PESSOA

 

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[Título principal]: edição digital

Fernando Pessoa
Nada fica de nada. Nada somos.

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Nada fica de nada. Nada somos. Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos Da irrespirável treva que nos pese Da húmida terra imposta, Cadáveres adiados que procriam.

Leis feitas, estátuas vistas, odes findas Tudo tem cova sua. Se nós, carnes A que um íntimo sol sangue, temos Poente, porque não elas? Somos contos contando contos, nada.

28-9-1932

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