PESSOA

 

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[Título principal]: edição digital

Fernando Pessoa
A nada imploram tuas mãos já coisas,

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Três odes A nada imploram tuas mãos coisas, Nem convencem teus lábios parados, No abafo subterrâneo Da húmida imposta terra. talvez o sorriso com que amavas Te embalsama remota, e nas memórias Te ergue qual eras, hoje Cortiço apodrecido. E o nome inútil que teu corpo morto Usou, vivo, na terra, como uma alma, Não lembra. A ode grava, Anónimo, um sorriso.

Maio 1927

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