DI_87BM25b
Without Title
ID | 87 |
Participant | J. Oliveira |
Gender | Masculino |
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O
que
é
que
o
senhor
achou
disto
tudo
?
diga-me
lá
com
franqueza
ah
muito
cansativo
?
não
quer
dizer
cansativo
não
...
eu
normalmente
sou
de
leitura
muito
rápida
quer
dizer
não
não
não
faço
muita
pausa
quer
dizer
pelo
menos
na
parte
das
palavras
acho
que
a
fiz
assim
bastante
apressada
?
não
sei
não
não
fez
fez
com
o
à
vontade
que
uma
pessoa
que
lê
faz
mas
não
o
fez
muito
muito
...
n
eu
normalmente
costumo
costumo
ler
muito
apressadamente
em
público
não
é
?
ah
hum
hum
mas
por
quê
?
é
uma
questão
de
nervosismo
?
talvez
não
quer
dizer
não
sei
se
é
por
nervosismo
mas
se
não
por
norma
hum
faz
assim
e
quando
falo
para
o
público
normalmente
entusiasmo-me
muito
não
é
?
e
esse
entusiasmo
é
que
me
obriga
muitas
vezes
a
falar
rápido
não
é
?
quer
dizer
...
e
tem
muitas
circunstâncias
em
que
fala
em
público
faço
sim
sim
normalmente
por
exemplo
em
em
debates
em
colóquios
em
seminários
por
por
por
norma
cust
intervêm
sempre
sempre
sempre
hum
hum
em
que
tipo
de
colóquios
e
seminários
pronto
de
caráter
pedagógico
por
exemplo
quando
foi
na
lei
de
base
do
sistema
educativo
que
foi
lançada
e
eu
aqui
um
grande
plenário
em
em
Braga
não
é
?
com
algumas
centenas
de
pessoas
e
a
nível
do
ensino
primário
eu
intervim
em
quase
todas
as
situações
sim
eh
estava
bem
fundamentado
?
sim
quer
dizer
porque
estive
sempre
ligado
quer
dizer
ao
ensino
e
quer
dizer
fazia
fazia
muito
auto-formação
/
e
sempre
que
tocava
alguma
coisa
no
ensino
primário
eu
gostava
de
defender
de
certo
modo
a
classe
não
é
?
quer
dizer
e
isso
hum
/
fez-se
em
todos
em
todos
em
todos
os
colóquios
em
todas
as
intervenções
/
todos
os
colóquios
tanto
é
que
depois
pediram
sempre
a
minha
opinião
por
exemplo
por
escrito
para
para
a
lei
de
base
quando
eu
estava
ligado
por
exemplo
à
inspecção
a
novos
programas
portanto
fui
sempre
...
portanto
chamado
a
intervir
nisso
quer
dizer
a
dar
o
meu
o
meu
parecer
parecido
com
o
inclusivamente
neste
neste
recordo-me
nesse
na
quando
foi
a
lei
de
bases
lançamento
hum
hum
recordo-me
que
depois
a
comissão
que
estava
portanto
a
fazer
isso
né
?
portanto
e
eventualmente
tinha
a
televisão
também
acompanhada
eh
e
por
umas
coisas
que
eu
disse
portanto
obrigaram-me
portanto
a
portanto
vir
cá
fora
dizer
isso
para
para
a
televisão
não
é
?
portanto
é
diziam
que
a
escolas
estavam
destruídas
e
eu
tinha
dito
na
altura
que
só
se
destrói
aquilo
que
não
se
ama
não
é
?
claro
portanto
se
as
crianças
não
amam
a
escola
têm
que
a
destruir
destroem-na
não
é
?
quer
dizer
riscá-las
nas
carteiras
e
tal
e
depois
quiseram
parar
aquilo
quer
dizer
eu
pôr-me
na
na
na
Universidade
do
Minho
ali
junto
a
uma
grade
se
a
escola
era
ou
não
uma
prisão
e
tal
e
para
que
é
que
lhe
serviu
o
senhor
acha
que
contribuiu
decisivamente
para
que
as
crianças
tenham
esse
tipo
de
atitude
face
à
escola
?
e
eu
digo
isto
quer
dizer
porque
realmente
a
escola
não
já
diz
pouco
à
à
criança
quer
dizer
diz
pouco
diz
pouco
porque
a
escola
paralela
ah
tem
outros
outros
valores
e
portanto
a
escola
portanto
a
escola
institucional
não
tem
já
não
tem
possibilidade
de
certo
modo
de
atender
às
necessidades
dos
alunos
quer
dizer
e
normalmente
a
formação
dos
professores
está
centrada
portanto
numa
numa
num
num
tipo
de
aula
padrão
hum
hum
e
dificilmente
se
poderá
corresponder
às
necessidades
de
cada
de
cada
aluno
em
particular
portanto
hoje
numa
escola
de
massas
é
realmente
difícil
quer
dizer
os
problemas
que
traz
para
a
escola
não
é
?
a
família
de
casa
e
tudo
mais
quer
dizer
e
o
professor
e
o
professor
não
pode
normalmente
não
resolve
quer
dizer
não
só
por
falta
de
formação
mas
também
por
porque
foi
preparado
com
bastante
organização
quer
dizer
foi
preparado
para
uma
para
um
tipo
de
escola
da
sala
aula
universal
não
é
?
não
se
aprende
quer
dizer
e
portanto
não
se
passa
mais
daí
quer
dizer
não
não
não
se
prepara
para
a
diferença
não
se
trabalha
para
a
diferença
e
é
nessa
diferença
que
realmente
se
enriquece
o
coletivo
da
escola
quer
dizer
é
aproveitando
a
diferença
não
é
aproveitando
que
realmente
se
enriquece
o
coletivo
da
escola
quer
dizer
é
aproveitando
a
diferença
não
é
aproveitando
não
é
não
é
cortando
a
diferença
não
é
cortando
a
diferença
não
é
portanto
estandardizando
todos
os
alunos
ao
mesmo
nível
quer
dizer
e
isto
torna-se
muito
difícil
quer
dizer
e
os
professores
eu
digo
isto
porque
tive
muito
tempo
ligado
à
formação
de
professores
e
eu
como
profissional
gostava
muito
de
trabalhar
com
os
alunos
quer
dizer
e
mas
atendia
a
essas
irregularidades
por
exemplo
e
daí
que
os
professores
normalmente
eu
por
exemplo
já
há
vinte
anos
muitas
vezes
não
usava
o
livro
da
escola
usava
o
jornal
o
jornal
é
isto
quer
dizer
/
e
era
sobre
o
jornal
por
exemplo
que
se
trabalhava
durante
quinze
dias
quer
dizer
e
não
muito
o
livro
o
livro
adotado
quer
dizer
hoje
as
pessoas
normalmente
tudo
está
fabricado
fabricado
para
o
professor
exato
é
o
livro
o
manual
é
o
livro
de
fichas
tudo
quer
dizer
o
professor
já
nem
pensa
nem
precisa
de
pensar
está
tudo
feito
está
lá
está
tudo
feito
não
é
?
quer
dizer
e
eu
às
vezes
chego
chego
chego
a
por
em
causa
se
realmente
a
a
gama
de
livros
que
estão
expostos
para
para
seleção
dos
professores
para
em
relação
aos
seus
alunos
está
a
ser
útil
porque
o
professor
normalmente
faz
do
livro
adoptado
o
livro
único
não
é
?
exatamente
e
o
livro
único
tinha
a
grande
vantagem
era
pelo
pelo
menos
não
tinha
fichas
não
é
?
o
professor
tinha
de
dar
a
lição
pensar
e
preparar
e
e
portanto
não
podia
ler
como
eu
li
aqui
isto
não
é
?
sem
preparar
antes
não
é
?
saber
se
saiu
alguma
asneira
não
é
?
tinha
que
pelo
menos
em
casa
preparar
a
lição
/
o
texto
não
é
?
tinha
de
fazer
a
ficha
ou
então
levar
os
alunos
a
construir
a
ficha
etc
etc
né
?
exato
isto
permitia
um
trabalho
prévio
do
professor
hoje
não
o
professor
pega
e
vai
com
o
com
o
manual
com
o
manual
e
com
com
o
livro
e
o
aluno
praticamente
mm
também
pensa
pouco
põe
o
sim
ou
não
ou
põe
a
chave
põe
a
cruzeta
ou
cruzinha
e
tal
quer
dizer
e
o
aluno
como
não
escreve
...
não
sabe
...
não
sabe
escrever
portanto
assim
como
para
ler
para
aprender
a
ler
é
preciso
ler
muito
naturalmente
não
é
?
para
escrever
é
preciso
escrever
claro
e
hoje
a
escola
escreve
pouco
está
tudo
feito
é
verdade
é
põe
a
cruzinha
e
tudo
mais
quer
dizer
e
isto
traz
traz
esses
problemas
que
estamos
a
ver
gostava
de
saber
o
que
é
que
o
senhor
pensava
sobre
aquela
questão
dos
ah
currículos
alternativos
que
andaram
para
aí
a
falar
para
aqueles
alunos
que
tinham
um
uma
taxa
de
insucesso
bastante
elevada
olhe
eu
vou-lhe
dar
uma
experiência
que
eu
tenho
ah
a
nível
de
de
uma
turma
portanto
eu
vou-lhe
por
o
problema
é
o
seguinte
era
um
um
aluno
um
professor
que
era
sapateiro
/
e
veio
e
veio
veio
para
o
ministério
portanto
para
a
escola
de
Guimarães
na
altura
também
era
professor
mas
depois
saí
/
ah
e
ele
tirou
o
curso
em
Guimarães
e
um
dia
eu
fui
visitá-lo
eu
na
altura
estava
na
inspeção
e
fui
visitá-lo
hum
hum
era
uma
escola
que
me
pediram
para
visitar
frequentemente
porque
tinham
insucesso
insucesso
muito
grande
não
é
?
era
um
insucesso
muito
grande
/
não
é
?
e
eu
fui
visitar
esse
professor
portanto
a
quem
lhe
deram
esses
professores
novos
normalmente
dão-lhe
uma
turma
de
repetentes
/
os
piores
alunos
não
é
?
e
ele
estava
desesperado
e
chorou
comigo
exacto
disse-me
ah
que
possivelmente
iria
abandonar
o
ministério
porque
realmente
estava
há
oito
dias
aqui
oito
dias
acolá
e
este
ano
que
tinha
uma
turma
para
um
ano
inteiro
tinha
aquilo
que
se
via
não
é
?
quer
dizer
he
uma
turma
com
alunos
que
estavam
três
e
quatro
anos
no
primeiro
ano
de
escolaridade
não
é
?
e
eu
portanto
disse
"
não
não
não
vai
chorar
eu
venho
cá
todas
as
semanas
vamos
ajudá-lo
"
não
é
?
"
eu
vou
ajudá-lo
"
ah
olhe
em
primeiro
lugar
é
já
pôr
de
parte
os
livros
que
eles
adot
adotam
não
é
?
que
eles
já
têm
o
livro
três
e
quatro
anos
não
aprenderam
a
ler
...
não
é
agora
...
já
já
portanto
esse
livro
já
está
está
todo
roto
quer
dizer
já
não
diz
nada
quer
dizer
claro
vamos
eu
e
eu
então
comecei
eu
a
trabalhar
com
os
alunos
durante
um
dia
hum
hum
como
é
que
eu
como
é
que
eu
fazia
portanto
em
função
daquela
turma
não
é
?
conversei
com
eles
e
tal
e
começava
a
escrever
no
quadro
o
que
eles
diziam
/
/
algumas
palavras
algumas
frases
que
diziam
"
então
tu
disseste
isto
"
e
continuamos
até
que
...
fazíamos
um
texto
não
é
?
o
texto
e
depois
o
texto
era
explorar
por
exemplo
então
ou
e
explorado
e
tal
e
começávamos
a
explorar
e
tal
o
texto
e
então
depois
fazíamos
uma
leitura
global
hum
hum
eu
fazia
uma
leitura
global
e
eles
também
faziam
uma
leitura
global
portanto
han
globalmente
que
dizer
eles
não
não
não
conheciam
maior
praticamente
as
letras
não
é
?
razão
do
global
e
então
havia
a
preocupação
portanto
desse
texto
ser
fotocopiado
pra
um
passado
a
letra
impressa
portanto
com
uma
caneta
ou
ou
uma
ou
uma
esferográfica
grossa
não
é
?
ah
/
numa
folha
a
a
ou
cartolina
não
é
?
que
se
expunha
púnhamos
uma
corda
uma
uma
duma
ponta
da
sala
à
outra
pronto
/
e
então
púnhamos
lá
os
textos
que
eles
iam
fabricando
não
é
?
que
é
os
testes
colocávamos
os
textos
e
tal
e
portanto
eles
quando
queriam
levantavam-se
e
iam
ver
han
aquilo
que
tinha
dito
tá
ali
e
tal
"
onde
está
aqui
a
palavra
tal
?
"
e
eles
lá
iam
e
identificavam
bem
han
e
ele
como
era
tinha
era
um
rapaz
orgulhoso
o
professor
y
hhh
ele
já
foi
para
o
ministério
já
com
seriedade
pronto
ele
meteu
uma
prótese
numa
perna
e
tal
e
então
ele
como
tinha
com
a
faca
de
sapateiro
tinha
tinha
uma
fez
um
escantilhão
com
as
letras
muito
bem
feitas
não
é
?
portanto
ele
em
casa
copiava
o
texto
que
os
alunos
trabalhavam
e
depois
ele
copiava
o
texto
para
um
para
uma
folha
e
em
casa
/
passava
o
texto
para
apresentar
para
apresentar
lá
no
...
quer
dizer
para
pôr
sem
a
preocupação
de
depois
os
alunos
quando
quisessem
iam
ver
o
texto
este
texto
foi
de
ontem
este
de
hoje
quer
dizer
falamos
sobre
isto
falamos
sobre
aquilo
e
tal
exato
quer
dizer
e
e
e
de
certo
modo
também
como
eu
era
também
de
usar
essa
expressão
gostava
não
é
?
hum
hum
investíamos
muito
em
técnicas
de
expressão
várias
várias
técnicas
muitas
muitas
técnicas
de
maneira
que
eles
entusiasmassem
pela
escola
não
é
?
portanto
exato
ah
não
era
lá
conhecia
muitas
técnicas
e
experimentamos
tudo
não
é
?
portanto
a
ver
o
que
é
que
melhor
e
então
sobre
as
técnicas
experimentamos
quer
dizer
eles
entusiasmaram-se
pela
expressão
plástica
e
depois
da
expressão
plástica
fazíamos
textos
e
criavam
histórias
/
davam
um
título
por
exemplo
ao
texto
à
história
por
exemplo
um
título
que
desse
uma
palavra
a
um
título
a
este
a
este
desenho
portanto
um
título
quatro
títulos
ora
bem
reuníamos
ali
ides
fazer
um
texto
oral
sobre
sobre
estes
títulos
sei
lá
ha
ha
sobre
o
texto
o
título
que
liam
e
então
eles
procuravam
formar
um
texto
ligaram
duas
palavras
não
é
?
portanto
e
os
temas
não
é
?
e
apresentavam
não
é
?
e
apresentavam
depois
o
texto
que
o
professor
escolhia
não
é
?
e
então
ah
o
texto
era
passado
no
quadro
não
é
?
portanto
e
continuavam
portanto
além
disso
depois
podia
o
toda
a
turma
o
texto
não
é
?
era
passado
não
é
?
"
e
então
aqui
se
aqui
se
se
pusesse
o
que
que
vos
parece
isto
?
será
assim
um
verde
?
e
este
verde
como
é
?
é
escuro
?
é
claro
?
é
amarelado
e
tal
?
"
é
umé
um
verde-claro
pronto
é
um
verde-claro
portanto
procuravam
de
certo
modo
adjetivar
sempre
as
palavras
/
não
é
?
de
maneira
que
...
"
e
então
han
tu
vinhas
de
casa
?
"
"
eu
vinha
de
carro
pela
estrada
pela
estrada
afora
"
"
vinhas
por
que
lado
?
lado
direito
ou
lado
esquerdo
"
tal
e
sempre
a
preocupação
de
fazer
uma
classificação
quando
e
portanto
eles
eles
procuraram
realmente
depois
de
certo
modo
também
adjetivar
as
palavras
quer
dizer
e
assim
começava
a
entrar
/
portanto
a
adjetivação
vocabulário
e
e
eles
...
bem
o
que
é
certo
é
que
eles
começaram
a
se
entusiasmar
hum
hum
e
é
uma
turma
realmente
muito
difícil
o
que
é
certo
é
que
alguns
alunos
daqueles
que
andaram
no
primeiro
ano
quatro
cinco
anos
e
mais
passaram
passaram
do
primeiro
para
o
terceiro
ano
alguns
diretamente
?
sim
porque
eles
tinham
idade
não
é
?
portanto
era
o
que
se
permitia
portanto
e
maior
parte
deles
passaram
para
o
segundo
ano
houve
lá
um
que
que
não
passou
porque
era
um
um
autista
não
é
?
era
um
indivíduo
que
sentava-se
na
mesa
portanto
só
ia
pa
para
escola
para
comer
/
a
escola
tinha
cantina
não
é
?
rapaz
até
muito
forte
ele
desligava
tudo
ele
estava
ali
sentado
na
mesa
e
não
fazia
nada
quer
dizer
a
gente
dava-lhe
um
desenhinho
e
tal
para
fazer
e
tal
no
entanto
a
única
coisa
que
fazia
era
que
ele
já
acompanhava
o
professor
pelo
recreio
com
a
mala
e
tal
e
gostava
quer
dizer
dantes
ele
nem
nem
isso
fazia
não
é
?
hum
hum
pelo
menos
vinha
para
a
vinha
para
o
o
recreio
e
já
ia
se
socializando
era
difícil
não
é
?
mas
mas
mas
via
o
que
se
passava
no
recreio
com
o
professor
e
tal
isto
foi
sempre
uma
das
experiências
começou-se
quer
dizer
abandonamos
o
livro
único
e
passamos
a
servir-nos
do
do
da
invenção
e
daquilo
que
eles/que
ele
vivia
naquele
dia
não
é
?
o
caminho
da
escola
para
hoje
vamos
falar
do
caminho
da
escola
para
casa
"
o
que
é
que
vocês
viram
"
?
"
e
o
que
é
que
ouviram
"
e
tal
"
os
passarinhos
faziam
?
"
e
tal
se
não
sabiam
a
palavra
chilrear
ou
piar
e
tal
piavam
e
tal
e
depois
chilreavam
e
tal
depois
tinha
a
ver
com
a
experiência
não
é
?
eles
vinham
quer
dizer
ah
e
era
escrito
e
o
texto
era
passado
não
é
?
portanto
e
depois
aquilo
era
era
depois
os
próprios
textos
dos
alunos
/
/
tenho
também
uma
experiência
mais
ou
menos
deste
género
com
ciganos
também
com
ciganos
e
e
não
não-ciganos
/
quer
dizer
mas
isso
é
era
uma
professora
realmente
excecional
também
que
fez
fez
um
programa
para
...
um
programa
para
primeiro
reuniu
os
pais
dos
alunos
ciganos
e
dos
não-ciganos
e
dos
não-ciganos
era
uma
classe
bastante
elevada
normalmente
quase
todas
pessoas
licenciadas
que
era
uma
zona
de
Famalicão
muito
muito
rica
/
numa
zona
de
fábricas
e
tal
e
e
ela
fez
uma
reunião
e
os
pais
aceitaram
mas
ali
utilizamos
a
empresa
portanto
não
usamos
livro
mas
o
o
livro
era
feito
por
eles
não
é
?
portanto
hhh
os
ciganos
demais
participavam
o
que
o
que
lhes
diziam
e
tal
e
depois
e
depois
faziam
o
texto
na
imprensa
portanto
tiravam
o
texto
para
toda
a
turma
não
é
?
claro
portanto
e
então
ah
eles
faziam
os
textos
hhh
e
foi
assim
que
que
aprenderam
a
ler
e
com
uma
grande
vantagem
também
quer
dizer
como
por
exemplo
desse
projeto
que
normalmente
está
acompanhar
a
formação
/
não
é
?
é
um
projeto
de
fase
única
quer
dizer
a
professora
ficava
com
os
alunos
da
primeira
à
quarta
classe
sem
reprovar
ninguém
não
é
?
do
primeiro
ao
quarto
ano
sem
reprovar
ninguém
é
responsável
por
aqueles
até
aos
de
quarto
ano
não
é
?
portanto
de
maneira
que
alunos
que
propusessem
portanto
transitar
transitavam
do
primeiro
para
o
terceiro
sei
que
por
exemplo
que
houve
um
cigano
que
fez
os
quatro
anos
em
dois
não
é
?
está
a
ver
?
e
e
com
uma
grande
particularidade
:
é
que
ensinou
os
pais
a
ler
que
bom
e
normalmente
por
exemplo
chegamos
a
propor
por
exemplo
e
eles
iam
não
é
?
não
comigo
mas
com
essa
professora
chegaram
a
depois
a
fazer
formação
só
estou
a
dar
exemplos
de
de
e
levávamos
os
ciganos
também
para
o
testemunho
de
como
é
que
os
filhos
e
tal
como
é
que
eles
se
entusiasmaram
com
a
leitura
do
filho
quer
dizer
o
filho
realmente
fez
claro
já
tinha
uma
certa
idade
o
filho
não
é
?
daí
a
permitir
realmente
fazer
dois
anos
os
quatro
anos
em
dois
não
é
?
pois
mas
só
realmente
numa
fase
única
não
é
?
em
que
o
aproveitamento
dos
alunos
era
feito
à
medida
em
que
eles
iam
crescendo
e
transitavam
não
é
?
portanto
foi
um
foi
um
trabalho
também
interessante
/
quer
dizer
com
com
com
esses
ciganos
e
e
com
resultados
brilhantes
não
é
?
portanto
não
há
não
há
os
alunos
irrecuperáveis
?
não
não
alunos
que
ficaram
pois
e
e
e
por
assim
dizer
não
era
não
era
preciso
vá
lá
quase
currículo
alternativo
era
só
saber
tirar
da
experiência
dos
alunos
aquilo
que
eles
que
eles
têm
e
portanto
fazê-los
de
certo
modo
compreender
compreender
e
ao
mesmo
tempo
utilizar
e
sistematizar
esses
conhecimentos
e
sistematizá-los
quer
dizer
claro
de
maneira
que
os
ciganos
por
exemplo
claro
que
é
muito
difícil
por
exemplo
já
apanhei
aqui
uma
de
ciganos
quer
dizer
realmente
não
porque
realmente
o
te
a
linguagem
do
professor
era
para
linguagem
dos
não-ciganos
quando
na
escola
havia
alunos
mais
mais
ciganos
do
que
não-ciganos
portanto
"
a
falar
da
minha
casa
ora
ora
eu
tenho
uma
barraca
não
tenho
uma
casa
"
não
é
?
ele
desliga
imediatamente
para
falar
fazer
um
texto
em
que
fala
disto
ou
daquilo
ele
não
ligava
não
ligava
ao
texto
porque
aquilo
não
lhe
dizia
nada
não
é
?
hum
hum
depois
é
que
isso
complica
quer
dizer
é
que
os
ciganos
quer
dizer
também
não
têm
tempo
quer
dizer
não
há
tempos
definidos
é
eles
chegarem
às
nove
horas
ou
às
dez
horas
eu
uma
vez
tive
contacto
com
ciganos
franceses
aqui
/
numa
reunião
que
tive
até
por
causa
destes
ciganos
e
ele
diziam-me
"
você
tem
que
compreender
que
os
ciganos
não
têm
tempo
"
quer
dizer
o
tempo
não
há
não
há
tempo
não
há
não
vinte
e
quatro
horas
para
eles
num
dia
quer
dizer
o
cigano
vai
para
casa
se
pega
numa
viola
e
quer
cantar
os
alunos
as
crianças
que
estão
na
barraca
não
têm
tempo
para
fazer
os
trabalhos
/
têm
tempo
para
ir
lá
para
fora
cantar
e
deitam-se
às
horas
que
calhar
portanto
e
não
levantam-se
às
horas
que
têm
de
levantar
daí
que
realmente
/
as
pessoas
preocupam-se
muito
que
eles
vão
às
oito
e
meia
e
tal
mas
eles
têm
que
compreender
isso
quer
dizer
é
que
eles
não
têm
tempo
definido
quer
dizer
se
eu
hoje
pego
na
na
na
viola
canto
até
às
tantas
e
o
miúdo
também
acompanha
quer
dizer
não
mando
os
filhos
para
cama
porque
realmente
eles
não
vão
não
é
?
não
faz
parte
das
suas
...
não
tem
essas
regras
e
é
isto
e
que
normalmente
a
grande
dificuldade
é
que
realmente
não
se
aproveita
de
certo
modo
o
que
os
ciganos
têm
de
bom
para
para
a
escola
não
é
?
e
e
era
muito
bom
queque
os
outros
não-ciganos
conhecessem
essas
regras
porque
também
se
enriqueciam
/
quer
dizer
para
compreender
e
é
isto
que
a
escola
não
faz
quer
dizer
não
faz
a
diferença
não
aproveita
a
diferença
aniquila
a
diferença
não
é
?
exato
e
portanto
isso
não
vai
a
lado
nenhum
quer
dizer
a
escola
torna-se
realmente
segregadora
segregadora
e
portanto
e
torna-se
muito
difícil
porque
trabalha
para
um
tipo
de
aluno
médio
que
não
existe
não
é
?
é
isso
é
mau
pois
busca
uma
inspiração
uma
pena
não
existe
é
uma
pena
porque
realmente
voltei
no
tempo
disso
mas
e
portanto
pelo
menos
quando
orientei
o
estágio
os
meus
estagiários
foram
obrigados
a
ver
isso
não
é
?
a
sofrer
um
bocadinho
com
isso
a
sofrer
mesmo
não
é
?
a
sofrer
com
os
meus
alunos
porque
hen
quando
eu
não
me
dispunha
a
dar
aulas
eles
é
que
davam
a
aula
não
é
?
nunca
respondia
aos
meus
alunos
praticamente
/
/
só
respondia
quando
não
havia
quando
como
sendo
o
último
recurso
claro
portanto
o
aluno
dava
a
opinião
e
perguntava
"
que
te
parece
a
ti
?
"
ao
outro
colega
não
é
?
quer
dizer
eu
trabalhava
sempre
numa
linha
horizontalidade
o
professor
não
estava
sempre
no
no
lado
vertical
estava
no
lado
horizontal
estava
ao
lado
deles
quer
dizer
eu
era
um
entre
tantos
um
entre
eles
entre
tantos
portanto
e
só
quando
houve
enfim
a
turma
quase
não
houver
solução
é
que
recorriam
ao
professor
portanto
e
daí
que
/
daí
que
eu
que
eu
que
eu
hoje
me
orgulho
de
certo
modo
de
ver
os
trabalhos
quando
era
em
formação
mostrava
trabalhos
dos
meus
alunos
e
as
pessoas
não
acreditavam
/
não
é
?
porque
realmente
em
composições
ou
isto
ou
aquilo
há
muita
gente
no
décimo
segundo
ano
e
hoje
até
universitário
que
era
capaz
de
não
fazer
os
trabalhos
que
os
meus
alunos
faziam
alguns
na
quarta
classe
exato
fantástico
porque
realmente
eram
dispostos
estavam
e
depois
dramatizavam
tudo
portanto
quer
dizer
para
eles
portanto
se
eu
levava
o
jornal
levava
o
jornal
portanto
caía
uma
caneta
ao
chão
"
vamos
fazer
um
texto
sobre
isto
"
e
éramos
capazes
de
andar
oito
dias
à
volta
da
caneta
a
caneta
porque
caiu
partiu-se
"
por
que
que
ela
deixou
de
escrever
?
por
que
que
ela
deixou
de
escrever
?
"
claro
e
isto
e
isto
e
aquilo
e
tal
e
dizia
o
outro
"
mas
também
veja
lá
os
textos
"
que
aquilo
dava
não
é
?
trinta
anos
a
falar
sobre
sobre
a
caneta
que
cada
um
dizia
dava
dava
cada
um
dava
dava
a
sua
opinião
quer
dizer
/
o
que
sentia
o
que
gostaria
de
escrever
e
que
não
e
que
não
escreveu
não
é
?
que
tipo
de
caneta
é
que
era
que
permitiria
escrever
e
a
caneta
não
escreveu
aquilo
que
ele
pensaria
este
pensava
outra
coisa
quer
dizer
e
portanto
e
dali
andava-se
portanto
andava-se
à
volta
daquilo
portanto
o
livro
não
precisava
para
nada
portanto
e
trabalhava-se
aquilo
e
digamos
que
os
manuais
acabavam
por
ser
uma
espécie
de
auxílio
sim
auxiliar
auxiliar
auxiliar
da
preguiça
quer
dizer
mas
mas
normalmente
fazem
de
dele
o
o
objecto
único
da
aula
que
é
o
grande
mal
grande
mal
quer
dizer
e
os
alunos
não
têm
a
menor
paciência
pois
não
e
por
vezes
esses
manuais
também
não
são
muito
pois
não
e
e
e
com
erros
graves
não
é
?
pelo
menos
na
área
de
matemática
sim
têm
erros
graves
sim
horríveis
não
é
?
eu
cheguei
a
ver
e
depois
uma
pessoa
diz
"
oh
professor
mas
eu
vi
isto
num
num
livro
de
matemática
"
/
/
"
foi
num
livro
de
matemática
mas
isto
está
errado
"
por
exemplo
neste
caso
por
exemplo
recordo
no
exame
de
um
professor
e
portanto
e
até
era
orientador
de
estágio
/
não
é
?
por
exemplo
por
exemplo
hum
sei
lá
vamos
imaginar
vamos
imaginar
este
gravador
um
gravador
maior
e
um
pequeno
e
um
sinal
de
maior
não
é
?
matemático
não
é
?
gravador
grande
maior
que
aquele
não
é
maior
que
aquele
porque
é
o
sinal
de
maior
em
relação
à
matemática
em
relação
ao
ao
número
de
elementos
/
isto
é
um
elemento
aquele
é
um
elemento
não
é
maior
quer
dizer
mas
a
noção
de
maior
é
em
relação
a
quantidade
ao
tamanho
ao
volume
ou
qualquer
coisa
não
tem
nada
a
ver
não
tem
nada
a
ver
com
a
unidade
que
em
relação
que
tem
em
relação
ao
cardinal
ao
cardinal
um
isto
é
um
aquilo
é
um
quer
dizer
e
os
livros
manuais
utilizavam
o
sinal
maior
nesse
sentido
quer
dizer
e
tá
a
ver
quer
dizer
erros
gravíssimos
não
é
?
eu
vi
mas
isso
não
é
do
ponto
de
vista
conceptual
pois
é
eu
recordo-me
por
exemplo
pode
ser
simplesmente
uma
perspectiva
eu
eu
eu
normalmente
não
ia
visitar
escolas
...
como
são
estagiários
da
universidade
do
Minho
hum
hum
han
porque
mas
um
dia
fui
fui
por
curiosidade
visitar
visitar
uma
colega
que
era
hum
que
era
colega
de
um
rapaz
que
trabalhava
comigo
hum
hum
que
hoje
até
é
deputado
do
partido
socialista
e
em
tantas
eu
fui
lá
ver
e
estavam
a
dar
matemática
fui
ver
a
prova
de
matemática
e
até
era
engraçado
por
exemplo
vamos
imaginar
portanto
que
tenho
aqui
duas
flores
desenhadas
mais
uma
flor
desenhada
igual
e
a
professora
punha
três
número
três
cardinal
três
hhh
mais
uma
flor
igual
a
três
unida
hum
três
unidad
três
o
número
três
o
cardinal
três
bem
disse
"
como
é
que
você
chega
à
conclusão
que
duas
flores
mais
uma
flor
é
igual
a
três
?
"
ah
e
pronto
e
tinha
um
matemático
do
décimo
segundo
ano
a
caminho
da
universidade
não
é
?
exato
deixe
não
não
diga
nada
aos
alunos
deixe-os
fazer
portanto
fazer
para
ver
o
que
é
que
eles
dizem
portanto
eles
faziam
depois
duas
flores
mais
uma
flor
/
não
eles
consideram
duas
flores
mais
uma
flor
igual
à
três
flores
eles
desenhavam
as
três
flores
ah
desenhavam
as
três
flores
e
eles
pronto
não
eram
tão
burros
eles
é
que
tão
corretos
portanto
duas
flores
mais
uma
flor
é
igual
a
três
flores
agora
se
quiser
pôr
aqui
o
o
cardinal
dois
duas
flores
portanto
o
símbolo
dois
que
representa
aquele
conjunto
mais
um
daquele
conjunto
igual
a
três
não
é
?
portanto
assim
se
está
bem
/
agora
duas
flores
desenhar
duas
flores
mais
uma
flor
igual
ao
caráter
nunca
pode
dar
três
flores
que
tem
que
desenhar
três
flores
não
é
?
portanto
e
isto
eram
alunos
da
da
universidade
quer
dizer
alunos
e
raramente
tinha
uma
boa
professora
de
matemática
até
porque
reconheço
que
ela
é
uma
professora
excecional
mas
normalmente
não
normalmente
quer
dizer
estou
em
cima
quer
dizer
não
não
descem
a
estes
pormenores
porque
realmente
há
há
há
falta
de
formação
didática
dos
professores
/
/
eles
falam
muito
hoje
em
teoria
curricular
e
tudo
mais
e
acho
muito
bem
que
eu
acho
interessante
geralmente
até
para
uma
escola
de
massas
a
teoria
curricular
é
é
interessante
de
maneira
que
eles
possam
fazer
currículos
os
tais
currículos
adequados
aos
alunos
mas
não
têm
rendimento
no
campo
didáctico
que
que
realmente
alegando
alegando
que
a
didática
sei
lá
é
uma
é
uma
e
portanto
ah
cortava
as
particularidades
individuais
de
cada
um
portanto
era
uma
aula
única
para
todos
mas
não
quer
dizer
não
precisa
ser
uma
aula
única
para
todos
não
é
?
o
que
eles
têm
de
eliminar
é
processos
e
técnicas
processos
processos
de
maneira
a
chegar
aos
alunos
porque
eles
não
sabem
por
exemplo
dar
uma
lição
de
leitura
não
é
?
por
exemplo
ou
então
sabem
uma
forma
de
quer
dizer
não
eles
eles
sabem
neste
momento
fazer
a
lição
de
leitura
como
receberam
no
seu
tempo
de
instrução
primária
/
não
é
?
a
maior
parte
deles
não
é
?
portanto
ah
a
nível
a
nível
de
de/disso
não
aprenderam
nada
portanto
são
capazes
portanto
de
dar
um
texto
ao
aluno
"
lê
"
e
o
aluno
não
lê
porque
a
leitura
por
exemplo
eu
o
que
fiz
aqui
não
li
pois
é
porque
a
leitura
que
que
eu
que
se
entende
por
leitura
é
eu
conhecer
o
texto
antes
ler
para
ler
para
o
microfone
tenho
que
ler
portanto
muito
muito
bem
e
quando
quando
faço
leitura
por
exemplo
oral
que
é
para
um
público
com
certeza
tem
de
ser
uma
leitura
muitas
vezes
sai
aqui
quer
dizer
como
sai
não
é
?
portanto
sai
como
sai
porque
a
leitura
intelectual
permite
portanto
que
pelo
menos
se
faço
uma
leitura
silenciosa
ou
de
outra
maneira
portanto
de
maneira
que
eu
saiba
de
antemão
de
uma
maneira
geral
aquilo
que
o
texto
trata
de
maneira
que
eu
possa
de
maneira
que
eu
possa
fazer
intelectual
agora
se
um
aluno
lê
"
agora
lê
tu
continua
tu
continua
tu
"
não
há
leitura
aquilo
é
fracionais
é
decifrar
um
código
portanto
isso
não
é
leitura
/
/
e
outro
dia
veio
vieram
aqui
uns
alunos
não
é
?
com
prob
problemas
na
escola
e
mas
eu
já
estava
aqui
e
o
Ricardo
é
que
disse
"
olhe
vá
ali
/
/
estão
ali
uns
professores
e
você
está
mais
integrado
nisso
"
"
e
como
é
que
vocês
fazem
a
leitura
?
"
"
fazemos
assim
e
tal
"
"
e
olhe
e
e
você
quer
dizer
se
eu
lhe
der
por
exemplo
costuma
ir
à
missa
?
se
lhe
der
assim
por
exemplo
uma
bíblia
para
ler
assim
olhe
vá
ler
isto
vá
ler
isto
já
tinha
visto
isto
nas
igrejas
?
"
"
tenho
e
...
"
"
e
não
vê
intelectuais
a
encravarem-se
nessa
leituras
por
quê
?
"
porque
realmente
não
têm
uma
uma
construção
do
domínio
desse
texto
não
é
?
portanto
e
para
ler
para
um
público
tem
de
se
dominar
para
fazer
a
entoação
que
deve
e
tudo
mais
quer
dizer
é
isso
que
devem
fazer
os
alunos
quer
dizer
agora
vocês
começam
a
ler
e
tal
e
depois
começam
a
perguntar
não
/
vai
já
acabar
normalmente
começam
a
perguntar
ao
aluno
"
o
que
quer
dizer
isto
?
"
e
às
vezes
acontece
o
seguinte
/
quer
dizer
os
alunos
leram
o
texto
o
professor
vai
interpretar
o
texto
ao
fim
"
o
fulano
então
o
que
é
que
quer
dizer
isto
?
"
e
os
alunos
nada
"
o
que
quer
dizer
isto
?
"
nada
são
não
leram
não
leram
não
leram
portanto
e
é
o
que
eu
digo
"
vocês
têm
de
fazer
a
interpretação
antes
do
texto
tirar
todas
as
dúvidas
do
aluno
o
aluno
quando
lê
sabe
inteletualmente
o
que
vai
ler
"
sabe
o
que
vai
ler
portanto
aí
é
que
é
leitura
intelectual
expressiva
leitura
oral
expressiva
agora
se
vocês
chegam
à
conclusão
com
os
alunos
que
todos
leram
e
depois
querem
fazer
a
interpretação
do
texto
"
então
o
que
quer
dizer
isto
?
"
e
eles
nada
eles
não
leram
"
é
preciso
ensinar
um
código
"
quer
dizer
"
e
vocês
não
ensinaram
porque
eles
não
aprenderam
"
quer
dizer
isto
quer
dizer
é
que
muita
gente
julga
que
ensinou
quando
eles
não
aprenderam/não
aprendem
eles
o
professor
só
pode
dizer
que
ensinou
quando
o
aluno
aprendeu
claro
Não
é
?
se
o
aluno
não
aprendeu
o
professor
não
ensinou
nada
quer
dizer
e
é
estes
pequenos
pormenores
que
durante
três
anos
de
ou
escola
de
educação
não
não
dão
aos
professores
esseesse
mínimo
não
é
?
quer
dizer
e
ainda
ficam
espantados
"
então
ando
aqui
três
anos
e
nunca
me
disseram
nada
disso
"
realmente
agora
reconheço
que
isto
é
que
é
lógico
que
é
lógico
que
é
lógico
não
é
?
mas
isso
acontece
em
noventa
e
nove
por
cento
dos
casos
sim
nas
escolas
superiores
de
educação
hoje
não
se
fala
nada
de
de
leitura
de
de
de
de
nada
do
cálculo
quer
dizer
eu
fiz
quer
dizer
eu
fiz
eu
publiquei
um
livro
publiquei
dei-me
à
ousadia
de
fazer
um
livro
para
o
ensino
primário
de
cálculo
da
matemática
não
é
?
eh
vendi
mas
tenho
impressão
que
na
altura
fiz
o
livro
para
vinte
anos
depois
é
que
hoje
era
capaz
de
cheguei
por
exemplo
punha
por
exemplo
matemática
em
bases
diferentes
/
não
é
?
na
base
dois
na
base
três
na
base
quatro
na
base
cinco
e
as
pessoas
tão
habituadas
à
base
dez
que
é
a
dezena
não
é
?
portanto
e
não
há
na
sua
mentalidade
não
há
outra
possibilidade
de
contagem
não
é
?
portanto
"
ah
isso
é
muito
avançado
"
"
oh
ele
tem
a
mania
oh
oh
oh
"
é
muito
complicado
um
livro
interessante
um
livro
interessante
acabaria
com
todo
o
tradicionalismo
não
é
?
exato
e
o
terceiro
ano
então
é
um
livro
muito
revolucionário
logo
nas
primeiras
páginas
aí
que
foi
minha
asneira
hhh
devia
ter
começado
a
montar
de
mansinho
hhh
do
que
eles
levarem
com
aquilo
tudo
e
tal
e
portanto
até
tenho
um
livro
publicado
pela
pela
pela
Plátano
que
na
altura
editora
que
ninguém
ninguém
ninguém
entrava
no
primeiro
no
primeiro
ano
eu
cheguei
a
ir
lá
ao
hotel
Altis
fazer
uma
sobre
o
livro
não
é
?
ai
sim
?
professor
mas
quer
dizer
vendeu-se
mas
não
se
vendeu
assim
como
esses
do
do
mali
do
olifante
maior
que
o
elefante
pequeno
/
não
é
?
hhh
esses
é
que
se
vendiam
porque
a
livraria
é
que
portanto
normalmente
isto
acontece
é
que
o
quem
vende
o
livro
é
o
é
o
livreiro
sim
sim
e
ele
diz
ele
diz
"
isto
é
que
está
a
dar
"
pode
ser
uma
porcaria
mas
este
mas
este
dá-lhe
trinta
por
cento
e
a
Plát
e
a
Plátano
dava
só
vinte
o
da
Plátano
é
guardado
e
vende-se
o
da
Porta
Editora
vende-se
outro
não
é
?
e
é
isto
quer
dizer
mas
/
é
uma
pena
quer
dizer
e
então
é
o
que
eu
digo
:
e
eu
que
entrava
quer
dizer
cientificamente
nisso
/
quer
dizer
para
o
aluno
para
o
aluno
e
eu
faço
isso
com
os
alunos
eu
fico
espantado
quando
a
professora
me
diz
assim
"
olha
este
é
deficiente
assim
e
assado
"
e
eu
tenho
experiências
fantásticas
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