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Maarten Janssen, 2014-

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[1784]. Carta de Costa para Manuel de Oliveira, trabalhador.

Autor(es)

Costa      

Destinatario(s)

Manuel de Oliveira                        

Resumen

O autor aconselha o amigo a confessar-se no tribunal do Santo Ofício.

Texto: -


[1]
Snr Manoel de olivra
[2]
Dou lhe a nota de q vay pa o sto Tribunal remetido com a culpa, q o vigro geral lhe fes, não por vinganssa, e dispique q quis fazer, do sobrinho, mas também pa deste modo livrar a pelle, pois todos asentão q o do vigro geral he q teve a culpa de vmce cazar, porq se elle lhe não aseita a certidão, q o Pillatos trousse do Hospital o q asim devia fazer, visto não se dizer nella q a da defunta Era cazada com vmce, ou ao menos q Era natural desta Va, não devia estar por ella sem q vmce justeficase ser a propria;
[3]
mas como elle he da forma q toda esta terra sabe, e tem obrado o q se tem visto sem temor, por ter por si o sacratario de sua Eminençia q tudo recobre, não nos cauza adimiracão couza alguma:
[4]
fique vmce na serteza de q se não são as razoins q o Prior de S Julião tem com o sobrinho delle, não se tira tal devassa, pois a fazello com zello o devia fazer logo qdo elle teve a nota de q vmce foi mandado apartar da segda mer qdo o do Prior asim lho mandou fazer.
[5]
Emfim a devassa q elle tirou, he devassa como nunca se vio, porq tirava as testas q lhe pareçia tinhão tão boa comciencia como elle
[6]
e he tão verdadeira, como agora qm sabe de judecial julga; porq depois de o obrigar a vmce a prizão E livramto nas primras testas como o Escrivão disse na folha q se correo e elle lha sumio qdo com ella se lhe requer e os mais documtos q se lhe juntarão, tirou novamte dobradas testas a titullo de referidas,
[7]
mas não se escrevia o q dezião as mesmas, a respeito do Parroco os receber por mto delle:
[8]
Emfim vmce vai pa hum Tribunal tão pio como recto,
[9]
não senão fazer justissa como Ds manda e quer, dando o seu, a seu Donno,
[10]
comfie vmce em o mesmo snr q ha de sahir julgado comforme a sua Ignocencia E ignorançia
[11]
e saiba q no mesmo sto Tribunal deve vmce confessar a verde como se estivesse aos pés de hum confessor, pois nelle se deve portar com humildade, verdade, e inteireza,
[12]
e rogue a Ds elumine os intendimtos desses rectos Ministros pa q venhão no co-nhecimto da verde pura pa asim deliberarem o seu cazo,
[13]
e comfie no mesmo snr, q ha de sahir como todos julgão;
[14]
remetolhe o reqto a q o vigro geral não quis defirir pa a Emtrega dos seus documtos
[15]
e qdo lhe lerem este rasguio logo, pois não quero q se veja a fim de elle o não saber e q fique comigo entre dentes. etca.
[16]
Costta

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