O autor diz ao amigo ter conseguido entregar uma carta dirigida a Luís dos Santos (homem emigrado no Brasil e acusado de bigamia), dando notícias de que esse homem, por estar ocupado com mulher e filhos no Brasil, não iria dar tanta atenção à mulher e filha que tinha em Portugal.
Meu Amo e S Mto Estimei as novas de
sua saude e da mais obrigação de caza, e Vmce me não fal
te com este mimo porq he de mto gosto.
Recibi a carta q Vmce me mandou pa Luiz dos Stos
a qal pode fiar na certeza q lhe foy intregue sem embar
go que elle não vive na cide porq vive asiste em hũ
citio retirado do povoado aonde esta com sua mer e filhos,
e assim mal pode elle ter lembrança da mer e filha que
lá tem, e não lhe paressa que he xasco, Cazou a face da Igre
eja a annos que esta denunciado ao santo officio, e tal
ves por se reciar fazerem-no logo descalso não se da
mto a comunicação anda como fugitivo, porem a carta
intregoulha hũ amo seu; e sua legitima mer o quizer
fazer hir pa a religião dos forçados pode lá requerer
a qm tem ese poder; e âlguns dez annos que he cazado;
e advirta vmce que he dos carapintros mais peroalvilhos que
dese porto sahio.
Estimarei q esta ache a vmce e a sra minha vizinha
e aos mininos com saude q o meu amor lhe dezo; e veja
se lhe presto de algua couza nesta terra porq o dezo servir,
e mostrarme aggradecido e não me despeso (querendo Ds)
de que ainda havemos ter hũas merendas no Beato = Anto, o
mesmo sr gde a todos por ms annoz. Bem do Para
31 de Mayo de 1749