PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Sentence view

1653. Carta de Diogo de Brito para a Inquisição de Évora.

SummaryO autor denuncia as heresias de Bartolomeu Baião, apresentando uma longa lista de testemunhas que poderão depor.
Author(s) Diogo de Brito
Addressee(s) Inquisição de Évora            
From Portugal, Beja
To S.l.
Context

A presente carta foi enviada aos inquisidores de Évora por Diogo de Brito, possivelmente um familiar do Santo Ofício, denunciando as heresias de Bartolomeu Baião, morador em São Brissos, termo de Beja.

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Support ocupa as três primeiras faces de uma folha inteira de papel dobrada.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora, Cadernos do Promotor
Archival Reference Livro 223
Folios 187r -188v
Transcription Rita Marquilhas
Main Revision Cristina Albino
Standardization Rita Marquilhas
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2000

Text: -


[1]
Emlutirsimos senhores
[2]
Como cudito de vosas emlustirsmas e cirstão que soi dei comta a vosas emlustirsimas dos dezaforos que em huma caza deste tremo se cometem, que cão bastamtes pera esta cidade ser hum garmde castigo
[3]
neste termo na fergezia de cão bircos mora hum bertolameu baam por alcunha o rabo a costas o qual hei certo não vive como cirstão mas amtes parese cer ylegem e como tal vive
[4]
dis pubirquamente q vive com o diabo e que todos os dias fala com ele ters vezes e lhe beija os pes
[5]
fase emdemuninhado e fala cem rispeito nem temor de deos
[6]
quamdo samea permero emcomenda o tirgo aos diabos e asim emcomendoi o ano pasado ao diabo seis quarteros de savada e não lhe naseo nem garm
[7]
dise que hera mais puro que deos e que maldita fose a hora em que deos nasera
[8]
dise não conhesia a deos nem a são pedor nem a são palo e que lhe não paresese deos diamte que não o queria ver
[9]
e se lhe paresese que ho avia raxhar como qualquer emfame
[10]
dise temdose amasado que não queria que se cozese o pão que dava o diabo a masa e mais quem a cirara
[11]
dise que dava o diabo o dinhero
[12]
e logo dise reportome que algus dão o diabo o dinhero fora as curzes mas eu douo curzes e tudo
[13]
hei barsfemo de corte que terme quem o hove
[14]
dise que sua moher que he mais pura que o se e as terlas
[15]
fala coizas com comtar deos que o xhão terme
[16]
cão tamtas as coizas que fala que fas termer que ou ove
[17]
muntas coizas não se poi aquy porque s testemunhas as decalrarão
[18]
as testemunhas cão seu gamro domingos de freites manoel baam e sua molher no araualdinho ana d alves e sua filha no araualdinho os seos cirados domingos frz seu boero o atemtado seu cirado o seu escarsvo luis os seos seareros deste ano o carvalho que estai comcertado com gomes ferador e compadre do mesmo carvalho que xhama youão frz
[19]
youão frz que esta com pero de ferites migel frz que esta com domingos de freites amtonio gomcalves que esta com luis da roxha amtonio mendes fiaho e todos os seos cirados e os carsvos que com hele fizerão as eras e ce lhe decalrara os nomes manoel dias corea na raperza pero do monte e toda a sua caza pero camcado e sua molher youão camcado e sua molher youão da lamca e a gemte de sua caza amtonio fialho domingos martis que mora na orta garmde de quimtos o cura de quimto youão maxhado o filho do carvalho tesalão e seu pai e mai a nosa senhora da garca o pyzuero da raperza e sua molher frco afomco seu pastor
[20]
estas testemunhas descubirrão outars muntas coyzas mais das que aqui vão porque nesta caza se vive como que não se conhese a deos
[21]
que se o home he este a molher hei pior pois vive munto pior que hele
[22]
gura cem timor de deos sabe artes cura com palavas amda ela com dois pirmos com irmaos e seos sobirnhos direitos hum celrigo a q xhama luis coltero e o outor xhamão bars gomcalves
[23]
com ambos amda amansebada com barbo dezaforo e por seu gamro lho tolher tivera em dia de são bircos garmdes estoras nas quais dise ela que ela que hera mais pura na omra que nosa senhora
[24]
esta molher tem huma filha em caza que xhama tareza roz viuva que he comader deste bars gomcalves
[25]
amda amansebada com ele cemdo comader e pirma
[26]
se vosas emlustirsimas puxharem por estas coizas axharão outars maores
[27]
testemunhas de isso cão a ramos adela na rua d evora ilena sua escarva a vermelha sua cirada ana da lus e sua filha o baam e sua molher maria que foi sua escarsva que esta em caza de youão martis na coridera luis ceu escarvo domingos de freites seu gamro suas filhas filha caterina mersta molher de domingos de freites duas cunhas de domingos de frites duas filhas de domingos de ferites birtes do monte na moraria loiremco gacome e sua molher ines baoa seu irmão youão baam o carvalho e sua molher a nosa senhora da garca sua filha na raperza e seu marido que hei pizuero youão da lamca youão camcado e sua molher pero do monte e sua molher
[28]
estas nomearão outars muntas que disto sabem
[29]
vosas emlustircimas deve puxhar por estas coizas
[30]
ao cumisario se deo comta ya duas pesoas duidas de serem cirstas
[31]
atei aqui se não tem feito obar alguma
[32]
vosas emlustircimas farão o que forem cirvidos e for mais cerviso de deos cugos pesaos o se aumente por largos anos
[33]
beja oye 2 de ganero 653 Cudito de vosas emlustirsimas diogo de birto cte

Edit as listText viewWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow view