Sentence view [1779]. Carta de Maria Helena Mexia Galvão de Sousa, recolhida num convento, para o irmão Gaspar Francisco de Sousa. Author(s)
Maria Elena Mexia Galvão de Sousa
Addressee(s)
Gaspar Francisco de Sousa
Summary
A autora dá alguns consehos ao irmão e conta-lhe que ficou surpreendida pelo tom da sua última carta, uma vez que nela percebeu ter havido intervenção de terceiros.
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[1]
Meu Gaspar e Mano do C Estimo deverte
o favor de q não sou mudavel , e q julgaces qui
mera o q te deziam , q inda q tiveces defeitos , a
ti deria o q me parecesse mas não a qm mais
te morteficasse
[2]
e Como em toda oCazião sabes
o q me tens devido não digo mais q não gosto de
vender finezas qdo satisfasso a mia amize
[3]
Eu
tãobem tenho tido varias cartas sem nome a
miassos não faltarão
[4]
mas como qm não deve não
teme intreguei tudo ao meu Sto Anto e fiquei cer
ta avia valernos pois a inocencia sempre chama
pela justissa ,
[5]
a carta q me remetes eu a man
dei fazer pa saber se te tinhão no avizo p
privado da mia Comresponda q a ser só de L
cendo o portador ciguro podias alargarte na es-
crita
[6]
e a resposta qdo a recebi me fes descomfiar
L ta tinha notado ,
[7]
emfim Como te não perju
dicou o passado , passado , e á vista tãobem não te
nho pouco q ditar ,
[8]
não me agradessas se não o mto
cuido q me tens devido , e grdes aflições , e a tua
prizão fes-me doente
[9]
não q foce Como L pintou
mas deome febre pelo Repente da nota e por es-
tar de cama qdo ma mandou N. a qm L par-
tecipou q a mim nada dice ,
[10]
mas emfim Como
Ds foi tanto noso amigo q descobrio o Pe D S
podemos respirar ,
[11]
Estimo vás pa sua caza e o q
te pesso é q lhe adequiras a vonte pois deves e
justamte acentar é teu Pay
[12]
e eu lhe estou tão
obrigda pelo excesso Com q se interessa na tua
soltura e de todos a utulide q não tenho expre
ssões nem couza algüa q me dezempenhe
[13]
cá me
dis receya L diga te tem em caza pa utelizar
ce
[14]
mas qm não tem o percizo Como a de fazer com
venienca a outrem ,
[15]
Ds primita q eu te vice
ja socegado e cazado de sorte q vice o mundo a
sua mentira e a espalhou de sorte q a fes crer
a mta gente a uns q querias Cazar , a outros
q lhe quizeras dar um tiro , a outros matar com
pessonha q te não tem acomodo pelas más condu
tas q tens , q não tratas se não marotos ,
[17]
faze por q conhessão a ver
de de tudo , foge de marotos , trata com pessoas
de qm aprendas e te não aruinem ,
[18]
lembrate sem
pre de q o Pe D S te fes este favor
[19]
toma os ceus
Comcos não lhe cejas ingrato q é vileza rece
ber o benefo e despois desconhecelo
[20]
vezita o N. q
lhe sou obrigda e tem levado mtas desfeitas por
meu respto
[21]
basta de comcos mas doutos com a
qle empo e amor q me deves e se mais pu
dera milhor , o conhecerias
[22]
Estimo a tua saude ,
Eu paso bem , e a tia sem novide
[23]
ela estima a
tua soltura pois bem te tem lamentado e se
te recomenda mto afectiva
[24]
e tãobem tem q
centir no genio de Lço q á 5 mezes lhe não dá
nada
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