O autor queixa-se ao irmão de que este não lhe escreve há quatro meses, e faz-lhe ver a importância de se manterem unidos face às adversidades que a sua família tem sofrido.
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Suposto que vm se olvida tanto de mi eu
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[3] | não ei de deixar de o enfadar com cartas
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[4] | ate q de enfadado me escreva q lhe não es
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[5] | creva e com isso me darei por satisfeito q
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[6] | tendo cartas de sua mão saberei boas novas de
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[7] | sua saude que he o q mais estimo, e não queira
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[8] | vm por en contingençia minha confiança
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[9] | em q cude que toda a m q vm me fazia
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[10] | era mais por comprimto q por vontade q
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[11] | qdo nas bonanças (ainda q eu nunca as tive
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[12] | a Deus gracias) bem se achão amigos e ir-
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[13] | mãos mas nas adversidades se exprimen
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[14] | tão estas vontades se são verdadeiras, com
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[15] | justa cauza me queixo pois em 4 mezes
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[16] | não ouve hũ dia desocupado pa mandar-
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[17] | me 4 regras; he pouca dita minha e que
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[18] | de todo ponto devo de estar ja borrado de sua
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[19] | memoria, e como couza aborrecibel nẽ
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[20] | as minhas quer responder, donde venho a
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[21] | ver q sou mais neçio q todos pois comtudo
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[22] | torno a escrever a quẽ tão pouco cazo fas
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[23] | de mi e de minhas cartas: são efeitos de amor
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[24] | verdadeiro q donde se recebe mais agravos
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[25] | ali tem mais vontade; esta sabe deus q
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[26] | nunca me faltou pa vm e pa o mais minimo
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[27] | dessa caza nem faltara emqto viver e a vm
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