CARDS1049
[1617]. Carta de Alonso Carrillo de Albornoz, comediante, sob o nome falso Martim Lopes, para Fernando de Ataíde Vasconcelos.
Autor(es)
Alonso Carrillo de Albornoz
Destinatário(s)
Fernando de Ataíde Vasconcelos
Resumo
O autor tenta cobrar dinheiro ao destinatário, dando-lhe a alternativa de o ir angariar junto de terceiros.
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Ao sor D ferdo de
Ataide que Ds gde
Senhor D fernando
Por amor de Deos.
não andemos en ninherias que
os principes
não he Rezão que digão que desconfião de Di
nheiro e mais de Dinheiro tam pouco e
com
pessoa donde se pasa o que entre nos passa
que se fora per paga o que eu fazo Com
çem
mill cruzados. não me pagavas os pensamtos
quanto mais o que se intentar
allem de que eu
não sou tan Ruim que tam pouco Dinhe
iro me faza Rico, eu estou doente e
pobre e fraco e que ate o setembro
não me poso
por em caminho e por malogrados cem cruza
dos fugira e ficara desgostoso a
V m e con
tal enemigo por tam poco Dinheiro // o mu
darse a maim de Maria ana a suas
casas
de seu Veedor de V m foi porque como he muy
velhas e
muy doida e mariana não ha pode
sofrer e se eu quiser fazer alguma Cousa
en
casa não quero testimunhas esta he a
ocasião não outra asi Des nos de bom su
çeso //
V m Compre tudo e não se meta em
cheiros que os hei de comprar, eu, e por vida
sua de
que de Caminho que me faza mr
de mandar saver, de Dom fernando de acosta
un jentil
home do Visorrei se me fia na
cantidade de q V m gastou e porque este esta
ra longe
da Rua nova entrese no confei
teria e Pregunte Per Luis mendez comfei
teiro e digalhe se me quer fiar
en quenhen
tos cruzados este he homem humillde
de quem sera façil cousa Cobrar logo que eu
fugir
Con seu Dinheiro de V m mas creo
que he muito pouco pois Para duas mulas
não ha;
e ja que cai em tam ma Reputacam
com V m eu lhe darei Para que faza um
Contrato com aquelle
homem V m já sem pe
rigo ninhum justo a seu gosto de que fique
satisfeito e não me de Dinheiro
e despois
me dara Dous mill cruzados para que eu
me posa curar e estar esperando minha vin
tura e
V m Podera por ai fazer o que qui
ser, e dizer V m que ten dado muito e não
visto nada
Comfesolhe que tem gostado mas
das tres cousas q V m me emcarrego agora
nos ultimos
Dias quis mais Ver seos Cava
los que velas e se V m se alembra sempre
ficou Por V m o não se
ter feito ate agora
e lembrolhe que não sam falas de tan gran
de Principe Diçer que tem gastado pois
save
as neçesidades q tenho pasado
quatro meses ha que Pudera eu aproveitarme
de muitas mãos
e tomar Dinheiro dellas que
por pouco que forão estivera Vistido e oje
estou dispido e com tam pouco
credito com V m
que não uso Comfiar de mi çem cruzados me diz
que faz muito bem de descomfiar
Pase embo
ra que alguma hora savera V m que não sou
Vilão // os
te e dois Covados de tafeta já
lhe dise a
V m que são mister e para que não
Repare em cinco tostoins quem gasta tanto
que mais importa uma
Vontade desta mulher
qdo a havemos mister que tam çivil dinheiro
se
V m quiser ir a Trindade estarei la pellas
quatro horas e se for por diante sua
descomfian
ça de V m Darlhe ha ao frade q sera maior do
mo de seu
secreto; noso sor gde a
V m
Martim Lopez
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