DI_38LF35b

Without Title

ID38
ParticipantT. Magalhães
GenderFeminino

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Muitíssimo obrigada De nada pode deixar está tudo ah Terminámos É verdade terminámos o a parte de leitura agora podemos / finalmente conversar hhh Sim senhora O que é que lhe pareceu isto tudo ? Muito aborrecido ? Não Acho que é realmente bastante material Não entendo porque se repete tanta aparece tanta vez / É é a mesma frase ou a mesma palavra repetida / ah é parecido é é para ver se o som se são parecidas não são bem bem iguais Mas algumas parecidas Não algumas iguais Acha ? Acho Estão algumas Não eu acho que houve foi algumas vezes em que e ah por exemplo / lembro-me de crítico estava critico / E crítico / e e e crítico estava / Sim mas não é a mesma palavra com com acentuação diferente / Eu não sei tinha tinha e outras coisas mas algumas nestas das frases nesta das frases / uhuh estavam mais repetidas havia ali uma em Faço-o faça-a / Pois eu acho que os F é que está / Ai era ? muito no no vosso estudo não percebo hhh / hhh e os S também porque eu acho que nós somos muito sibilantes não é ? Era É exatamente Mas ah aquilo a minha preocupação era a de ter / determinados encontros vocálicos em final e / início de palavra De palavras E então tem muitas coisas dessas / ah faça essa agora faça isso agora faça esta agora / Pois parece quase a mesma coisa mas muitas vezes umas pequenas diferenças / umas diferenças de de pormenor Pois Eu queria perceber isso Até na pessoa não é ? Eu acho Dá-me ideia que havia ali várias pessoas em que / É sim sim sim sim é-se obrigado a falar em várias pessoas não é ? Exato De maneira a que ah encontre as / os as diferentes sequências de vogais possíveis para ver o que é que as pessoas fazem / Pois se inserem semivogais coisas assim Eu acho que nós t não sei eu acho que nós ah / É um bocado ah comemos muito as últimas as últimas / É mas também para para se ver isso é / sílabas não é ? que aqui estão os exemplos como aqueles Pois ah E em frases minimamente comuns E por exemplo no Brasil elas desculpavam-se imenso / que não me entendiam não é ? Era ? Para justificar as más notas Imagino hhh E então era era uma preocupação que eu tinha que ter não é ? para me fazer entender era pronunciar / Entender as coisas muito mais silabadas não é ? E não comer esses finais Claro Porque às vezes nós brincávamos eu ia / com uma amiga minha aqui de Lisboa também / uhuh íamos ao centro da cidade / e desatávamos a falar rápido / do nosso jeito não é ? Claro E acontecia que realmente nos perguntavam se éramos argentinas / tal era a espanholada que a gente devia falar / hhh ou que lhes devia parecer hhh Sabe que uma vez fiz um estudo engraçado / que foi ah uma comparação entre / ah / a forma como se percebia o português do Brasil e / o português de Portugal e fiz isso em Barcelona ah / Tinha informantes portugueses e informantes brasileiros / Informan e ah pus pessoas que eram linguistas / a tentar perceber Os que eram catalães / conseguiam com muitíssima dificuldade / perceber o português / percebendo no entanto com relativa facilidade o português do Brasil / O do e ah os ah castelhanos não conseguiam / de nada hhh hhh Do que se dizia Eu não en Diziam que não conseguiam entender praticamente nada ah / Tal era a a forma como E depois acontecia outra coisa engraçada tinha o presidente Eanes / uhuh ah ao Brasil naquelas visitas oficiais e eu sei que no telejornal / apareceu / alguém fazendo uma entrevista que é um acompanhante do presidente e que fez uma entrevista / e eu achei aquilo horrível / e disse assim " Que horror / podiam ter arranjado outra pessoa / mas este sou eu a falar desta maneira ? Que coisa horrível Ao menos pusessem um homem que fosse capaz de falar " Liguei para essa minha amiga / Para saber como é que se chama XYZ e disse assim " Ó XYZ viste que coisa horrível / aquele estúpido aquele parolo que puseram na televisão aquele brasileiro " hhh Ela diz " Ah XYZ " porque ela estava vindo a Portugal e eu não tinha vindo / por umas circon eu tive uns gémeos e prematuros e não sei quê / mais ou menos aos nós aos cinco anos começámos a vir a Portugal / uhuh e eu naquela altura não tinha ... Mas ela estava a vir Ela desata a rir de e diz-me assim " Tu não estás é com o ouvido habituado nós falamos assim " hhh hhh Olhe eu ri-me " Não / posso acreditar isso é ... Não é impossivel " hhh " Não é isso mesmo " tinha estado a ouvir também a mensagem hhh Claro mas tinha Mas ela é que estava / É que parece-me que portanto ela percebia bem a sonância e a diferença agora eu estava com o ouvido / tão habituado à sonância brasileira que não achava E outra coisa engraçada é que eu eu eu lecionava no colégio dos meus filhos e a certa altura uma professora de matemática / estava à espera de um bebé estava com umas hipóteses / ah de não conseguir segurar o bebé e começou a faltar e eu fui substituir uhuh E quando eu entrava na Cada vez que saímos eu E então eu entrava na sala do meu filho / e ele baixava a cabeça e não me olhava / E por não ? de cada vez que me encontrava no final do dia da manhã / como a gente se encontrava sempre para vir para casa da da das aulas / ele dizia-me nos dias em que eu tinha entrado na sala dele para dar matemática / ele dizia-me " A mãe hoje falou mais português do que nunca " hhh Ele não gostava era complicado hhh Ele estava completamente / passado " O meu português ó filho é o mesmo de sempre / hhh Claro eu não sei mais nem menos / é o mesmo " E realmente eu vim eu ah nunca apanhei o sotaque / É assim nunca tive sotaque apenas eu tinha termos abrasileirados / É é e riam-se imenso ah os pronto pessoas da minha família dizem assim " Tu continuas a falar à portuguesa com termos brasileiros / é uma é uma mistura completamente absurda " hhh E é engraçado Mas isso vai-se perdendo com o tempo não é ? Vai-se perdendo com o tempo e na hora que eu cheguei aqui / fui lecionar para o planalto Tempos depois encontro alguém e disse " Mas ah no ano tal estava no planalto ? " Eu disse " Estava era a professora de matemática dos sétimos oitavos e nonos " O quê ? Aquela brasileira ? hhh Aquela brasileira hhh hhh Não mas disseram-me que era uma brasileira Eu disse " Não essa brasileira era eu " Era eu hhh a sério ? hhh Mas portanto havia assim coisas / Que engraçado super engraçadas não é ? Não e é e as crianças às vezes notam e não sei quê / e eu uso ainda termos É pessoal quando é para quer dizer eu tiro partido disso / até porque aqui são termos hoje muito normalizados / pelas novelas / uhuh portanto eu tiro partido disso para para quebrar o ritmo da aula percebe ? uhuh Para para me meter com eles / estão visivelmente mais Para os fazer acordar Para os fazer acordar então eu uso isso muito como arma / e e resultado funciona E funciona ? Funciona muito bem funciona Bem e houve realmente uma melhoria no Brasil que aconteceu isso eu / o o nosso seiscentos não é ? A gente E eu sei que tenho um seiscentos um bocado com S / e e com cada vez que eu dizia o seiscentos eu quase que me arrepiava / é as salas eram de quarenta não é ? Onde eu lecionava uh Com estradinha e ainda um bocadinho à nossa antiga não é ? É eu sei o que é Eu virava-me e um seiscentos e eu sentia aquele sibilar por meio dos quarenta / hhh hhh por fora Bem pronto / aguentei a primeira aguentei a segunda um dia / à terceira do seiscentos não é ? uhuh Eu lecionava física para os complementares / uhuh eu eu perguntei " Que língua falam vocês ? " mas calma / eles respondiam eles diziam sempre " Português não é ? " Claro Isso é Não é ? Era engraçado é porque ele dizia sempre " Português " " Que língua falo eu ? / Qual é a minha nacionalidade ? Quem sabe português sou eu " hhh A sério ? hhh / Seiscentos hhh Nunca mais nunca mais ouviu É um perigo hhh E pronto quer dizer assim coisas engraçadas percebe ? Ainda bem uhuh Em que elas diziam mas por exemplo eh / ah mas nunca no Brasil você consegue saber / que se diz quer dizer eu cheguei a São Paulo e disse " A menina ao quadro " hhh Diz-se a lousa o nosso antigo hhh parece o nosso antigo parece Mudei-me para Curitiba dois anos / depois " Menina à lousa " Achando que iam saber " Ó professora que que ao quadro " hhh hhh hhh Trezentos quilómetros de diferença / Quer dizer que chegou primeiro que trezentos quilóm ... Porque quer dizer depende da época / e quem iniciou / Claro portanto São Paulo que era mais antigo / devia ser o o início dos nossos portugueses / É é o é à lousa não é ? hhh o outro não me lembro quem era ao quadro hhh Portanto quer dizer a gente tinha de estar sempre a perguntar E outra dificuldade era os nomes deles eu nunca entrava numa sala de aula / Acho que é engraçado que cantasse os nomes deles da lista Não Eu dizia Eu apresentava-me e o meu truque era assim eu apresentava-me e agora digam os vo Como é que se chamam como é que se chamam / um a um levante-se e apresente-se Porque Porque era a única ... Se não eu corria o risco de dizer aquilo tudo mal / É ou é mais afrancesado ou é mais americanizado / ou um nome ... Então <eu> hou havia uma que / filha de uma coordenado do colégio onde eu estava / então não era completamente uma pessoa analfabeta / e tinha posto à filha Marcianita por causa dos marcianos Ai não posso crer como é que eles Portanto e de repente você tinha assim uns nomes completamente / hhh doidos não é ? Até uma marciana e tudo hhh Até uma marciana e tudo até ao pronto dois dias percebe / tudo era possível que tudo era possível por porque eram conjugações às vezes de nomes Eu não sei se era quando ... A ler não devia ser porque elas não estavam a ler não é ? Aquela coisa de que a mãe põe ao filho um / ah a heroína do livro que está a ler não pode ser porque elas não não não leem não leem Sim sim sim sim Não liam E então isso não podia ser Mas era talvez de de filmes de de coisas / Era mistura de vários nomes também que elas associam não sei ah Tenho uma amiga brasileira que diz que na família dela / muitas pessoas que têm nomes que são conjugações de de outros dois nomes / Associados partes de nomes e assim é sobre É exatamente você nem sabe onde está a acentuação / Pois é isso porque então ainda por cima é passado a coisas em computadores não é ? Você não percebe onde é que está a acentuação não sabe ler aquilo Pois não ? Eu não sabia E então eu adotei esse sistema depois que errei um ou dois não é ? Pronto E inventam uns nomes tão estranhos É completamente Eu bocadinho acabei de ver um uma comunicação de uma / pessoa ah num congresso / era Evna Evna não é nome de gente o que é isto ? hhh Nunca se ouviu não é ? Pois não Evna não é nome Não tem nada a ver com nada portanto não sei onde é que eles vão buscar aquela / criatividade toda porque ao fim ao cabo é o que é Mas são realmente criativos e têm termos giríssimos Tive um que eu continuo sempre a usar que é o chavear / O que fazia fecha a porta à chave É uma frase que realmente não movimentou para dois movimentos de chave Mas serve para quê ? Chaveaste é o verbo chavear Isso é uma palavra que eu não conhecia Chaveaste a porta é um é Chaveaste a porta pois não te esqueças de chavear a porta Então é um é realmente um dos termos Mas em contrapartida ah muitas vezes usam assim um / ah sobretudo na ah E eu que gosto imenso de termos eu faço imensa composição / Experimenta uhuh em relação Eu acho engraçado percebe ? Eu a É uma das coisas que me diverte Brincar com com as palavras É uh eh Eu também gosto de fazer essas coisas / mas não estou todos os dias com eles Eu gosto do Mia Couto exatamente por isso / hhh porque eu acho aquilo uma coisa / Claro tinha que ser hhh completamente delirante Mas e eu o que eu ia dizer é que eles muitas vezes nos textos ah escritos / e em cartas e em tudo são tão cheios de salamaleques / tão cerimoniosos fazem uma linguagem tão artificial / Que eles não são assim que que eles não são assim portanto acho / Não que uma Mas é Mas é uma faixa muito é é uma faixa muito reduzida É ? É o normal não é Sinto muito a normal não é uhuh Uma faixa reduzida tem a tem essa / preocupação do elaborar sobretudo / eles têm a Europa como uma coisa assim / e tudo o que se dirige à Europa / Eles tremem todos eles eles não digo que tremam / mas eles acham que nós somos muito / ah como é que eu hei de dizer ? Que nós somos muito formais Oh que disparate E eles é e somos e somos Sim mas nós somos somos mas ah mas eu acho que eles exageram ah Nós temos eh / nos rituais normais da nossa sociedade / nós ah somos muito exagerados uhuh Talvez <eu não> eu eu gosto de rituais também / portanto não digo que ah o despir de qualquer / ritual que que a vida deva ser feita sem qualquer ritual não é ? Claro Claro Claro Eu acho que isso faz parte exatamente das da riqueza não é ? Das próprias relações uhuh Mas ah sobretudo ah sobretudo ah Mas eles são muitos mais desp despreocupados / e talvez vivam mais do que nós / uhuh nesse sentido Nós não apreciamos tanto as coisas por estar ao É é Por estarmos muito formalizados / E e isso é disciplina e isso entrou automaticamente na nossa maneira de ser Eu acho que sim de ser é é é " Vais assim para a rua ? " A gente tem essa preocupação " Vais assim para a rua ? " Isto é uma frase que a gente diz muita vez É " Vais assim para a rua ? Então hoje não vestes outra coisa ? " Como se nós tivessemos de ter tal preocupação " E tu reparaste Exatamente Mas isso está vincado na no na nossa educação completamente E vamos sizudos e temos maneiras de estar ah / E vamos E vamos Eu devo-lhe dizer ah / Sim Se me perguntar gostei do Brasil gostei imenso do Brasil / e uma coisa que sobretudo eu acho que ganhei imenso / e que eu noto que ainda falhas na minha família sobre sobretudo isso não é ? Eu Somos uma família de seis irmãos portanto somos seis filhos / uhuh e eu tenho cinco irmãos e que é uma família bastante rica / uhuh ah mas uma coisa que eu acho / que nós temos vergonha de dizer nós portugueses / e que não somos capazes de fazer / é manifestarmos os nossos sentimentos / uhuh e eu isso aprendi no Brasil Conseguir levantar os braços abraçar / erguer um filho no colo grande / Um filho é proteção É a sério e dizer " Como eu gosto de ti " E eu acho que isso a gente não é capaz de fazer naturalmente É é Somos muito pouco espontâneos nessas coisas É é pouco espontâneos É Nós temos vergonha de exprimir os nossos sentimentos E e isto é uma é uma frustração não é ? E eu acho que isso é uma falha é uma falha É uma falha porque / não nada melhor do que a gente poder dizer livremente / Aquilo que se sente a alguém não é ? O que sente Claro claro E isso nota-se neles eles andam sempre eles abraçam-se / E eu acho É é eles tocam-se / Tocam-se exatamente ima ah / É uma comunicação efetiva não é ? Uma Uma das coisas É Uma das coisas que uma pessoa que está pouco tempo / e que está temporariamente em Portugal / diz é que ah / sente falta do contato físico com as pessoas o o toque / ah porque / não está habituada a encontrar isso aqui / Pois não e diz que no no no primeiro mês foi aquilo que mais lhe custou foi / não não ter muitas pessoas com quem conviver e / aquelas pessoas com a casa de quem se vai mesmo sem ter combinado previamente / mas também o facto de poder tocar nas pessoas / e dizer " Olá estás boa ? " E dar uma palmadinha nas costas ah / e efetivamente nós não temos nenhum hábito de de de / Não manifestação nenhuma fazer isso mas ainda piores que nós É de qualquer modo hhh Não mas eu mas eu acho Eles em princípio acho que são o o extremo / não sei se Talvez a gente não tenha aprendido muita coisa com esse co / com a influência inglesa sabe ? Eu acho Eu acho que sim acho que somos muito mais É esta rigidez que não é não é tão latina assim não é ? Pois não Pois não Nós aprendemos a conter-nos um bocado demasiado / e também não é natural de um país com o sol que temos e com o mar que temos Exatamente Não é natural ah Basta ir a Espanha para se ver o É Uma diferença não é ? uma diferença significativa Será nostalgia ? Não acredito Ah Não é Não é nostalgia isto é Nostalgia de quê ? É nós temos um espírito crítico muito aguçado / e a sensação do ridículo Pois do ridículo É horrível É A gente tem logo esse Não muito essa ... e a gente mesmo na nas crianças mais pequenas / Sim Sim Sim Sim Sim Dentro de uma sala de aula o espírito crítico em relação a uma situação que se cria de repente uma coisa qualquer Isso percebe-se E eh e percebe a vítima e / É muito agudo percebe o o carrasco não é ? ah / Exato exatamente Os outros que estão a assistir são / exatamente implacáveis ah / tempos pensei numa numa questão que foi / na no facto de poderem / ingressar em infantários crianças eh deficientes e na ah relação que isso / estabeleceria com as diferenças crianças Era preciso ah pensar todo aquele equilíbrio não é ? eh Que tinha que se hum adquirir / uh e eu acho que não seria fácil porque muitas das crianças vão mesmo de muito pequeninas / com ideias preconcebidas ah para hum esse tipo de relação não estão preparadas para isso / e não estando preparadas são capazes até de ser ou agressivas ou pouco pouco amáveis eh não é que se deva ser necessariamente / Mas eu acho que não é não é bem a criança eu acho que é mais os pais das crianças amável mas é que mas é que Eu acredito que sim Eu acredito que sim mas mas é difícil de lidar Fiz uma experiência no Brasil com isso e achei que ou tinham / para o para o para o excecional era o mongolóide / ah adquiriu / um desenvolvimento bastante grande Era [ / / / ] Ele Era um mês de verão / no mês de julho ah fecham as muitas escolas fecham e eu tinha um berçário e não fechei E ele era tio de um miúdo que andava comigo que estava na minha escola / e a certa altura / ele / a escola fechava e a mãe trabalhava ele teria de ficar fechado em casa / e eu disse que nunca nunca faria nunca fizesse isso Durante aquele mês de férias que era julho que ele pudesse frequentar ia juntamente com o tio conhecia alguém portanto / Ficou conhecia aqueles miúdos tinha ido a umas festas do tio uhuh Pronto e o miúdo passou a frequentar Eu tive manifestações de pais que vieram ostensivamente dizer e o miúdo foi muito bem aceite pelos outros / E os pais e e vieram dizer que se aquilo era para ficar que tiravam os deles eh Isto é ... Completamente porem-me a faca ao peito / e eu disse " Eu não lhes disse que era por um mês os senhores fazem o que entenderem / na minha escola mando eu " Claro Disse logo isso " Os senhores fazem o que entenderem " E ninguém tirou é evidente Pois Eu não tinha que entrar em explicações de nada / Naturalmente não tinha não não não não não era o seu papel ah Agora eu considero que por exemplo o miúdo fazia xixi / andava de fraldas e eu passei-o para ele não fazer xixi / e ele começou a a aguentar-se uhuh Conseguiu isso Ele tinha oito anos mas tinha um comportamento para de uns quatro / ou cinco anos ele estava num grupo de crianças pequenas Não não s Ele estava era sempre muito mais desenvolvido porque eu acho que isso também acontece nos mongolóides / era a parte da sexualidade / uhuh porque com oito anos estava muito esperto percebe ? Creio que sim Pronto eu tinha cuidado em relação a isso Não havia problema nenhum Ai é ? As outras crianças que eram mesmo crianças de de quatro anos portanto o resto do desenvolvimento ele fazia / mas ele passou como os outros iam fazer xixi à casa de banho / ele passou a ir fazer xixi também à casa de banho / Passou a fazer e e tirou fraldas comigo Está a ver ? E enquanto ele era o mais desenvolvido / eu depois tratei de averiguar como é que era na escola onde se passava ele era o mais desenvolvido / tinha uns grandões completamente atrasados mas assim / miúdos de dezasseis anos / Sim sim em que este era o mais desenvolvido então ele não ganhava nada / em estar com os outros Claro claro que não tinha nada a ver Não tinha estímulo nenhum / e ali teve passar a comer / mais ordenado com mais controlo de movimentos / É tudo Ele começou Ele conseguiu Ele sabia que Ele conseguiu não digo que seja todos os casos / mas o que eu acho / é que efetivamente não em grande número / não se pode eu acho que não se pode misturar em grande número / Pois eu sei mas que um em classes / e depende do estado em que eles tão não é ? Se pode uhuhuh Pode ser É conveniente para uns e para outros Eu acho que é conveniente para os normais / Eu acho que sim respeitarem / Claro porque têm essa passam a viver com e como é conveniente para os outros para o seu próprio desenvolvimento / embora por exemplo saiba de crianças que tiveram / numa numa foram / colocados numa turma / de de ensino especial porque tinham / dois miúdos surdos dois miúdos surdos / e que usavam aparelho e não sei quê / e as famílias acharam que eles não tinham que estar nessas turmas especiais / E eu disse assim " Mas então são turmas mais reduzidas os professores dão os programas mais devagar " " Ah estou mesmo a ver que os programas não não dar os programas por não sei quê " E acham que são As famílias estavam numa revolta porque eram turmas especiais E eu disse " Bem graças a Deus estão numa turma especial especialmente são os melhores professores da escola que estão nessa turma " Claro Mas percebe ? É É Então existe um preconceito / não é ? Existe Existe um preconceito E quando menos se espera vem vem à flor da pele Vem Vem uma reação ah Houve Houve a tal agora um artigo que eu ainda não li mas uma amiga minha disse-me / que / do XYZ / uhuh que era o ser racista ou não ser racista / que talvez o pior em relação a estas coisas do que houve do / Eu também não li e não sei que mais / Sim Sim Sim que talvez um racismo / simulado / Acha ? que não surge / É está está anulado e que talvez seja pior do que tudo declarado / e que esteja pior do que o declarado É eu sei eu sei Diz que esse artigo que <não estava bem> estava bem feito eu não ainda não o vi / mas vou ter mas eu eu eu acho que realmente é assim um pouco É É acontece com / o racismo e acontece com outras coisas ah Por exemplo bocadinho fiquei chocada porque vi um um panfleto / a divulgar um um congresso / que era patrocinado pela União Europeia ou por uma daquelas comissões / e ah fiquei realmente muito perplexa / porque é que havia haveria de haver bolsas entre outras / ah situações para mulheres / investigadoras Eu percebo mal isto Porque é que havia de ser para mulheres investigadoras e não para pessoas ? Pois Não é ? hum Aquilo para mim não faz nenhum sentido Acho que estamos no final do século vinte e aquilo não faz nenhum sentido Ainda por cima vindo de uma instituição ah aparentemente tão importante Porque ah haveria ah / uma bolsa que cobriria o valor da da inscrição no no na conferência / e mais não sei o quê ah Havia para ah jovens investigadoras / e os jovens investigadores ia ia até aos trinta e cinco anos de idade / e também para / mulheres investigadoras Mulheres investigadoras Eu achei aquilo chocante porque / no meio a a que aquilo se destina esta esta uma observação desta natureza / não faz nenhum sentido não é ? Não se percebe pelo menos Não se percebe Aqui muitos anos atrás ainda / se falava muito destas coisas hoje em dia / pensava que isto era um dado adquirido não é ? Que não éramos / para ser tratadas assim Temos tantas dificuldades / certo ? Mas não precisavamos de de dessas coisas Pois pelos vistos ... hhh Enfim Parece que não é não não não se evoluiu muito / apesar de tantas ah reflexões e tantas lutas E Mas não se evoluiu / porque o grande problema Não pois mas nota-se o grande problema não é o não é as conquistas que a gente / nota-se nestas coisas Aparentemente faz consegue não é não é não é ? Ou que ganha / não é ? Nisso o que não evoluiram foi a cabeça dos homens É mas é que não nada mesmo E portanto a questão está toda Portanto não não mais nenhuma E nós saímos as grandes perdedoras desta luta não é ? Eu penso que sim Eu penso que sim / porque se não ganharmos papéis Mas vão vir outros tempos mas vão vi vão vir outros tempos Ganharmos papéis mas não perdermos papéis / é isto é isto Pois é Estamos sempre a somar / É e depois nota-se nas nossas caras hhh hhh A dificuldade que para É para aguentar É Eu acho que sim porque toda a gente se queixa / e sei que é verdade que a as mulheres / que / trabalham fora hum primeiro mu muitas trabalham porque gostam / sim senhor A maior parte trabalha porque necessita / E ah não deixam de fazer todas aquelas outras coisas que fariam / ah se vivessem noutro tempo em que não necessitassem / ou não quisessem trabalhar fora não é ? Portanto fariam todas as ah / coisas de casa e também todas as outras / que é efetivamente aquilo que passa não é ? E fazemos mais do que elas faziam não é ? Ah pois Sim porque estamos temos expectativas diferentes e / Porque elas tinha nos damos a luxos diferentes e / Pois por causa disso trabalhamos desmedidamente E a própria tecnologia não é ? Fazemos muito mais do que aquilo de que necessitamos não é ? É evidente uh É o É o evoluir tem um preço / pagamos o preço da da da evolução Sim É um facto O pior é chamar-lhe evolução ainda por cima não é ? Na verdade está aqui incluído todo o processo de juízos de valor não é ? hhh hhh Pois é então Sobre o aspeto tecnológico houve evolução é evidente mas agora mas mas mais nada que isso eu acho Claro O problema é saber se isso serve para alguma coisa / Ai é ? se serve para muito ou se serve para aquilo que se pretendia Pois Mas enfim A gente tem que ir aguentando os tempos não é ? Ah pois cada um vive no seu e não tem muito que fazer / ah Mas tem que se saber defender hhh hhh Isso é o mínimo que se pode tentar fazer hhh Está bem espero que tenha muito sucesso com o seu trabalho Vamos ver Vamos ver se isto / corre bem ah E eu agradeço-lhe muito ter colaborado nisto suponho que não vale a pena estarmos com muito mais tempo de / conversa vou deixá-la ir à sua vontade Está muito obrigada Agradeço-lhe muito a colaboração De nada agora lhe queria perguntar uma coisa / por acaso fixou o nome daquel ou sabe qual é aquela colega / a que a XYZ se referia à pouco ? Sei é XYZ É XYZ / vou escrever para que não me esqueça do nome Sim Sim Aquela do encontro ao meio dia não é ? Sim Sim E como é que é o seu nome ? Eu não sei é o seu XYZ Ah XYZ Vou pôr aqui que é para não / haver engano assim amanhã à às dez / Está bem ah eu procuro-a a si XYZ ? Está bem XYZ XYZ E peço para a para a incomodarem na reunião ? Sim não faz mal se se pergunte onde eu estou / se me aparecer assim na na porta da da coi da reunião / eu levanto-me e vou procurar as crianças Ok muito obrigada Está bem ? De nada obrigada eu hhh

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