DI_148BM34a
Sem título
ID | 148 |
Participant | V. Miranda |
Gender | Masculino |
Opções de representação
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acabámos
a
leitura
vamos
falar
agora
só
mais
eh
dois
ou
três
minutinhos
porque
infelizmente
não
tempos
tempo
para
mais
uma
vez
que
a
doutora
precisa
de
sair
logo
ao
sim
sim
com
certeza
meio-dia
e
também
queria
fazer
uma
pequena
conversa
com
ela
pois
pois
ah
diga-me
uma
coisa
os
seus
pais
eram
de
daqui
de
de
os
meus
pai
ora
bem
os
meus
pais
heh
o
meu
pai
já
faleceu
mas
ah
era
de
Boticas
hum
que
é
perto
de
a
vinte
quilómetros
de
Chaves
e
a
minha
mãe
é
de
de
Vila
Pouca
de
Aguiar
hum
hum
que
que
é
também
hm
que
é
perto
de
Vila
Real
relativamente
perto
de
Vila
Real
portanto
os
ambos
transmontanos
hum
hum
não
é
?
o
meu
p
/
o
meu
pai
mesmo
chamado
coração
do
Barroso
muito
bem
Barroso
que
é
o
coração
o
coração
de
dizem
o
coração
assim
de
[
/
]
de
Trás-os-Montes
daquela
é
parte
de
Trás-os-Montes
Boticas
que
fica
muito
pertinho
de
do
Barroso
hum
hum
não
é
?
e
ah
mas
nasceu
mas
mas
o
meu
pai
veio
eu
nasci
cá
e
o
meu
pai
veio
para
para
Braga
gue
muito
cedo
hum
hum
tinha
ainda
vonte
anos
mais
ou
menos
e
e
eu
nasci
cá
mas
por
exemplo
já
o
meu
irmão
a
seguir
a
mim
tenho
um
irmão
que
está
no
Porto
na
Faculdade
de
Engenharia
é
professor
lá
hum
hum
e
esse
meu
irmão
nasceu
porque
na
altura
a
minha
mãe
que
é
professora
está
aposentada
claro
hum
hum
ela
era
professora
primária
e
nessa
altura
estava
lá
em
Boticas
na
a
lecionar
a
terra
do
meu
pai
e
e
o
meu
irmão
nasceu
lá
hum
hum
por
exemplo
mas
vivemos
sempre
sempre
em
Braga
não
é
?
hum
hum
todos
nós
vivemos
sempre
em
Braga
quantos
é
que
são
?
embora
fôssemos
somos
quatro
quatro
embora
fôssemos
sempre
de
férias
a
Trás-os-Montes
e
gostássemos
muito
e
estamos
muito
ligados
huh
costumamos
dizer
todos
que
somos
um
produtos
um
bocado
híbrido
não
é
?
costela
transmontana
é
a
vida
de
Trás-os-Montes
com
com
com
alguma
coisa
do
do
Minho
não
é
?
hum
que
não
se
deu
alguma
ou
muita
coisa
com
certeza
do
Minho
ah
não
no
campo
linguístico
e
naquilo
a
que
nos
hum
diz
diz
respeito
/
eu
penso
que
sou
um
produto
um
bocado
híbrido
o
que
é
normal
porque
não
tenho
porque
é
normal
e
depois
e
aquilo
que
lhe
dizia
no
início
como
penso
que
tenho
um
pouco
de
ouvido
hum
hum
facilmente
capta
capto
as
coisas
por
exemplo
sei
que
não
é
de
Lisboa
pois
não
?
pois
não
hhh
pois
não
sou
do
Alentejo
pois
por
pois
vi
logo
que
não
era
/
é
que
não
era
que
não
era
de
Lisboa
quem
está
pois
com
o
ouvido
atento
percebe
é
e
e
há
pessoas
que
ficam
oiço-as
falar
e
pergunto
"
você
é
de
Chaves
não
é
?
"
e
é
"
como
é
que
?
"
adivinhou
?
"
como
é
que
sabe
?
"
porque
eu
já
estou
há
muitos
anos
em
Lisboa
pois
é
mas
há
determinado
é
é
determinadas
palavras
determinados
sons
que
são
que
ficam
sempre
por
mais
que
a
gente
é
à
procura
dessas
coisas
que
eu
ando
pois
hhh
ora
bem
e
há
determinados
sons
mas
conte-me
lá
que
desculpe
interrompê-lo
assim
mas
como
vê
esta
conversa
sim
sim
não
não
faz
mal
interrompa
quando
quiser
não
é
uma
conversa
normal
é
uma
conversa
pois
um
bocadinho
à
pressa
mas
há
bocadinho
queria
contar-me
uma
história
a
propósito
de
Cavado
lembra-se
?
ah
de
pois
porque
infelizmente
e
como
já
deu
conta
o
português
é
constantemente
agredido
agredido
na
nossa
televisão
sim
o
mínimo
que
se
podia
na
nossa
televisão
e
não
só
mas
mais
na
televisão
do
que
propriamente
na
rádio
hum
hum
na
rádio
ainda
estão
alguns
indivíduos
dos
mais
velhos
que
dos
mais
velhos
e
out
indivíduos
que
têm
outra
preparação
a
televisão
com
esta
ânsia
da
de
ganhar
audiências
e
assim
não
tem
grandes
critérios
critérios
ah
de
rigor
para
admitirem
pessoal
e
é
constante
constantemente
as
agressões
e
outro
dia
a
propósito
de
um
de
um
caso
de
uma
criança
que
estava
a
morrer
num
hospital
não
sei
quê
que
tinha
um
um
tumor
no
externo
o
que
é
que
disse
?
ah
a
locutora
disse
que
tinha
um
temor
no
no
esterno
pois
é
hhh
um
temor
tinha
um
temor
hhh
temos
não
é
?
ora
bem
isto
se
é
admissível
ou
descupável
numa
pessoa
comum
que
não
está
à
frente
dum
microfone
e
que
não
está
à
frente
hum
duma
câmara
de
televisão
imperdoável
é
imperdoável
porque
isto
tem
um
efeito
reprodutor
o
erro
muito
mais
do
que
aquilo
claro
que
se
diz
corretamente
não
é
?
o
erro
é
muito
mais
apreendido
é
apreendido
muito
mais
depressa
do
que
propriamente
infelizmente
para
nós
professores
não
é
que
a
correção
mas
do
que
a
correção
do
que
e
então
é
imp
/
é
perfeitamente
imperdoável
e
então
isto
surgiu
quando
se
falou
quando
se
informatizou
toda
todos
os
noticiários
passaram
a
ser
escritos
em
em
a
ser
processados
no
computador
como
sabia
na
altura
o
computador
não
tinha
os
primeiros
não
tinham
acentos
é
e
as
locutoras
e
os
locutores
então
era
constante
o
rio
Cavado
o
rio
Cavado
aqui
ah
/
hhh
aqui
no
Norte
não
é
?
foi
por
isso
que
eu
fui
ver
se
era
Cavado
hhh
ou
Cávado
ou
se
era
Cávado
não
é
?
e
efetivamente
era
Cávado
não
é
?
a
primeira
era
Cavado
e
a
segunda
não
a
primeira
a
primeira
é
pois
e
a
segunda
era
Cávado
e
e
foi
por
isso
que
eu
lhe
disse
do
da
história
é
é
é
isso
o
rio
Cavado
claro
para
além
do
/
para
além
de
não
de
não
saber
a
gente
não
tem
de
saber
os
nomes
dos
rios
todos
eu
evidentemente
se
me
aparecer
um
nome
muito
arrevesado
de
um
rio
ou
de
um
ou
de
uma
qualquer
um
qualquer
nome
próprio
hum
hum
de
lá
de
baixo
pode
não
saber
eu
sou
perfeitamente
capaz
de
de
não
saber
dizer
sobretudo
nomes
nomes
que
onde
onde
possa
ser
heh
facilmente
confundido
um
som
fechado
com
um
som
aberto
claro
porque
/
porque
por
exemplo
ca
aqui
no
norte
diz-se
Esposende
as
pessoas
do
Sul
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