Duas cartas particulares integram o processo de Dom Álvaro de Lima, que fora cónego no mosteiro de Refóios (Ponte de Lima), mas que vivia em estado de casado com Dona Leonor de Sá. Ao longo do processo, nota-se a existência de comunicações entre as entidades do mosteiro e a Inquisição de Coimbra, onde se pede o envio de documentos que suportem a demanda contra o antigo clérigo.
Bartolomeu Pinto, testemunha, foi designado como portador de um maço de cartas dirigido aos inquisidores de Coimbra, que acreditava fazerem parte de uma demanda contra o réu. Para a sua diligência, fez-se acompanhar de Sebastião Gonçalves, feitor dos frades daquele mosteiro. Durante o caminho para Coimbra, quando passavam na portela de Santo Estêvão, a duas léguas de Ponte de Lima, foram intercetados pelo próprio Dom Álvaro de Lima, António de Lima, seu filho, e dois criados da sua casa. Sob ameaça, Bartolomeu Pinto entregou-lhes o maço de documentos. Estes factos, além de patentes no testemunho, são o conteúdo da carta dirigida por Dom Afonso, do mosteiro de Refóios, ao inquisidor Diogo de Sousa.