O autor pede intervenção junto do rei de Portugal quanto a factos relacionados com o comportamento menos aceitável de um rei africano.
[1] |
|
---|
[2] |
M. N. Jorge Vaz
|
---|
[3] |
snor
A graça paz e amor de chro nosso redemptor more sempre em sua
|
---|
[4] |
alma amẽ: por o padre dioguo guomez laa ser como cõfio em
|
---|
[5] |
ho snor que seraa / nõ curarey nesta ser muyto larguo, soomte breve
|
---|
[6] | mẽte darey cõta a vm do q despois de sua ptida succedeo.
|
---|
[7] |
os irmãos me escreverão poucos dias ha q el Rey totalmẽte nõ
|
---|
[8] |
queria ouvir pregação, e q defendeo q se não ensinasse a doctri
|
---|
[9] | na no ambiro a qual hũ dos padres laa hia ensinar as molhe
|
---|
[10] | res porq nũca podemos acabar cõ ellas q quisessẽ vir a ygreja
|
---|
[11] |
e assy mãdou q hũa missa q se cada dia laa hia dizer polla
|
---|
[12] |
alma d el Rey dõ ao seu avoo q se nõ dissesse: e assy fez outros
|
---|
[13] |
grandes stremos cõ hũa carta que lhe inda quy escrevy o trasla
|
---|
[14] | do da qual prazeraa a nosso snor q muy cedo ho mostrare
|
---|
[15] | mos a vm de manra q jaa pareçe por estas obras q se vay
|
---|
[16] |
este homẽ fazendo outro farao / tambẽ me escreverão e ysto
|
---|
[17] |
afirmãdosse ser assy q muytas noites vay a cassa do mulato
|
---|
[18] |
luis piz q aguora he sua alma / e ahy come marmeladas he
|
---|
[19] |
folgua e nestas cousas e outras semelhãtes se exercita a gra
|
---|
[20] | vidade de hũ Rey q se preza muyto do nome de crianissimo /
|
---|
[21] |
muy neçessario pareçe ser q el Rey nosso snor acuda cõ rigor
|
---|
[22] |
a estas cousas pois a tratalos sua a atee guora cõ tãtos mi
|
---|
[23] | mos e regalos, os tem postos no cume da soberba. porq crea
|
---|
[24] |
vm que não tomão as cousas de s a como de pay e snor
|
---|
[25] |
q os estaa criando cõ tãtos regalos. mas tomanas como de
|
---|
[26] |
pa inferior e daquy lhes vẽ por ẽ os pees por cima de tudo: /
|
---|
[27] |
dou esta breve cõta a vm deixando tudo ho mais pa quãdo
|
---|
[28] |
nosso snor for servido q vamos a essa ylha q prazeraa a sua
|
---|
[29] |
divina majestade q seraa muy cedo. ho ptador desta he ma
|
---|
[30] | noel de viana cõ ho qual el Rey tem bem cõmunicado suas
|
---|
[31] |
cousas e elle as sabe muy bem. devia vm informarsse meuda
|
---|
[32] | mte por elle das cousas de qua pa q as escrevesse a s a por
|
---|
[33] | q os q de qua vão pa ptugal poucas vezes se lembrão de
|
---|
[34] |
desenganar a s a como he rezão q seya / peço a vm
|
---|
[35] |
por amor de nosso sor que ao pe dio guomez e ao irmão q
|
---|
[36] |
cõ elle vay faça çedo embarcar pa ptugal pois seraa grãde
|
---|
[37] |
sço de nosso snor elle por sua infinita mia vissite sempre
|
---|
[38] |
vm cõ sua graça pa q em tudo o sirva pfectamte deste
|
---|
[39] |
pinda a 11 de feverro de 1549
|
---|
[40] |
servo inutil ao snor e seu orador
|
---|
[41] |
|
---|
[42] | Jorge Vaz
|
---|