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[Título principal]: edição digital
| Fernando Pessoa |
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| Súbdito inútil de astros dominantes, |
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Súbdito inútil de astros dominantes,
Passageiros como eu, vivo uma vida
Que nem quero nem amo,
Minha porque sou ela.
No ergástulo de ser quem sou, contudo,
De em mim pensar me livro, olhando no alto
Os astros que dominam,
Submisso de os ver belos.
Vastidão vã que finge de infinito
(Como se o infinito se pudesse ver!) —
Lembra-me a liberdade?
Como, se ela a não tem?
19-11-1933
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