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[1567-1570]. Carta de Margarida Cerveira para André Fialho, padre.
Author(s)
Margarida Cerveira
Addressee(s)
André Fialho
Summary
A autora dá informações, mas utiliza uma espécie de código, escrevendo as palavras do fim para o princípio.
Text: -
[2]
me valha e nos valha por quẽ he
[3]
ac iv seu sotircse q em mto
descõsolarã por v seus
trabalos e suem estarẽ ainda ẽ
tanto crecemeto
[4]
meus pecados merecen tudo q parece q san
tantos q pasan por tantos sacrificios e auracan e tantas
lagremas de sange
[5]
ds he boa
testemunanha q falo vdade
[6]
padiv oãn es areuq sed arno ais ruim rop q nhũa aosep ebas
q ue di esid adan artoc elep rop q es oh esebos sodot
airirc
q odut oh q ed ele es esid era edadrev
[7]
porq eh
ds e ho mudo boa
testemunha od mto q em ogehc sues trabalos
[8]
e
es agora sobese
q ue aresid alguma cousa ed odot ficarã desorado e ue da mesma
manera por q lhe peco q tal não faca ainda q seja cõ seus
paretes e pirigoso e mto
porq para comigo não ten nesida
de de rogas de negẽ ne q me falhe ho q ue esto desejado
de
fazer e de v ainda q me custe a vida cotanto q não seja
ds mais aufïdido q basta
[9]
diverase de cõtetar a fortuna
cõ os trabalos q meus pecados q me ten dado tres
anos e meo ha
mas parece q ainda não san acabadas
minhas dasaviturã seja ds lovado pois não desarei de ho segir
quer por cruz quer por espinhos adiv
[10]
quẽ são pudese valer
e lhe custase adiv e fose secreto
[11]
eu em cõfisei ac oh
osocart e elh esid como
adnei a aobsil oc grande temor
q tive ed em predere
[12]
aresid lat asuoc q nũca araf e q meus
cõfesores em não quirian asolver ate
q me não desdiser
e q ue estava acõselhada cõ hũ bõ letrado q fazedo hũa carta
da minha letra cõ ele asinar ẽ q disese a vdade q bastava eu
desecaregar minha conciecia
[13]
lhe pidia como meu pastor q me ajudase a salvar
q se ele não podia
[14]
ele dise q si faria q fizese ue
a atrac
[15]
ele asinaria e a mandaria
[16]
filho asi
nisto cai ue ẽ cama isto era pola tridade
[18]
veo dise q ele quiria ir a evoa a levala
[19]
agradici ue mto aquilo e dise q ue lhe faria
ho
gusto e asi ho fiz como ho dinero e ha carta
[20]
e dolha pa partier outro
dia senão quando a tarde
ele ven e dise q falara cõ hũ fisiquo q lhe
disera q não fose fora
q lhe faria nogo
[21]
quan
do ue vi aquilo veja ho q pudise sentier
[22]
pidilhe
q quisese
asinar dise q não faria q era cõfisan
[23]
dise ue q lhe dava liceca pa iso finalmete não
quis
[24]
ue creo q se acõselar ha algẽ e q lhe dise
rã q não fizese
[25]
he causa pa lovar a
ds ho medo
q todos an q ne falar niso querẽ qudan q q polo
mesmo ficam presas
[26]
quando
vi aquilo como
em pude alavatar sobre hũ bordan mande
chamar ho vigaro por ele q he ho homẽ q
ser
ve ẽ san pedro q o outro esta doete ẽ sua
terra
[27]
e ese erã mto meu cõtraro e persigia
me por amor ed dezedo q ue ẽcobria suas
causas e q
não dizia a vdade q me avian de pre
der
[28]
e e falava mto mal de suas causas polo
q ue não forã a ele cõ nada
[29]
ẽfi
talhei cõ
ho vigaro asi omoc em ele aizid on ues
otircse
[30]
ele diseme q
era causa forte e avia
medo q me custase mto
[31]
ue dise q na iegia de ds
avia remedio
pa grandes pecadores q estava da
manera q via q me quiria salvar q ho q pidia
erã q me não desorase por
des meus
paretes q erã quẽ ele tirian ouvido q antes
me mandasen lacan no poso
[32]
e asi he vdade
e me não mandasen ir
[33]
farã como ja farã
q sabia q meus paretes me dariam hũ boca
do
q aqui se fose necesaro tirareme q fose
a minha custa q ue ho faria
[34]
e polo jurameto
q recebera q aquilo erã vdade q ho q dise erã
cõ puro temor e polo pecado q cõmiti
como
ma critan q eu estava aparilhada
a fazer pineteci dele q fose
secreta q hora era
[35]
e esta era a misiricordia
q pidia q me não desorasem polo mto escandalo
q faria ate desõra
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