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Maarten Janssen, 2014-

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1825. Carta de Fradique Loureiro, criado de servir, à sua amada.

SummaryO autor defende-se perante a amada de acusações que julga injustas.
Author(s) Fradique Loureiro
Addressee(s) Anónima4            
From S.l.
To S.l.
Context

O réu é Fradique Loureiro, solteiro e criado de servir. Foi preso por conduta indecente "principalmente com certas raparigas", criadas na casa de um desembargador, e por ter dado uma facada numa delas. A carta aqui transcrita estava na sua posse quando foi preso. O nome "Ferrão", mencionado na carta, é o nome do Desembargador.

Support quarto de folha de papel dobrado escrito nas três primeiras faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra F, Maço 15, Número 2, Caixa 33, Caderno [2]
Folios 4r-v
Transcription Ana Rita Guilherme
Main Revision Rita Marquilhas e Cristina Albino
Contextualization Ana Rita Guilherme
Standardization Sandra Antunes
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

Text: -


[1]
Minha Crida
[2]
mto Estimo a sua saude e da sua Mei e da mais famillia da Casa pois a ma he boa pa e tudo lhe dar gosto
[3]
ma Crida tenho pezar de não poder aparçer nesta Rua pur via do ferrão que me quer armar hu-m Crime
[4]
pois tudo Com mintir-a que eu lhe farrei huma fa-cada numa Besta
[5]
pois tudo he pur via do Bariga de Bixo do Cachiro que me quer pren-der e deitarme pur huma B-arra fora
[6]
pois eu Como não tenho Crime Algum não me temo de nada deste mundo
[7]
pois eu quero ver nu que histo para que se for contunuando que me queirão prender eu pego e mim e vo aSentar praça nu Rigimento de Cavallaria N 1 da Alcantra
[8]
mas quero o otro dia
[9]
apezar de eu hir morrer o Cais de tongo vinho aqui quando helle Estiver atras a porta pa dentro ferrolhe hum tiro
[10]
e conte helle Se me fizer hir a Catibar que eu Veiga que não tem rremedio Conte que o ferrão não devo 8 dias
[11]
eu hirei pa e ferino
[12]
mas Conte que se ha de Lembrar que fas huma Criença que não tem barba
[13]
se eu fizeçe Mal Alguem podia eu ter medo;
[14]
ma Crida hes aqui o que se paça he heste Dias
[15]
fara mtas Saudades á sua Mei e as meninas
[16]
e as minhas pa Comsigo não tem fim
[17]
deste seu amante do C
[18]
se eu for asantar praça me paçarei aqui Algumas vezes mas não Venho Ca sem vir fardado e Com heste
[19]
e Vome fazer desgraçado q Conto não me aCabo de cazar
[20]
Deos ma Crida do Cor
[21]
mesmo aSim quero ho Conçelho Seu
[22]
D
[23]
M S Fradique de Loreiro

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