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Maarten Janssen, 2014-

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1684. Carta de Bento Machado, mercador, para as suas filhas, Maria da Piedade e Arcângela de Santo Tirso, freiras.

SummaryO autor garante às filhas que se encontra bem, apesar da carestia em que vive.
Author(s) Bento Machado
Addressee(s) Maria da Piedade            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Lisboa
Context

Este processo diz respeito a Bento Machado, mercador de 67 anos de idade, parte de cristão-novo, casado com Catarina Lopes e acusado de judaísmo. Natural de Peniche e morador em Montachique (termo de Lisboa), o réu era filho de Cristóvão Machado, mestre de meninos, e de Francisca Jorge. No depoimento, o réu disse que tinha ido à falência por perdas que teve no seu negócio e que, desde essa altura, vivia de cultivar uma quinta que lhe tinha arrendado o genro, Garcia Sanches da Silveira, no cabeço de Montachique, e que por isso todo o dinheiro que tinha estava empregado nas obras e consertos na dita quinta, pelo que já não tinha nada em sua posse. Desta forma, o réu evitou o sequestro de bens que tinha sido ordenado pela Inquisição. A carta inclusa no processo (PSCR304) serviu para comprovar a pobreza em que o réu vivia. Disse ainda que entendia estar preso pelo testemunho falso de pessoas suas inimigas. Preso a 20 de novembro de 1684, em auto-da-fé privado de 22 de outubro de 1685 o réu foi condenado a abjuração de leve, cárcere a arbítrio, penitências espirituais e pagamento de custas.

Support meia folha de papel dobrada, escrita na primeira e na terceira face.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 8460
Folios 11r e 13r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2308580
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Raïssa Gillier
Transcription date2015

Page 11r > 13r

[1]

Não sei q rezão vms tiverão pa Reseberen vinte

[2]
e sinqo mil rs por sento e sesenta valia mais
[3]
ser asin por q não chegasem a fiar pa
[4]
pel deste mofino q o poderia cobrar
[5]
e comer asin o dise o snr anto
[6]
nos dos con outras mais onras q de sua m
[7]
eu podia esperar mto endeferenca dos q
[8]
eu en descurso de mto tenpo dei suas mas po
[9]
is deos asin o premite consolome q he pa mi
[10]
nha melhora mas so choro o ser tão mofino,
[11]
q me atalhasen os meus pecados a que eu não
[12]
podese cunprir acela doutrina q algun dia
[13]
lhe dava desendo lhe censuran dolhe a vm q agora
[14]
de q vm avia de ter avia so de ser comiguo
[15]
e con ho menino joão e fui tão mofino e lha
[16]
solosito con outren a troqo de tanta dor de meu coracão
[17]
por de todo lhe não tirar o remedio q lhe não
[18]
poso dar mas forcado he ceixarme pois che

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