O autor, lamentando-se da sua sina e de estar distante dos pais, implora pelas suas bênçãos e prepara-os para a receção de notícias menos afortunadas; descreve diversas peripécias por que passou desde que chegou ao Brasil, confessa ter desobedecido às ordens do pai e anuncia ter casado em Goiás.
[1] | Mãi hoje hé que Eu me
llembor de tanto amor
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[2] | que vmce me tinha neste dia me llembor dos excesus
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[3] | que vmce fazia por amar e venerar este filho inu
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[4] | till que antes Eu morrese quando minha
Mãi
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[5] | e sor me botou aos seus pes
e antes o navio fose a pique
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[6] | quando meti pes nelle
pa vir pa estas
terras
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[7] | que deixharia de agora lhe manefestar a vmce
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[8] | tantos trabalhos que tenho padesido por
estas
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[9] | terras. Agora dezejo e tenho dezejado 2 mil
vezes o ma-
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[10] | is vil canto da estervaria de vmce que se nelle me
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[11] | vi se não pasaria o que tenho
pasadó e terei pa pa-
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[12] | sar em satisfasão
de todos os meus pecados que
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[13] | não sei se se pagão os pecados neste mundo ou no ou
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[14] | tro mais bem
afurtunado daquelles que tem
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[15] | o seu pergatorio neste.
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[17] | Estando no
Rio de jan-
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[18] | eiro
pa continuar com os estudos em caza de
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[19] | meu Tio
Anto coelho quis as minhas infilicidades
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q me axhaxem com capacidade
pa soldadó de
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sta Catheriná e como Eu tive
huas estorias com hu-
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[22] | m celrigo filho do
portó e por elle me dizer ser
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[23] | tas
Libardades emtentei a matalló adonde
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[24] | semper lhe foi bater a sua porta
pa obra o que
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[25] | emtentava fes queixha de
mim ao governa-
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[26] | dor e andavão atras de mim a ver se me
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[27] | podiam apanhar
pa me mandar pa
sta Cathe
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[28] | rina
por soldado andei hums tenpos escondido
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[29] | na Rosá de meu tio
Caietano Coelho e de meu
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[30] | tio Antonio Coelho emté
que apareseó hum celrigo
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