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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1821. Carta atribuída a António Maria Vidal, acusado de ser salteador, para Manuel Vaz Lampreia, lavrador.

Autor(es)

António Maria Vidal      

Destinatário(s)

Manuel Vaz Lampreia                        

Resumo

O autor, sob nome falso, ameaça Manuel Vaz Lampreia pedindo-lhe ajuda na libertação de um companheiro.

Texto: -


[1]
Snr Manoel vás
[2]
Snr eu tenho huma denuncia prma mão a Seo Respeito da Sua vizinhança com quatro testemunhas aSentadas dessa va q Vmce he máo homem e q he jácobino
[3]
e a Respeto do nosso Principe q dis q nunca elle venha e q nem Ca se- croe Rei
[4]
o q vem fazer he levantar trebutos e q emqto o Frances esteve nun-ca pagou direitos e nem se lhe embargou co-uza sua e q emqto elle tiver dro tem el-le o Juis de Fora e mais o Capam Mor Comprado
[5]
por isso lhe devem mais de oito mil cruzados
[6]
e q és paçador e de máo Sangue e ate metestes hum dezortor num Capitullo sem elle ComCurrer pa tal e nem saber
[7]
em dia Nove de Julho quatro teste-munhas e nesta Corte pronptas pa Jurarem como o do Suplicante aballou do Ráto pa o barco com Noventa Muedas Suas em dro de Me-tal fora hum bilhete de trinta mil Reis po-is essa he a Cauza por q tu dizes q o dro q era teo
[8]
pois mais não he
[9]
pella tua boca não merece ser Castigado porq o não llevan-tou de sua Cabeça mas merecia tirarlhe a vi-da pello exceço q fazia e a sigurança Com- q o teve mas a sua fortuna he elle ser Soldo e não ser paizanno
[10]
não lhe ouvia pedir nada mas eu obrigome q em Vmce desdezendo do q tem dito q eu em garvão o mando proguntar e lhe mando Carta ma pa me fallar
[11]
tendolhe dado o perdão q esteje junto os atos qdo Responder a Concelho de Guerra
[12]
este homem he meo afilhado
[13]
tem Recebido mtos dros de Marxantes de Lxa
[14]
nunca aMadou nada a ninguem
[15]
tudo qto poem a este Homem são alevozias
[16]
este Homem não he qm dizem
[17]
este Homem não he filho dessas teras pois he filho de hum Coronel e afilhado meo
[18]
este Homem todos dizem q o conhicem sem o verem
[19]
este Homem em tudo são errados
[20]
este Homem em Vmce seo q este Homem Seje Solto
[21]
eu me obrigo a q elle andando por fêras q elles lhe venhao a descubrir qm lhe fes a sua afronta porq o q Vce não o descubrir não descobre ninguem porq conhece jente bom e máo por toda a provincia do Lentejo e algarve e nesta corte he elle dezerlo q tem Sido verdadero fazendo o q lhe digo Com brivide
[22]
prometolhe q em sua vida não tenha prigo de maos feitores e q cama em ma caza
[23]
e saber qm se emtreça por elle o Snr Intendente e o Snr Dezembargador de Corte
[24]
e cauza pello q me dizem q não pode ser solto por cer Soldo
[25]
q mande tirar huma abonação nesta Corte nas Cazas q elle tem servido pois esse orive q deo a denuncia delle ha de perder mais de q elle fes perder a esse imfillis desgraçado
[26]
basta Cortar os cunhos a mueda de Sua Magestade tudo o q toca a ouro e por testemunhas o Juis de Fora q acabou allegando com o seo escrivão e criado e qdo elle emsimou o seo ja elle o fazia
[27]
e eu ja lhe mandei huma Carta e agora mandolhe esta
[28]
faça o q quizer isto a de ser Com brivide pa q Vmce fique bem e elle tenha sua liberdade porq a Couza he commigo
[29]
eu sou de Vmce Cro Joaqm Pra Mendonça Cardra no dia 7 de Janro de 1821 Lisboa

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