PT | EN | ES

Menú principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Visualización por frase

1706. Carta de Manuel Carvalho Marques para Diogo da Silva de Gouveia e Abreu, juiz de fora.

Autor(es)

Manuel Carvalho Marques      

Destinatario(s)

Diogo da Silva de Gouveia e Abreu                        

Resumen

O autor dá ao destinatário notícias sobre o que se passa na sua vila e sobre o decorrer da devassa que o arcebispo de Évora lançara contra ele.

Texto: -


[1]
Sor D Do da silva De Gouveia e abreu
[2]
A de vm resebi q Mto apladi por saber lograva vmce Ampla saude,
[3]
eu pa cervir a vmce vivo com pronta vontade.
[4]
Sor Mto estimei a notissia q vmce me fes mce Anotisiar em q o seu negosio avia de tre em elle bom susesso porq sendo asim não tera a minha vontade mais q dezejar o agravo
[5]
suponho estera vmce ja emtregue delle comforme a notisia q me deu Mel Correia,
[6]
a pellasão q vmce mandou fazer foi eu com sivestre d abreu a caza do Dor Dourado e não nos foi posivel o podermos comseguir o hilla me fazer porq logo se fimgio com o pes em o estribo dizendo hia acudir a hũa seu tio a va de villa nova q estava merubundo e q o mandava buscar
[7]
mas sem elle se fes o q vmce queria porq logo foi silvestre d abreu com o escrivão pato apellar
[8]
o q tambem não custou pouco a fazer hir o pato porq os medos em esta terra são mtos e com Alguma rezão porq o sor bispo a todos atomo-rizava metendo bastantes medos com prizão pa Alju-be e dizendo elle e os mais ofissiais por onde se achavão q vm ja qua não avia de vir nem em o servisso de em rei avia mais emtrar
[9]
e a toda a testemunha q não jurava a seu gosto logo lhe metia medos com o sor Arsebispo e dizendolhe se vinha ja acomsilhada do escrivão das ora-sons e dizendo este he sebastianista pois vosse não dis nada pois qua tem vindo testemunhas dizer q vosse sabia mto e porqui mtas mais coizas q os q lla forão jurar andam dizendo
[10]
e ao pe frco lopes godinho o quis mandar prender gritando pello merinho e dizendo, chega ao barranco e quello pallar, e ao pato q emtrou logo, não seja vosse como o clerigo q eu quis agora mandar pa a bahia
[11]
com q he vos publica por esta terra q a huns com medo de prizois e outros com meguissias os hia livando pa jurarem
[12]
e o pe Dos de Andrade tambem me diserão q se não tirava de lla e que qua em baxo estava preguntando as testemunhas se tinham lla jurado isto ou aquillo q elle lhe preguntava
[13]
e queria q comtra vmce se jurasse e o rol das testemunhas me diserão elle ficara
[14]
e sempre andava com o sor bispo porq hia a pasear com elle mais o sor frer Mel da esparanssa
[15]
e tambem me diserão q em sua caza tinha Alguma caruaje sua e q o sor Arsebispo lhe tem premitido q tudo o q gastar corre por sua conta
[16]
e q diserã q mes q empinhase a sua Mitra o cazo avia hir a Roma
[17]
e q escervera a Me abbr q to-do o custo q o bispo fizese e mais ofissiais corria por sua conta por qui podera vmce saber o seu empenho,
[18]
e desta devassa com q estavão q me quer pare-ser q tudo isto era por conheserem q pello cazo vmce teria rezão e lhe queriam com a devassa fazer guerra mandandoa a em Rei.
[19]
mas vmce em todo o tem-po a de mostrar com q temsão foi tirada e mais com todos os seus inimigos porq so elles poderião jurar como todos os gastois e morgadas e Marsal da senca.
[20]
o paiva q estes dois não me parese q fizrão fizerão mal a sua obrigasão o q se preguntava em a de-vassa era como vmce dis q dezia se não dava das escumunhois do Arsebispo,
[21]
e q estava adeministrado justissa como fazer camaras e audienssias e q prendera os viradores por não hirem a camara e q hia ouvir missa e q dezia mto Mal do Dor vigairo geral,
[22]
e q preferia mtas mas palavras contra o sor Arsebispo de mal porsedidos
[23]
e q vce tinha hũa manseba em caza por o q hũa e mtas coizas mais porq me diserão erão doze capitollos,
[24]
e silvestre d abreu tambem foi testemunha
[25]
este lhe acha vmce com mais clareza dizer o porq elle preguntava
[26]
tambem preguntava por quatro pessoas mais q fallavão com vmce pasiavão como era Anto de villa lobos, e Anto borralho e Anto de mira, e Andre Mriz dourado e como vmce tambem mandara pellos cantos apreguar a solvisão do sor numsio, com q elle se foi desta va 3fra a tarde
[27]
suponho q antes de vmce ler esta sabera ja sua Magde de tudo porq o bispo me dizem disera q logo o sor Arsebispo havia dar conta de tudo,
[28]
o Sor Rdo da ponte chigou a esta villa
[29]
a tenpo q estava fora mas logo asim q chiguei o fui buscar
[30]
e não foi a minha furtuna tal q tivese a dita de lhe fallar porq batendo bastantemte a porta tanto da rua como do quintal me não quis acudir tendo o dis-pois notisia elle estava em caza
[31]
a mim me paresse isto era medo
[32]
emfim vmce lla julgara estas coizas
[33]
ao santos tenho feito prezente tudo o q ouver mistre o venha buscar a esta caza,
[34]
e isto mto antes Antes de vmce mo escerver no q vmce pode estar mto descansado
[35]
o Amigo juzeph borralho da silva fiz prezente a onra q vmce lhe fazia do q elle ficou mto agradesido como bom amigo porq so elle sabe sentir to-das estas coizas com o sisso q eu a vmce como posuir-mos lhe farei prezente,
[36]
ao sor Rdo pe fr. Mel me fara vmce da minha parte repetidas saudades e ao sor Dor frco de gouveia e abreu,
[37]
e vmce veja se destas partes tenha em q o sirva
[38]
me não poupe pois estou prontissimo em a vmce obedeser como seu maor deve-dor a pessoa de vmce a q Ds gde
[39]
oje 7 de 8bro de 1706
[40]
Amo e mto sirvidor de vmce Mel Carvalho Marques
[41]
E tem chigado a tanto estremo por não dizer medo q nem audiensias nem camaras se fizerão por se não temger o sino da camara em todo o tempo q o bispo aqui esteve,
[42]
em o pulutimo dia q se elle avia de hir mandou o juiz pedir lisemssa pa o mandar tenger, e isto com todo o seu entemdimto

Edit as listText viewWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow view