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Maarten Janssen, 2014-
Resumen | A autora escreve a um amigo a pedir informações sobre o paradeiro do marido que pensa ter morrido afogado durante uma viagem. |
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Autor(es) | Rosária Maria de Lima |
Destinatario(s) | João da Rocha |
Desde | Portugal, Porto, Maia, Santa Maria de Avioso |
Para | Brasil, Rio de Janeiro |
Contexto | Este processo diz respeito a Matias Ferreira de Lima, cirurgião, cristão-velho de 36 anos de idade, filho de Caetano António (oficial de salteiro) e de Maria Ferreira, acusado de bigamia. Natural de São Romão de Vermoim (Porto) e morador em Minas de Jeruoca (Rio de Janeiro, Brasil), o réu era casado com Rosária Maria de Lima (autora da carta PSCR0553), de quem teve quatro filhos em oito anos. Sendo ainda viva a primeira mulher, tornou a casar com Luzia de Jesus, filha de Ana Lopes de Carvalho (autora da carta PSCR0554) e enteada de António Teixeira Barbosa; viveu com ela três anos No Brasil o réu usava o nome de João Gonçalves da Costa Nogueira, alegando ter mudado de nome por ter cometido um delito em São Paulo e julgar que as autoridades o procuravam. A sua bigamia foi denunciada por Caetano Pereira de Lemos, alfaiate, natural e morador do Porto, o qual viu chegar num navio a carta da primeira mulher. O delator sabia também por ouvir dizer a algumas testemunhas que o réu se tinha casado em Minas do Rio das Mortes no Brasil. Na sua confissão, Matias Ferreira de Lima disse ter-se ausentado para o Brasil por ter contraído dívidas e ter tido de fugir dos seus credores, que queriam a sua prisão ou morte. Julgou que poderia fazer fortuna no Brasil, ao mesmo tempo que se livrava dos seus algozes. Oito meses após o segundo casamento, foi mandado prender uma primeira vez por um vigário que tinha descoberto a sua bigamia. Mas conseguiu fugir da prisão e esteve algum tempo a monte. Em Serro Frio voltou a ser preso por ordem do vigário do Rio de Janeiro, sendo depois remetido para a cadeia em Lisboa. Em auto-da-fé de 24 de setembro de 1747, o réu foi condenado a abjuração de leve, a ser açoitado publicamente, a degredo para as galés por cinco anos, instrução na fé católica, penitências espirituais e pagamento de custas. Consta ainda do processo que após o degredo para as Galés, Rosária Maria de Lima foi ter com o marido, deixando os quatro filhos menores desamparados, e passou a sustentá-lo com as esmolas que pedia. O réu ficou muito doente e a sua primeira mulher pediu à Inquisição que o libertasse da penitência de degredo para que ambos pudessem voltar para casa e cuidar dos filhos. O réu foi então enviado para degredo no Porto para ficar mais perto da família. |
Soporte | meia folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces. |
Archivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fondo | Inquisição de Lisboa |
Referencia archivística | Processo 8110 |
Folios | 8r-v |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2308213 |
Transcripción | Leonor Tavares |
Revisión principal | Rita Marquilhas |
Contextualización | Leonor Tavares |
Normalización | Raïssa Gillier |
Anotación POS | Raïssa Gillier |
Fecha de transcipción | 2015 |
1742. Carta de Rosária Maria de Lima para João da Rocha, oficial de tanoeiro.
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