Visualización por frase 1654. Carta de Helena da Costa para o seu marido, Francisco Rodrigues, alfaiate em [Alcácer do Sal]. Autor(es)
Helena da Costa
Destinatario(s)
Francisco Ferreira
Resumen
A autora queixa-se ao marido, acusando-o da sua longa ausência. Conta-lhe também com pormenores os problemas judiciais e económicos por que tem passado.
Texto: Transcripción Edición Variante Normalización - Colores
mto fistiei oubir novas bosas
q tam
desConsolada vibo e sen novas uo
sas mto
mais maginamdo q bos
esquesias de min e da bosa filha
pois
bos tenho esCritas Catroze
Cartas todas remetidas a setu
vel a Caza de
ma ribeira adonde
me mandastas dizer
n hũa so Car
ta
q li da bosa mão e Cõ esta ag
uora duas o q me
Cauzou grande
pena pelo asima dito e por Cudar
que estarias doente
a lisboa
bos
esCrevi por sete portadores
aguora man
dei
hũa ho bexigua de manoel maCha
do q esta la
Como me dizeis q não tives
tes Carta minha não bos torno
Culpa o não me esCreveres q ainda
se bos as proCuraras as minhas
Car
tas era forsa q de tantas algũa
bos fora
aguora nesta bos
quero
avizar de tudo pa saveres o q
se pasa
eu mudeime pa a tore velha pelo sa
migel
tanto q hahi estive Jero
nimo preo me
vei penhorar en tudo Canto estava na Caza
dei Conta a voso Con
padre
ele deu
ordem pa se rasgar a penhora
eles fiCarão Cõ a papa na boCa
tan grande raiba foi a sua e a de ma fernamdes q não
falou mto tenpo Cõ o Con
padre e dis os diabos de bos e
q numCa aveis de vir a tera
e anda dizendo
a toda a jente
pa mo vire dizer hũ pouCo q estais mo espital de
lisboa outro po
uCo q morestes q ela a min não me
salva
Cando os macaricos virão a penhora
feita Cudando q lhe
aporveitase e q não tivese eu por onde lhe pugar a eles
fizero
hũa petição o iuis Como bos fugiras e eu não tinha nada de meu
estive Com vosa mai enCanto não aChei Caza
aguora moro defron
de minhas madrinhas aonde morou a grelha
se
bos estiveras Comiguo mto milhor
todos os dias estou
olhando se me
bateis a porta
avizaime Cando aveis de vir
se
não vindeme m
busCar q se eu não andara prenhe oubera
de
ir Cõ este ome
mas arisiei de não poder andar e mais eu q
mto doente q não me atrevi a ir falar Cõ este ome a sua
tera
o q
mto dezejei fazer e mais levarlhe esta Carta
q Cando
me ele levoi a vosa mandouma por hũ moso Como se não qis es
perar
e não fis a
senão duas reguaras mas fundada de ir la
mas iulouos q ando tão
doente q me não atrevi
mandei la mi
nha mai Cõ esta dahi a catro
dias q me a vosa foi dada
pesouos mto
q me escrevais todos os Coreos e q não pase
a pasCoa Como pasei o natal
q se não bindes ate antan fa
zei de Conta q parindo e
uindo o marinhoto dou comoguo la
q eu devo de parir pa a pasCoa
não se bos de de dinheiro q
ds não he de
faltar q eu ainda não bendi nada do
q me deixastes nem
enpinhei nem por iso me vai milhor
de dia cozo pa
Comer de noute fio pa Cando parir e pa pa
gar a Camiza
e outras meudaies de q bos savias
Cõ o lensiado
leite ia não
tendes Couza nhũa q o Castinheiro esteve prezo
en basto ate pagar
antam dezia q bos q lhe fizestes hũa a
sinado en Caza
do Chapeu pardo de lhe dares mil rz
a
guora ja não fala niso nem
ele não sei aonde anda sen
pre q numqua o veio
a voso Conpadre
tendes mta obrigua
são porq en todos os presos
Cando bos partistes
e outro
dia traziavos não sei
Cantos testois
Cando bos não aChou
fiCou morto por vos
enCanto o acupo o aCho mto serto
ele bos manda
mtos reCados
e vos bos não esquesais dele
en todas as Cartas e lhe escrevei o
q bos
pareser
vosa mai bos manda mtos reCados e
minha mai
os mesmos
a vosa filha hũa abraso mto aroChado jeroni
mo luis mtos reCados o pridigam mtos
eu
ta
men bos mando hũ abraso ainda q bos mo não mandastes
e bos
peso mto
q me não falteis Cõ novas vosas
duas Couzas
bos pido desa sidade
Cando bos vieres
q mas traguais
hũa pouCa de casa e hõs Corais
q he Couza q
mto dezejo q bem
saveis o fin q . os meus
levarão
e mais pesouos mto Como
amiguo q se tiveres
portador serto q bos alenbreis de min
q paso mtas nesidades e mais a vosa filha na Cama
bos
fis esta Carta q me bai
mto mal ja a mto tenpo
mais bos Conto os
mtos traualhões q pasei Cõ o desenbragua
dor
q estive arisCada a estar na Cadea
antam falei a do
us omes
q falase o desenborguador
antam dei testemu
nhous Como bos estavas
auzente avia tres mezes
mea vila esta
preza Cõ esta alsada
fiCou Culpado na
morte do filho de
matias de faria
dauinde miranda
prenderão a mãi dos feijoei
ros po da Costa o negro
e mtas forsas fizerão por bos
se
souberão aonde bos estavas la
ouverão d ir busCarbos
eu não
o qis dizer porq ouve medo
q ajurar
ainda alsada aqui esta
ainda não esta isto aCaba
do
não sei en q a de vir a parar
q tam enbrulada esta a vi
la
não aja falta
q me não esCre
vais todos os Coreos e perCurai as minhas
Cartas
desta vosa
molher ilena da Costa
Edit as list • Text view • Wordcloud • Facsimile view • Manuscript line view • Pageflow view • Syntactic annotation