
assim
e
a
sociolinguística
ah
sim
sim
obviamente
terá
de
considerar
que
numa
cidade
claro
pois
existem
múltiplos
perfis
sim
sim
e
então
digo-lhe
já
dou-lhe
mais
uma
achega
Braga
trans
transformou-se
muito
/
recentemente
com
/
<com
a>
com
a
into
/
com
a
criação
da
Universidade
do
Minho
é
porque
passaram
a
vir
/
ah
aliás
é
o
caso
pessoas
de
todo
o
lado
de
Coimbra
também
já
mas
Coimbra
já
há
muitos
há
muito
tempo
não
é
?
muito
tempo
mas
Braga
com
a
criação
da
Universidade
do
Minho
com
o
afluxo
grande
de
alunos
e
proveniência
de
alunos
de
vários
la
de
vários
sítios
eu
que
viu
agora
ah
que
vivo
cá
há
muitos
anos
tenho
tenho
apreciado
a
transformação
da
cidade
da
da
da
cidade
no
aspeto
no
aspeto
linguístico
e
já
não
há
já
há
fenómenos
de
aculturação
chamemos-lhes
aculturação
hum
hum
linguística
não
é
?
mesmo
dos
próprios
nativos
dos
dos
dos
que
estão
cá
em
Braga
que
são
influenciados
por
diversas
formas
de
falar
por
diversos
accents
não
é
?
para
usar
o
é
termo
ah
inglês
e
e
de
maneira
que
estão
re
está
tem-se
transformado
já
não
é
típico
como
era
por
ze
quando
eu
andava
na
escola
por
exemplo
ouvir-se
ouvir-se
a
pr
/
a
pronúncia
típica
de
Braga
mas
hoje
já
por
isso
mesmo
por
isso
mesmo
temos
de
comparar
com
não
há
se
a
não
ser
assim
em
bairros
em
bairros
claro
em
bairros
e
em
meios
/
mais
simples
socioeconómicos
mais
desfavorecidos
mais
desfavorecidos
que
ainda
se
mantém
a
pronúncia
essas
pronúncia
assim
mas
nos
meios
mais
mais
elevados
já
não
uh
já
é
um
produto
muito
híbrido
já
não
há
já
não
há
propriamente
já
não
há
o
pão
o
pão
é
hhh
cá
já
não
se
ouve
assim
já
não
se
ouve
embora
ainda
se
assista
muito
no
meio
dos
alunos
o
prolongamento
do
é
do
é
final
foi
é
esse
ainda
é
típico
se
ouve
se
ouve-se
muito
foi
estou
estou
que
há
um
um
acrescento
um
acrescento
de
um
som
um
acrescento
de
de
um
som
de
um
som
que
não
existe
ah
desculpe
mas
eu
não
não
existe
não
OK
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