O autor dá notícias suas e das dificuldades financeiras da sua família e dos seus negócios, notifica-o da partida de um primo seu, Duarte Mendes Ribeiro, para a Bahia, e da chegada de uma sua irmã, Juliana Maria, que estivera presa pela Inquisição. Justifica ainda um pagamento atrasado, agradece as mercês que ele e sua mulher têm feito à sua família e acrescenta que não será necessário fazer partilhas por morte da sua mãe, pois os bens que ela deixou não chegam sequer para pagar as suas dívidas.
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[2] | que asistir eu nesta corte, bem deve Vmce ter conhesido
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[3] | pellas mais ocazionz, que nunca perdi nenhuma de
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[4] | dar a Vmce novaz minhaz e pedirlhe mas contenuase
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[5] | de sua saude que esta estimarei grandemte logre
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[6] | Vmce livre das molestias e queixaz com que me avi
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[7] | za ficava, e não menoz ma sra thia a Sra Ma Ay
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[8] | rez da Pina, em qm suas sobrinhaz saudozamte se rre
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[9] | comendão com mil saudadez, fazendo o propio em meus
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[10] | queridoz Primoz, e da pte de ma Irmam Juliana Ma
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[11] | dara Vmce a da sra oz agradesimtoz da esmolla que lhe
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[12] | fez, que bem sabia sua mce que qm como ella sahia
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[13] | de tão grandes trabalhoz, tudo lhe era nesesario, e Dz
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[14] | nosso sro lhe dara o pago, pellaz mcez e favores que
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[15] | continuamte noz fazem, e todoz nos estamoz resebem
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[16] | do. he qto se me ofrese, se me lenbrar mais algua
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[17] | couza direi em carta a pte fico pedindo a Dz que
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[18] | gde a Vmce ms anns como lhe dezo.
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Sobro de Vmce o mais amte q mais a Vmce
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[20] | estima e venera
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Mel Mendez Cunha
ezquesiame dizer a Vmce
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[22] | que era ezcuzada a recomen
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[23] | dasão que Vmce me faz de que
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[24] | por morte de ma May que Dz
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[25] | thenha em gloria, não era ne
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[26] | sesario fazer partilhas nem
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[27] | sorte aoz orfaonz, que estas so se fazem
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[28] | quando oz beis do cazal cresem daz dividaz que elle
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[29] | deve mas se estes não só não cheguavão mas ainda erão
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[30] | tão lemitadoz que seria vergonha fazerse partilha
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[31] | como avia eu de cuidar em tal ja que foi Dz ser
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[32] | vido que nenhum de noz tivese legitima de Pay nem
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[33] | de May a, não sendo a nossa caza daz que menos thenha
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[34] | grasas ao sro, na noza terra, mas he tão grande, o animo
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[35] | com que me acho, e a confiansa que thenho em Dz, suposto
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[36] | o meu pouco meresimto que não desconfio inda de que me
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[37] | ha de secorrer, e lenbrarsse da orfande de maz Irmanz
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[38] | que mtoz nasem, sem couza alguma, e vem a ter mto
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