u view
Sem título
ID | 87 |
Participant | J. Oliveira |
Gender | Masculino |
Texto: -
mostrar 1 - 100 of 323 • seguintes
[1]
O
que
é
que
o
senhor
achou
disto
tudo
?
[5]
não
quer
dizer
cansativo
não
...
eu
normalmente
sou
de
leitura
muito
rápida
quer
dizer
não
não
não
faço
muita
pausa
quer
dizer
pelo
menos
na
parte
das
palavras
acho
que
a
fiz
assim
bastante
apressada
?
não
sei
[6]
não
não
fez
fez
com
o
à
vontade
que
uma
pessoa
que
lê
faz
mas
não
o
fez
muito
muito
...
[7]
n
eu
normalmente
costumo
costumo
ler
muito
apressadamente
em
público
não
é
?
ah
[8]
hum
hum
mas
por
quê
?
é
uma
questão
de
nervosismo
?
[9]
talvez
não
quer
dizer
não
sei
se
é
por
nervosismo
mas
se
não
por
norma
hum
[11]
e
quando
falo
para
o
público
normalmente
entusiasmo-me
muito
não
é
?
e
esse
entusiasmo
é
que
me
obriga
muitas
vezes
a
falar
rápido
não
é
?
quer
dizer
...
[12]
e
tem
muitas
circunstâncias
em
que
fala
em
público
[15]
sim
sim
normalmente
por
exemplo
em
[16]
em
debates
em
colóquios
em
seminários
por
por
por
norma
cust
[19]
hum
hum
em
que
tipo
de
colóquios
e
seminários
pronto
[20]
de
caráter
pedagógico
por
exemplo
quando
foi
na
lei
de
base
do
sistema
educativo
que
foi
lançada
e
eu
aqui
um
grande
plenário
em
em
Braga
não
é
?
com
algumas
centenas
de
pessoas
e
a
nível
do
ensino
primário
eu
intervim
em
quase
todas
as
situações
[23]
estava
bem
fundamentado
?
[24]
sim
quer
dizer
porque
estive
sempre
ligado
quer
dizer
ao
ensino
e
quer
dizer
fazia
fazia
muito
auto-formação
/
[25]
e
sempre
que
tocava
alguma
coisa
no
ensino
primário
eu
gostava
de
defender
de
certo
modo
a
classe
não
é
?
quer
dizer
e
isso
hum
/
[26]
fez-se
em
todos
em
todos
em
todos
os
colóquios
em
todas
as
intervenções
[27]
/
todos
os
colóquios
tanto
é
que
depois
pediram
sempre
a
minha
opinião
por
exemplo
por
escrito
para
para
a
lei
de
base
quando
eu
estava
ligado
por
exemplo
à
inspecção
[28]
a
novos
programas
portanto
fui
sempre
...
portanto
chamado
a
intervir
nisso
quer
dizer
a
dar
o
meu
o
meu
parecer
[30]
inclusivamente
neste
neste
recordo-me
nesse
na
quando
foi
a
lei
de
bases
lançamento
[32]
recordo-me
que
depois
a
comissão
que
estava
portanto
a
fazer
isso
né
?
portanto
e
eventualmente
tinha
a
televisão
também
acompanhada
eh
[33]
e
por
umas
coisas
que
eu
disse
portanto
obrigaram-me
portanto
a
portanto
vir
cá
fora
dizer
isso
para
para
a
televisão
não
é
?
portanto
é
diziam
que
a
escolas
estavam
destruídas
e
eu
tinha
dito
na
altura
que
só
se
destrói
aquilo
que
não
se
ama
não
é
?
[35]
portanto
se
as
crianças
não
amam
a
escola
têm
que
a
destruir
destroem-na
não
é
?
[36]
quer
dizer
riscá-las
nas
carteiras
e
tal
e
depois
quiseram
parar
aquilo
quer
dizer
eu
pôr-me
na
na
na
Universidade
do
Minho
ali
junto
a
uma
grade
se
a
escola
era
ou
não
uma
prisão
e
tal
e
para
que
é
que
lhe
serviu
[37]
o
senhor
acha
que
contribuiu
decisivamente
para
que
as
crianças
tenham
esse
tipo
de
atitude
face
à
escola
?
[38]
e
eu
digo
isto
quer
dizer
porque
realmente
a
escola
não
já
diz
pouco
à
à
criança
quer
dizer
diz
pouco
diz
pouco
porque
a
escola
paralela
ah
tem
outros
outros
valores
e
portanto
a
escola
portanto
a
escola
institucional
não
tem
já
não
tem
possibilidade
de
certo
modo
de
atender
às
necessidades
dos
alunos
quer
dizer
e
normalmente
a
formação
dos
professores
está
centrada
portanto
numa
numa
num
num
tipo
de
aula
padrão
[40]
e
dificilmente
se
poderá
corresponder
às
necessidades
de
cada
de
cada
aluno
em
particular
portanto
hoje
numa
escola
de
massas
é
realmente
difícil
quer
dizer
os
problemas
que
traz
para
a
escola
não
é
?
a
família
de
casa
e
tudo
mais
quer
dizer
[43]
normalmente
não
resolve
quer
dizer
não
só
por
falta
de
formação
mas
também
por
porque
foi
preparado
com
bastante
organização
quer
dizer
foi
preparado
para
uma
para
um
tipo
de
escola
da
sala
aula
universal
não
é
?
[44]
não
se
aprende
quer
dizer
e
portanto
não
se
passa
mais
daí
quer
dizer
não
não
não
se
prepara
para
a
diferença
não
se
trabalha
para
a
diferença
e
é
nessa
diferença
[45]
que
realmente
se
enriquece
o
coletivo
da
escola
quer
dizer
é
aproveitando
a
diferença
[46]
não
é
aproveitando
que
realmente
se
enriquece
o
coletivo
da
escola
quer
dizer
é
aproveitando
a
diferença
não
é
aproveitando
não
é
não
é
cortando
a
diferença
[47]
não
é
cortando
a
diferença
não
é
portanto
estandardizando
todos
os
alunos
ao
mesmo
nível
quer
dizer
e
isto
torna-se
muito
difícil
quer
dizer
e
os
professores
[48]
eu
digo
isto
porque
tive
muito
tempo
ligado
à
formação
de
professores
e
eu
como
profissional
gostava
muito
de
trabalhar
com
os
alunos
[49]
quer
dizer
e
mas
atendia
a
essas
irregularidades
por
exemplo
e
daí
que
os
professores
normalmente
eu
por
exemplo
[50]
já
há
vinte
anos
muitas
vezes
não
usava
o
livro
da
escola
usava
o
jornal
o
jornal
é
isto
quer
dizer
/
[51]
e
era
sobre
o
jornal
por
exemplo
que
se
trabalhava
durante
quinze
dias
quer
dizer
e
não
muito
o
livro
o
livro
adotado
[52]
quer
dizer
hoje
as
pessoas
normalmente
tudo
está
fabricado
fabricado
para
o
professor
[54]
é
o
livro
o
manual
é
o
livro
de
fichas
tudo
quer
dizer
o
professor
já
nem
pensa
nem
precisa
de
pensar
está
tudo
feito
[56]
está
tudo
feito
não
é
?
quer
dizer
e
eu
às
vezes
chego
chego
chego
a
por
em
causa
se
realmente
a
a
gama
de
livros
que
estão
expostos
para
para
seleção
dos
professores
para
em
relação
aos
seus
alunos
[57]
está
a
ser
útil
porque
o
professor
normalmente
faz
do
livro
adoptado
o
livro
único
não
é
?
[59]
e
o
livro
único
tinha
a
grande
vantagem
era
pelo
pelo
menos
não
tinha
fichas
não
é
?
o
professor
tinha
de
dar
a
lição
[61]
e
e
portanto
não
podia
ler
como
eu
li
aqui
isto
[62]
não
é
?
sem
preparar
antes
não
é
?
saber
se
saiu
alguma
asneira
não
é
?
tinha
que
pelo
menos
em
casa
preparar
a
lição
/
[63]
o
texto
não
é
?
tinha
de
fazer
a
ficha
ou
então
levar
os
alunos
a
construir
a
ficha
etc
etc
né
?
[65]
isto
permitia
um
trabalho
prévio
do
professor
hoje
não
o
professor
pega
[68]
e
com
com
o
livro
e
o
aluno
praticamente
mm
também
pensa
pouco
põe
o
sim
ou
não
ou
põe
a
chave
põe
a
cruzeta
ou
cruzinha
e
tal
quer
dizer
e
o
aluno
como
não
escreve
...
[71]
portanto
assim
como
para
ler
para
aprender
a
ler
é
preciso
ler
muito
[73]
não
é
?
para
escrever
é
preciso
escrever
[75]
e
hoje
a
escola
escreve
pouco
está
tudo
feito
[77]
põe
a
cruzinha
e
tudo
mais
quer
dizer
e
isto
traz
traz
esses
problemas
que
estamos
a
ver
[78]
gostava
de
saber
o
que
é
que
o
senhor
pensava
sobre
aquela
questão
dos
ah
currículos
alternativos
que
andaram
para
aí
a
falar
para
aqueles
alunos
que
tinham
um
uma
taxa
de
insucesso
bastante
elevada
[79]
olhe
eu
vou-lhe
dar
uma
experiência
que
eu
tenho
ah
a
nível
de
de
uma
turma
portanto
eu
vou-lhe
por
o
problema
é
o
seguinte
era
um
um
aluno
um
professor
que
era
sapateiro
[80]
/
e
veio
e
veio
veio
para
o
ministério
portanto
para
a
escola
de
Guimarães
na
altura
também
era
professor
mas
depois
saí
[81]
/
ah
e
ele
tirou
o
curso
em
Guimarães
e
um
dia
eu
fui
visitá-lo
eu
na
altura
estava
na
inspeção
e
fui
visitá-lo
[83]
era
uma
escola
que
me
pediram
para
visitar
frequentemente
porque
tinham
insucesso
insucesso
muito
grande
não
é
?
era
um
insucesso
muito
grande
/
[84]
não
é
?
e
eu
fui
visitar
esse
professor
portanto
a
quem
lhe
deram
esses
professores
novos
normalmente
dão-lhe
uma
turma
de
repetentes
[85]
/
os
piores
alunos
não
é
?
e
ele
estava
desesperado
e
chorou
comigo
[87]
disse-me
ah
que
possivelmente
iria
abandonar
o
ministério
porque
realmente
estava
há
oito
dias
aqui
oito
dias
acolá
e
este
ano
que
tinha
uma
turma
para
um
ano
inteiro
tinha
aquilo
que
se
via
não
é
?
quer
dizer
he
uma
turma
com
alunos
que
estavam
três
e
quatro
anos
no
primeiro
ano
de
escolaridade
[88]
não
é
?
e
eu
portanto
disse
"
não
não
não
vai
chorar
eu
venho
cá
todas
as
semanas
vamos
ajudá-lo
"
não
é
?
"
eu
vou
ajudá-lo
"
[89]
ah
olhe
em
primeiro
lugar
é
já
pôr
de
parte
os
livros
que
eles
adot
adotam
não
é
?
que
eles
já
têm
o
livro
três
e
quatro
anos
não
aprenderam
a
ler
...
[91]
já
já
portanto
esse
livro
já
está
está
todo
roto
quer
dizer
já
não
diz
nada
quer
dizer
[93]
vamos
eu
e
eu
então
comecei
eu
a
trabalhar
com
os
alunos
durante
um
dia
[95]
como
é
que
eu
como
é
que
eu
fazia
portanto
em
função
daquela
turma
não
é
?
conversei
com
eles
e
tal
e
começava
a
escrever
no
quadro
o
que
eles
diziam
[96]
/
/
algumas
palavras
algumas
frases
que
diziam
"
então
tu
disseste
isto
"
e
continuamos
até
que
...
fazíamos
um
texto
[97]
não
é
?
o
texto
e
depois
o
texto
era
explorar
por
exemplo
então
ou
e
explorado
e
tal
e
começávamos
a
explorar
e
tal
o
texto
e
então
depois
fazíamos
uma
leitura
global
[99]
eu
fazia
uma
leitura
global
e
eles
também
faziam
uma
leitura
global
portanto
han
globalmente
que
dizer
eles
não
não
não
conheciam
maior
praticamente
as
letras
não
é
?
[100]
razão
do
global
e
então
havia
a
preocupação
portanto
Edit as list • Representação em texto