O autor queixa-se ao destinatário das muitas e injustas perseguições de que tem sido alvo, movidas por um capitão-mor.
Sr Conpadre Anto Guedes Soutto Mayor, Capitão e morguado
de Marzuagão, gde deus a vm etca
mto sintindo me parto sen me ser posivel verme
pessoalmte con vm mas he força de negoçio pe
lo q figuo desculpado, pois fui tão
pecãtte q fui
guanhar onrra e credito tão longe pa tudo vir per
der ha esta ingratta pattria onde sou tão persi
guido e tão injustamte como ds e todo ho mũndo
bẽ sabe, e isto no mais de porq cay da graça
de Anto de moraes, per lhe não poder dar ha
minha iggra de Zedes e me tem tanto tomado
a sua contta, q como he publiquo e notorio con seu
poder de capitão mor me veyo afronttar a minha
cassa e fazer soada de noitte con suas insignias
e motinando todo estte povo, e trasendo mta gentte
e soldados Armados e con seus irmãos so a fim de
me afrontar e matar o q sen dúvida fizera se
ds me não defendera de sua ira e trasendo
pa isso con seu poder te has justiças de sua
magde q ds gde per mtos annos amẽns e virme
çerquar a minha cassa e abalcroarme has portas
e maltratarme minha irmãa velha e des-
possada, e prẽderme meu sobrinho, e guavã
dose per mtas veses e en pco q se ele não vie
ra a minha cassa o não prẽdera nẽ buscara
q somte per me afronttar o fazia, e não con
tente cõ isto me fez tantas injurias como foi mandar
me matar per seu irmão joão de mesqta e qdo
viu q ds me defendeu, me fez prẽder sen ter
ordem de meu prelado nẽ eu ter culpas Al
guas e me fez trazer pelas porttas a vergonha