PESSOA

 

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[Título principal]: edição digital

Fernando Pessoa
Feliz aquele a quem a vida grata

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XXXVIII Feliz aquele a quem a vida grata Concedeu que dos deuses se lembrasse E visse como eles Estas terrenas cousas onde mora Um reflexo mortal da imortal vida. Feliz, que quando a hora tributária Transpor seu átrio porque a Parca corte O fio fiado até ao fim, Gozar poderá o alto prémio De errar no Averno grato abrigo Da convivência.

Mas aquele que quer outro antepor Aos mais antigos Deuses que no Olimpo Seguiram a Saturno O seu blasfemo ser abandonado Na fria expiação até que os Deuses De quem se esqueceu deles se recordem Erra, sombra inquieta, incertamente, Nem o filho lhe põe na boca O estígio óbolo devido. E sobre seu corpo insepulto Não deita terra o viandante.

11 e 12-9-1916

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