O autor, que enviuvou recentemente, conta ao destinatário como sofre pela morte da mulher. Dá também notícias sobre as lutas liberais.
Exmo
Amigo do C Afinal vereficou-se o que eu tanto
temia, ja não existe minha Mulher a qm tanto
amava!! Eu estou conforme com os Decretos da Provida
agora ja não he remedio, ella não seria victima se
eu tivesse chigado a Lxa a tempo de a poder salvar,
mas esta dura Ley Militar, foi o seu assassino,
e Ds queira não faça ainda mais victimas.
Ah meu amigo sofrêr tanto com
huma doença tão impertinente e doloróza, estar a
inda convalecendo, e seportar, sobre tudo isto, hum
golpe tão factal pa mim, e ainda viver he não
ser chorão e babão.
Os meus cuidadosdesvelos agora se empregãosão sem ha
rotina, sua May nos ultimos instantes a recom
mendou aos meus cuidados, não hera precizo, eu sei
quaes são os meus deveres; mas coitada qual não tem
sido tambem a sua aflição, a perda de hu
ma May amiga e estremoza, a lembrança de
não ter outro amparo, senão o meu, que lhe pode
faltar, faltando-me a vida; o desemparo em q
ficaria então; tudo a deve atromentar, e fazella
digna de compaixão: estes poderózos motivos, espero q
sejão capazes, de animar-me e fazer com q não se
cumba a huma dõr tão aguda; o meu estado de
saude he ainda percario, he precizo que a razão