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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1603. Carta de Paulo Gomes, mercador, para Luís Falcão, jurista.

Autor(es)

Paulo Gomes      

Destinatário(s)

Luís Falcão                        

Resumo

O autor relata a sua saída de Aveiro para Bordéus e queixa-se de um juiz que lhe extorquiu dinheiro para o proteger de uma ameaça de perseguição inquisitorial, afinal uma falsa ameaça.
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jhus Ma em bordeos a 24 de novembro de 1603 anos

Posto que VM me nam quis escrever temdo, portador tam certo como foi frco da fonqua portador desta, nem por iso ei de deixar de lhe fazer estas breves regras pa nellas lhe pedir me mande mtas novas suas, pois sabe o gosto e amor, com que sempre folgarei de ouvir boas novas suas, as quais queira deos me venham sempre como este seu compadre e amigo lhe deseja, e o nan ter eu feito isto ha mtos dias nam foi por me faltar vontade, mas como eu qua andava enfadado esperando todos os dias me tirasse deos de lla em pas minha molher e fos e mos trouxesse diante meus olhos nam andava de todo e em cuidar do modo que me vim sem falar com nenhum amigo e estava ao sabado a noite em minha caza bem quieto, e que ho ladram do juis me aVia de mandar Recado que logo me saisse porque pella menham me avia de prender, proque tinha en sua mão hum Rol de diogo vas pereira pa iso e me fes sair a meanoite sem me despedir de nenhum amigo nem parente, so a fim de levar corenta mil reis que minha molher lhe deu e des mil reis que me la devia e Vinte mil reis que me levou per outra falsidade, mas querera deos que page tudo por junto pois me fes desaquietar de minha naturesa e amigos, Mas oje nan me peza de me ver qua pois estou en boa terra aonde nan faltam igreijas, e mosteiros nem o mais necesario asim pa a alma como pa o corpo, seja deos louvado que me trouxe a ella e me livrou de testemunhos falsos que com verdade estava tan livre



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