DI_172BM35a

Without Title

ID172
ParticipantJ. Sousa
GenderMasculino

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


/ / que queria ouvir a voz e tal e eu até lhe pus não cheguei a pôr o problema de dizer que se procurava uma voz típica de Braga era capaz de não não a ter não a ter porque eu se calhar nem sei se hhh hum se alguma vez a tive se calhar tive não é ? / por tantos sítios ... depois a gente anda por tão hhh por tantos sítios claro claro por um lado e por outro lado também nas escolas vai mudando em princípio em princípio não quer dizer que não haja também por muitas professoras ainda claro claro claro não tenho encontrado de tudo no primária a falar à Braga mesmo não é ? mas sabe como o trabalho é de sociolinguística é esperável que exista muita variação mesmo nas falantes que habitam e nasceram em determinada cidade porque com o grau de instrução é provável que tenham ido perdendo os traços mais marcantes exatamente não é ? porque claro que aquela coisa aqui no no claro pois e outros todo o Minho dos bês e dos vês e dos ons e não sei que mais hm hm e eu por acaso até me lembro de na primária precisamente nos ditados de vez em quando pôr um ó éme hhh porque era um um sei que Conceição uma Conceição a chamarem uma Conceição era uma outra coisa assim desse claro claro mas isso é normal género não é ? / / ainda bocadinho estive a falar com um de vez em quando a gente está fisgado para aquele lado e sai o que calha não é ? um senhor que é licenciado e ele dizia que no início quando estava na primária realmente tinha muita dificuldade sobretudo na questão dos bês e dos vês e que que fazia muitos erros e e uma vez que perguntou a um colega que não cometia e hhh os erros que ele usualmente dava e então ah ele disse " ah leio muito " e era assim que ele foi fixando sim em relação a mim em particular é capaz de hm hm era gente com nós também líamos muito não é ? os irmãos e eu e tal com possibilidades e interesses de leitura / sim porque o meu pai era professor precisamente hm hm ah era professor do liceu de clássicas de português latim e depois a certa altura muitos anos de apoios de / / ena está formado nestas últimas reformas puseram-no a dar grego havia muito tempo que não dava aqui ele se viu aflito porque tinha sim muitos anos não é ? mas isto para dizer que portanto havia uma certa exigência hm hm com certeza / / em casa havia uma certa exigência e / e a minha mãe por outro lado embora não fosse pessoa que tivesse muita instrução hm hm es muitos estudos / estudos graus de estudo ah eu não sei como é que foi aqui como era aquela hm hm enfim como teve mas tinha bastante instrução gostava muito de ler / / hm hm lia muito e até à última da até à última lia sempre muito lia muito / / claro claro claro enfim e no meu tempo de novo não havia outra coisa para fazer de resto também aconteceu em relação a mim e estes / / sim e suponho que aos da minha idade não é ? e que havia havia uma coisa muito engraçada é que ah surgiram aqueles movimentos e aqueles livros nomeadamente os brasileiros hm hm do Jorge Amado e do Jaraci Camargo e aqueles que que para além do mais tinham aquele interesse formidável de serem apreendidos pela PIDE hhh e por isso suscitavam grande interesse hhh pois era não é ? suscitavam e tal aquela tropa aquelas marchas no Brasil não é ? eram movimentos muito importantes na época eram aquilo era muito engraçado pois e depois também não havia esta coisa da televisão ou pelo menos não havia o vício de depois a certa altura não havia não foi muito mais sim a televisão era muito muito restrita e tarde sim mas foi muito mais tarde muito mais / / foi quê nos anos sessenta ? pois tarde não é ? desses tempos pois foi que tempos hhh mas eu estava agora a pensar que mesmo quando no princípio quando veio não havia não havia muito de maneira nenhuma bem não havia telenovelas e nem havia este vício o o esse vício da televisão surge enfim foi-se impondo pois no nos anos setenta foi para ? mais tarde não é ? foi foi-se impondo mais tarde não é ? porque no princípio as pessoas embora tivessem e tal ah não ligavam àquilo haviam outras atividades e as pessoas tinham o a os hábitos não ligavam muito àquilo não não ligavam muito àquilo tão arreigados que não não tinham vontade claro jogar damas era jogar cartas e tal hhh e conversavam muito iam aos cafés ainda havia cafés jogar essas coisas pois era isso não é ? ah pois e depois a gente estava no café mas isso até é recente recente hm hm para não é ? ainda havia essas tertúlias de café / / exato hm hm a jogar dominó ou a ver e a conversar sobre tudo não é ? / / é eu acredito que deve ser no no fim dos anos pois é pelos pelos setenta quando setentas sim / / eu não digo que que começou a desaparecer porque no princípio ainda havia ... portanto antes do vinte e cinco de abril quando começou surgiu o Expresso que foi em deve ter sido por imediatamente antes do vinte e cinco de abril setenta e dois ou setenta e três ? foi foi é hhh era aquilo eu lembro-me da que a gente comentava era o Expresso no café hhh era hhh eu nessa altura ainda era uma criança hhh não sei pois era coisa que pois mas falava não sei por experiência tenho ouvido dizer sim é claro e os outros e os outros que lhe interessava futebol era futebol claro hm&hm pois não fazem mais uma leitura s &s agora não muito disso não se faz muito no café silenciosa e e até solitária porque / / hum chego a ver nos cafés pessoas a ler o jornal e tal mas não não trocam ideias eu espero bem que sim eu dá-me a impressão que se está a começar a ler novamente isto é / / hm hm porque eu estou a ver reedições ou ou enfim pelo menos publicitar e ah sim pôr fora novas edições daqueles antigos do Júlio Verne ainda pouco tempo sim sim mas algum pouco tempo não mas eu ia dize ia dizer que ainda pouco tempo vi publicidade de qualquer coisa que sair do Júlio Verne mas não foi nada fui que encontrei numa hhh alfarrabista em Lisboa hhh não foi o Júlio Verne mas eh foi o o almanaque Bertrand hm hm aquilo não sei de quê não tem nada é uma pena mas aquilo é do princípio do século e e vi que numa delas tinha uns prognósticos do Júlio Verne hhh estamos mesmo a chegar ao fim para para este século não é ? eu creio que ele não previa que se chegasse assim muito bem não era ? é é é sim quer dizer ele tem muitas previsões sei da ida à Lua dos submarinos muita acertou e tem uma coisa tem uma coisa que não se viu assim tanto como / / hhh como ele dava a impressão que pensava que era casas sobre rodas evidentemente que não é ? hum e suponho que América que usam mais esses reboques como residência mais ou menos habitual não é ? exato não aqui não mas mas para férias muita gente que aqui não se usa muito isso que as tem é é que tem e que as mantém anos anos seguidos ainda anteontem entrevistei um senhor que diz que faz sistematicamente as férias no numa cara numa caravana que comprou e que isso ah lhe permite fazer férias melhores do que antigamente porque é muito mais mais económico e vai para onde quer e fica onde quer / / e vai para onde quer mas eu agora estava a pen a referir por causa do Júlio Verne de daqueles que estão fixas como se vimos agora dias em Monsanto que andaram para a destruí-las ah aquelas sim sim sim pois que tempos pois claro que estavam ali que tempos e suponho que hhh claro que fazem as pessoas não têm para o Algarve também fazem as mesma coisa fizeram a mesma coisa possibilidades de comprar casa e em vez de terem uma barraca vivem na na caravana no parque de campismo muitas vezes pois é acabam por ter um pouco mais de segurança e pois e pronto e vão ficando por ali em Lisboa eu suponho que isso é comum no no parque de Monsanto havia muitas caravanas pois vi a notícia hm hm muito bem olhe nós começámos por agora pouco tempo apareceu na por falar hhh no entanto eu ainda precisava de saber algumas alguns dados hhh foi pessoais e portanto vou pedi-los agora se não se importa ah preciso pois exatamente claro de saber um nome que o identifique embora não seja necessário o seu nome completo hum é João Sousa João Figueiredo de Sousa que é o que eu uso ah muito bem e ah sei que é juíz não é verdade ? hm hm sou juíz do supremo tribunal agora agora algum tempo vai fazer sete anos em breve sou dos mais antigos hhh uma larga experiência portanto alguma hhh ah mas exerceu muito tempo aqui em Braga ou ? sim bastante hhh não não hm hm estive muito tempo em Braga sabe que está a tal história diferente não é ? a gente antigamente formava-se e depois hm hm imaginava aquilo que podia ou que queria ir não é ? ah e eu fui um bocado por querer e um bocado por ter de ser por ali hm hm por aquele lado consegui um lugar de delegado interino Mogadouro hhh e fiz concurso para delegado portanto passei fic pedi col fui colo hm hm colocado em Melgaço foi a primeira colocação efetiva não é ? / / ai e depois andei por ali que era a terceira classe havia as classes não é ? agora é pouco democrático haver classes mas nessa altura havia classes terceira hm hm ainda arranjei uma transge daí fui transf fui promovido à segunda classe colocado em Ovar e e andou por por todo o Minho ? an andei por aqui sobretudo no Norte Ovar foi o hm hm foi o sítio mais a sul de Ovar vim para Barcelos na primeira classe ai sim ? faz-se novamente concurso de provas públicas para juíz ah pois era hoje em dia ainda se mantém ? era assim não hoje em dia fazem a escola de magistrados uma escola de de de como é que se chama aquilo é o / / estudos ? centro de centro de quê ? estudos judiciários estudos judiciários é é pois é e depois f fazem ali aquilo e hm e depois optam logo uns vão para juízes outros vão para delegados hm hm hm hm claro vão auditores e primeiro estão assim numa espécie de estágio / / não sei como é que isso se chama ou se é que não é mesmo estágio não sei bem como é que aquilo é tem um formador hm hm ah que vai olhando por eles por uns e por outros e deis eh eh acabaram as classes mas umas comarcas de ingresso e outras de ah sim sim de acesso não sei quê e outras não sei de que mais e tal e / / mas no meu tempo não era assim hhh pois mas hoje em dia creio que é assim porque tenho um amigo / / é assim que também andou por andou por hhh praticamente a correr o país de lés a lés / / pois é ah não colou / ai desenroscar ? não colou ai desculpe desenroscou hhh hhh se calhar colou hhh ah pois é dali depois vim de Melgaço depois fiz o tal concurso de juiz / / hm hm colocado em Celorico de Basto transferido para Cabeceiras de Basto depois eh vim da comissão para o ministério público chamava-se a nessa altura ajudante de procurador da república porque procurador da república havia um / hm hm no Porto além do procurador geral havia um no Porto havia em Coimbra e em Lisboa hhh / / mais algum tempo ah foi em Braga ? ora bem estive aqui em Braga mais um tempo como juiz de segunda classe hm hm ou seja promovido à primeira da estive aqui dois anos salvo o erro para ser promovido à primeira classe não se podia continuar nessa comissão fui colocado no Porto e estive no Porto até mas ah mantinha durantes todos esses até setenta e cinco talvez períodos residência aqui em Braga ? como é que fazia ? ora bem eh eh não / / / / eh ora bem em sessenta e enquan eu eu até Celorico da Basto e e mantinha / / hm hm não não tinha casa em Braga não é ? Era capaz de vir de férias ao meu pai a casa dos meus pais mas até pouco porque que é de onde ? ah Paredes a minha mulher puxava mais para a terra dela que é Paredes de Coura Paredes de Coura e de maneira que a gente ia mais para aqui praticamente vinha vinha menos hm hm mas / / muito menos não é ? muito menos depoios ah fixou-se ? mas depois em sessenta talvez sessenta e quê ? e seis ou para assim parecido foi quando fui transferido para Cabeceiras como era mais perto eu fixei aqui residência e passava a ir a Cabeceiras quando necessitava de trabalhar e pronto e e depois é era claro era todos os dias não era quando precisava que estava a prestar serviço sempre era estava juiz pois hhh tinha mesmo que ser sim mas não era longe tinha de ir não é ? hhh não não era muito longe e depois depois claro fiquei aqui aqueles [ / ] aqueles dois anos aqui colocado hm hm e fui depois para o Porto no Porto também ia e vinha todos os dias de camionete de camionete ? não / / pois não havia assim muita coisa bom hoje em dia é que se usa carro para tudo é ali não se usava não se usava assim muito também o carro não não e hoje em dia como é que faz ? eh vai a Lisboa frequentemente ? naturalmente / / vou sim senhor pelo menos uma vez / / é hm hm por semana temos uma sessão a gente trabalhar em casa não é ? pelos processos em recurso a gente trabalha em casa eh e depois temos uma sessão por semana na sessão consiste por um lado leva-se leva-se os projetos das decisões / / hm hm tem tira-se a fotocópia entrega-se aos adjuntos temos adjuntos / / hm hm e recebemos as fotocópias daqueles de quem somos adjuntos porque a coisa é por escala que cada um tem os os dois seguintes são seus adjuntos e ao chegar ao último tem como ajuntos os primeiros hm hm exato hhh circular a volta hhh não é ? hhh por cima não é ? hhh ah e depois hhh e depois faz-se a leitura que não será ssim uma leitura exaustiva daquilo que daquilo que está marcado para o para aquele dia não é da / / claro esses vão ser preparados daqueles que levamos aqueles que levamos vêm a gente a gente aquele que leva as cópias não é ? geralmente são marcados hm hm com uma sessão de intervalo portanto / / se vão analisar na outra temos que levar agora nesta semana s não vem não não não s não são lidos na na próxima são na segunda na próxima semana na semana seguinte portanto eh hm hm fazem-se observações " olha aquele coisa ou esqueceste-te disto ou não sei quê " " olha que aquilo está ao arrepio " " ah mais esta " / / hhh de que coisas é que na realidade visto tal assim coisas deste género acabam por discutir ? ora bem eu estou na secção civil ci cível hm hm cível hhh adjetivo eh portanto são hm hm casos bicudos por vezes ? assuntos de natureza civil e comercial não é ? / / eh / / é claro <que sim> / / é [ / ] que sim e que não não é ? pelo menos são delicados e são de bastante valor alguns não são nada bcudos sei ainda recentemente tive um divórcio que vinha hhh tinha sido decretado o divórcio hum e ch ora bem deixe-me dizer uma coisa previamente aquilo é decidido hm hm primeiro na na comarca da comarca vai para a relação / / portanto depois é que vai quer dizer em princípio a coisa é confirmada não é ? claro estatuto civil até porque d hhh até porque no supremo / / claro eh não se pode alterar a matéria de facto a matéria de facto vai fixada vai e vai fixada logo a primeira instância quer dizer do julgamento ouviram as testemunhas foram haja provas e tal a relação pode alterar a matéria de facto hm hm hhh desde que tenha motivos para isso que se veja de processo também não é assim à toa não é ? pois pois pois pois nova prova ou não se pode introduzir nova prova ? sob da primeira de &s não ? é na primeira instância ? não ali não não é na primeira instância entra tudo / / claro por uma questão até de lealdade e não sei quê da luta judiciária e tal sim sim com certeza a pessoa defendeu-se defendeu-se com tudo o que tem que se defender não é ? / / claro a não ser que surja depois mais tarde uma coisa de novo e depois nessa altura pode ir para a revisão de processo não é ? não pode ficar com com a prova encolhida à moda da América e chegar ao julgamento e depois apresentá-la claro claro o mi o mínimo não é ? aqui hhh procura-se e chamam-lhe a lealdade e tal e simplesmente a coisa também é usada muito hm hm o processo é usado muito ah e depois esses recursos todos / / claro são usados muitos para empatar e para demorar e depois para acusar os tribunais sim sim que não andam e não sei quê e agora ainda por cima e agora arranjaram maneira de de qualquer processo além da demora normal normal ou anormal ter outra ? ah / / eh ter outra extraordinária que é o recurso para o tribunal constitucional / / / pronto depois dizem que a lei que se aplicou que é inscontitucional vai o recurso para o tribunal constitucional e está mais dois o três anos uma eternidade é porque aquilo aquilo tem e a maior parte das vezes para se chegar à conclusão de que é constitucional a decisão e a pois ah pois com certeza não é ? porque quando a coisa é claramente é claramente quer dizer ? quando a gente sente que é inconstitucional porque é injusto porque discriminação hm hm claro e não sei quê ? também a gente sente e não aplica a lei não é havia uma coisa que era muito e que toda a gente e não precisava de ser de direito entendia que era injusto por exemplo nas nas expropriações atribuírem um valor / ui nem me fale nisso de indemnização ao expropriado que não era o valor da coisa que eu tenho um desses casos pois a pessoa a pessoa tem ali um terreno e se o vender dá-lhe dez e a expropriação porque não pode ultrapassar mais de não sei quantos e tal leva dois toda a gente sabe que isso que é que é injusto que e que depois um princípio da constitucional [ / ] constitucional a dizer que que é / / hm hm tem que ser indemnizado com just pela justiça a gente logo / / pois pois exatamente eu sofro na começou logo a declarar aquilo inconstitucional não é ? depois é obrigatório hhh pele um caso desses hhh hhh mas é a gente sentia quando tinha aquele limite enfim e antigamente aplicava-se e tal desde que teve a possibilidade de de deixar de aplicar por deixar a coisa inconstitucional ficaram logo resolvidos assim muitos pois não que não e depois no no caso de não aplicação é obrigatório que o ministério público recorra e para o tribunal ai é ? constitucional é depois está bem e depois do tribunal constitucional ao fim de xis vezes que diga que é inconstitucional declara hm hm com força obrigatória geral a inconstitucionalidade daquilo e acabou pronto que está mais do que demonstrado claro isso não mas se quiser é uma maneira de empatar aquilo mas / / ah ah pois ainda de vez em quando ainda coisas que a gente não está calhado e no meu caso não é ? que andei por aqui assim e tal não tínhamos nada transportes marítimos e essas coisas comércio internacional claro claro tem de tinham nada chega apanham com essas coisitas estudar eh tudo outra coisa que nós aqui nunca tivemos nunca tivemos porque a competência / / hm hm é é das relações e depois vai logo para que é aqueles problemas de marcas marcas saber se aquele está a usar uma marca se é a imitação da outra ou não ? se está que é imitação da outra marca e não sei quê e tal ao fim e ao cabo a usar a publicidade do outro ? quem diz marcas diz diz diz pois quem diz marcas diz nomes de estabelecimentos claro claro claro ainda tempos se passou salvo erro / e isso aparece não é ? foi acho que foi na África do Sul alguém estava a usar um um um nome muito próxim da da MacDonal's claro hum não m não gostava da concorrência apesar de [ / ] de ser a multinacional que era e levantou problemas mas não foi em Portugal ? creio que foi yyy hm hm / / mas aqui levanta-se muito não é ? levanta-se muito é porque realmente muita coisa eh eu tive um que passou comigo que era hm hm aqueles Manhatten Bank Estados Unidos contra os / / salvo o erro era o Banco Comercial porque o logotipo era idêntico pois hhh e depois a gente começa a pensar assim e eu passei a verificar que o logotipo da / / eletricidade da EDP ai é ? da EDP é igual ao da Sampsonite das malas é hhh hhh digo assim " olha que malandros " hhh portanto ou é falta de imaginação às tantas ou então hhh exato hhh aquela coisa assim hhh é assim mais desenrascada tenho ideia não é que é é pois é bocadinho o caso em que estava a pensar enfim que [ / ] que eu considero de alguma injustiça era de uma expropriação justamente os meus pais foram expropriados / / pois é na das suas terras porque viviam em Santo André no na área do do gabinete da área de Sines que eh fez expropriações com vista àquele mega projeto na altura da da petroquímica da refinaria daquelas coisadas todas e ainda o terminal ah toda a zona habitacional acontece que a a as terras que foram expropriadas nunca foram utilizadas ou pelo menos grande parte delas nunca / / pois foram utilizadas as do meu pai não chegaram a ser / / porque eram terras de cultivo umas melhores que outras naturalmente mas foram todas pagas ao mesmo preço hhh era um preço por metro e aquilo foi logo a seguir ao vinte e cinco de abril mas as pessoas naquela altura também não sabiam como fazer face àquilo ... não é claro que a coisa também se diz muito eu hhh enfim eu sou dos que falam um bocado em relação a isso porque a coisa dependen enfim as pessoas se se foi criada e vivida num determinado / / hm hm claro ah modo de ser também não vamos ficar sem revolucionarem o de repende pois não não de repente pois não não é e a gente vai aceitando e agora até se admira eu agora admiro-me e até quantas vezes tenho comentado isso umas pessoas aceitaram no pós vinte e cinco de abril aquelas arb arbitrariedade que cometeram ? hoje em dia é verdade que se cometeram por fora não é ? como é que as pessoas aceitavam isso não é ? mas cometeram com cada sei / e e portanto eu estou a falar no vin no vinte e cindo de abril eh porque enfim / outros claro claro claro mas portanto no anterior a mesma coisa não é ? eu lembro-me aqui uma coisa que aquilo era que que / / hm hm que sou dos que fico muito aborrecido porque é é ah acusam os tribunais de estarem de serem o suporte da hum do regime e não sei que mais bem primeiro a gente foi e continua a ser e continua a ser princípio hm hm também constitucional da obediência à lei e portanto eh e até é proibido ah temos uma uma proibição de de desa de não aplicar a lei com o fundamento de que é moral ou injusta hm hm pronto pronto não é ? a não ser que ofenda realmente os tais princípios constitucionais claro não é ? portanto a gente vem é formada naquilo nao é ? não é sim sim vendo que vai ali a tal e mas e independentemente disso / / começou a reagir-se quer dizer os tribunais sempre reagiram e eu acho / / significa que têm liberdade de espírito isso ah acho acho isso sim e semp sempre reagiram àquela coisa ah fulana não sabe disso mas por exemplo houve houve uma determinada altura ah em que hm hm os fiscais da emissora nacional iam às casas visitar fiscalizar se a pessoa tinha rádio ou televisão que era parece que era rádio mesmo e pagava licença não pagava licença ai era ? era e a recusa a entrada deles era um um considerado desobediência e não sei que mais os tribunais começaram a lutar contra isso n não não diretamente não abertamente / hm hm porque havia a lei não é ? mas com esta com esta volta / / não estava o homem em casa não é ? não se pode deixar a assim estava a mulher ou estava a empregada e e tal porque tinha instruções do marido / / claro para não deixar entrar e o marido é o chefe de família e a coisa absolvências / / hm hm hm pessoas não é ? até que depois a determinada altura começ e ainda antes do vinte e cinco de abril quer dizer e depois aquilo hm hm vai-se generalizando e um que se lembra de uma coisa dessas não é ? pois eh a depois tem-se conhecimento e tal e a doutrina vai-se generalizando que de resto esta caso foi exis existiu realmente e havia um deputado um tal Casal Ribeiro que fartou-se de fartar nomes aos juízes na assembleia nacional por causa disso não é ? hhh vai-se generalizando e quando está generalizando depois as pessoas / / claro vão pensando que têm as costas quentes vão ganhando força não é ? e nesse altura começou-se a dizer nós quer dizer começámos a dizer de caras que isso violava o princípio constitucional da inviolabilidade do domicílio hm hm hm hm e pronto e ele foi nessa altura que o homem começou para hhh aos juízes furioso pois pois a refilar a dizer que os juízes que não sei quê pois é a coisa não era assim tanto hm hm como se diz não é ? não é como se dizem agora que não sabem inclusive Mário / / é verdade Soares ou fica muito chateado com essa do Mário Soares a dizer que os tribunais não sei quê ele não devia estar <muito bem> [ / ] muito bem disposto naquele dia porque ele quer dizer não e claro o Mário Soares tinha enfim tem uma explicação mas ele nessa altura era presidente da república não é ? mas ele a explicação é que foi julgado e que se pelos vistos terá sido mal julgado nos tribunais mas um caso um caso não são casos ? plenários não é ? isso não se calhar havia muita coisa e tal / / havia ? no meu tempo e no Porto hm ótimo não funcionava a coisa funcionava bem funcionava bem não é ? hhh eu acho que sim nós fizemos coisas assim de / / e a de coragem na altura eu digo ainda agora de coragem não é ? sim sim e de tal maneira que eu fui dos que fui saneado no fim do vinte e cinco de abril e eu tive o apoio foi daqueles indivíduos bom eu continuo a dizer tenho muita consideração pelo / pelo partido comunista porque são uns indivíduos com muitos princípios ? hm hm a quem eles agora se calhar é outros absolutamente não é ? / / eu n ah conheço de tudo em várias áreas / / mas mas mas acho que muito muito ai absolutamente mas n não tenho dúvida nenhuma eu também acho que sim boa gente no no partido comunista pois claro que tenho uma certa queixa de um indivíduo hm hm dum advogado com quem eu me dava muito bem eh e que também tinha conhecimentos sei tinha conhecimento direto e até que tinha estado na PIDE ofereceu-me um livro hhh que tinha escrito na PIDE e tal com dedicatória e tudo quando tinha estado preso não é ? e que tinha os sobrinhos que form a certa altura pela PIDE veio o processo para tribunal calhou-me a mim não é ? porque era não é ? a prisão era ilegal a prisão era ilegal mandei-os soltar e o tipo até tinha conhecimento disso não é ? hm hm hm hm / e depois andou para a armar um bocado mas enfim sabe que isto às vezes as pessoas não são consequentes e e enfim não ao depois o que me disseram " ah o tipo tem um bocado a pancada " " está bem " disse umas coisas que não devia e tal pois enfim ah senhor doutor preciso de saber também ah a sua idade creio que ainda não lha perguntei não / / vinte nove hhh nasci em vinte e nove portanto faço sempre a conta sessenta e sete hhh pois hhh hhh não não sessenta e oito hhh ah pois hhh / / pois é pois é eu engano-me sempre hhh está bem ah hm e estudou aonde ? ah ah direito ? foi em Coimbra ? foi em Coimbra foi em Coimbra é em Coimbra estive / / ora bem estive parte do curso voluntário sim ? sim porque fiz o primeiro e o segundo ano terceiro na Páscoa do terceiro ano na altura / / usava-se hhh na Páscoa do terceiro ano adoeci na altura usava-se ser doente dos pulmões hhh tinham pneumónica que era toda a gente era não é ? hhh hhh é pois não essa era a designação do eh não era tuberculose e não é ? eh popular de alguma forma é e e portanto o médico " ah não / / hum estudas e tal " e eu estava por acaso não era aluno nenhum brilhante não é ? não na universidade não ao contrário do liceu a que horas foi hhh vai dado vai dado à parte hhh alguma coisa deve ter feito bem com certeza para estar onde está hoje aqui / / ah não mas por acaso eu estava com doze mas estava queria hm hm / / é o terceiro ano ah e / / queria queria subir era ? / / era e queria subir e sim também agora estou / / também um bocado sou num regime muito antigo / / ai é ? em que aquilo fazia-se as cadeiras todas de uma vez era era no mesmo dia um tipo começava de manhã ia calhava-se e não sei que mais e tal até tenho um episódio desses de nu segundo ano / / hm hm / / que nós começámos de manhã ainda éramos não sei quantos éramos para cinco talvez / / todas as provas e aquilo ia demorando fazia-se sucessivamente meu deus suce é sucessivamente nas orais sucessivamente não é ? aqui acoloutro e tal e e chegámos se calhar suponhamos à uma hora hm hm / / ainda faltava não sei quantos que estavam para entrar e diz um colega que é que estava antes de mim que fôssemos comer qualquer coisa à Académica que era ali logo ao lado hm hm hm hm / / na na vida larga não é ? hhh ah e fomos comer qualquer coisa tornámos a vir / / à espera ? o outro tinha chumbado mandado embora o que estava a fazer e estava o professor à porta " u hhh " Manuel de Andrade ahh o outro o outro desgraçado entrou não esteve cinco reprovou imediatamente hhh minutos hhh cumbou logo mandou-o embora hhh e nessa altura chumbava-se não acabou acabou não havia nada a acabou perder o ano não é ? ah mas mas portanto e isto para dizer que no primeiro ano / / hm hm e aliás é agora eu estou farto de dizer isso à gente que vai não é ? / sem dúvida é uma diferença total de da maneira de estudar e de saber claro do liceu e e e da universidade não é ? más-línguas que agora aquilo também é um bocado é hhh ah ah assim um bocado hhh à balda não é ? não mas a coisa era completamente f quer dizer a gente pensava que com as lérias tirava boas notas e era preciso saber aquilo tudo muito bem sabidinho ou não se sabe muito bem sabidinho para trás não é ? e depois diziam os professores com alguma razão porque se passaram não sei quantos professores não sei quantas décadas ou centenas de anos para hm hm para arranjar uma definição de determinado instituto para que dissesse aquilo que era não é agora / claro e agora vai o aluno dizer a coisa por palavras suas não pode a importância das palavras a gente e é que comecei a ver que as palavras tinham significado não é ? pois e que têm que ser aquelas e não outras e que e que e que e agora até se calhar exagerei a pen ao pensar que afinal de contas não palavras sinónimas sempre uma coisinha pois pois / / diferente hhh sempre qualquer coisa hhh e portanto isto sinónimos batatas não é ? hhh e portanto essa era uma das coisas portanto o primeiro ano era dificílimo / / / sabe que hoje em dia também a a percentagem se chumbava-se sei para setenta e cinco por cento / / / /

Download XMLDownload textWaveform viewSentence view