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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0061

[1554]. Carta de Dona Isabel Moniz para Cristina, sua sobrinha.

Autor(es)

Isabel Moniz      

Destinatário(s)

Cristina                        

Resumo

A autora queixa-se das muitas necessidades que passa e do seu desejo de receber mercês do rei.
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Jhus snra filha minha ( do meu coracão

he verdade q os meus olhos vos ande ver tão cedo como dezeis praza ao snor des q me de esforco pera acheguar a hese tenpo porq fuy senpre tão mofina q nuqua aquabei de ver cousa d algua minha cosolacão quanto mais esta de mi tão desejada como sera ver a minha dona xpina nos meus bracos donde antão muora porq não quero mais vida q ate cõvosquo desquasar e deixarvos desquasada filha da minha alma seja o despacho como ds quiser e ouver mais por seu sirvico q ẽquanto eu tiver o q ds quererar q sua a me não tire aida q o faca a todo o reino sepre sera voso porq ja não quero nada senão pera vos e se for necesario a vosa honra ir me meter na madre de ds sobre minha vilhice o farei porq ja são certa q os q mais forão a minha chagua menos de merceis tiverão e não me fiquar de ser sua mai senão lagremas e sõgeicois q não poso morer senão padecer asi q vos não agaste sairdeis o q me madais dezer o qual eu dobrei por minha hõra dezer q suas altezas vos fizerão m de duzentos curzados quada hu ano ate vos asetarẽ algua m o mais q vos escrevestes asi q o asi dei e por q eu não fique falta nesta terra espera por aquele snor se nela criar e ver alquacãr car eu muitas merceis de suas altezas e mais verẽ a minha sogẽcão e vida por ode nada desmereco : noso snor seja louvado cu tudo e so nele cõfio q me cõsolara donde pera senpre espero viver porq tudo o mais he vento e vaidade mais q ter hua sostentacão nesta ẽpresa da vida pois se não pode iscusar : nesta deradeira carta q me escresvesteis me disesteis de como quiriais pidir a sua a q me fizese m dos moios q me ja dava a que ds como sabe a minha nicisidade e asi quiriais pidir as especias e acuquer q vos eu tanto ẽcomedei porq des q estou como sabeis nesta quasa nuqua dela ricibi por muitas q a quasa viesẽ q comiguo husasẽ dua curtisia de me darẽ hu pão de mea honca de quanela nẽ doutra cousa ninhua e sua a cudara o contraro do qual deize a verdade pois eu por minha cudicão lho nuqua quis escrever e as misquidades q a abadesa dona lucrecia comiguo tei husadas fazendolhe eu como sabeis antes q hela fose abadesa muitas quaridades de q he bem esquecida como se vio abadesa mas he tão mofina q tudo se lhe sume antre as mãos como todas ve asi q trabalhai por sua a me fazer m d algua cousa destas porq minhas douencas gasto muito e esta faco haida bem fraqua do muito sague q me tirarão e por me aida não alevantar não falei a dona filipa abadesa de lorvão a qual me vinha ver muito secretamente e esteve aqui hu dia escõdida e por eu não poder ir a grade se foi e ãna pinta lhe falou pola qual me madou dezer q não vinha senão a avisar e mi toda a parte q lorvão tinha e ẽtreguarme as suas letras o qual eu não quis aceitar cõpareceo de sua a me não querer fazer esta m porq me parece q a mais por seu sirvico q eu ande as soldadas q não q se ẽxergue e mio pera q são asi q se foi cõmo mãodar aguasalhar como a hua dona da guarda q me vinha ver como quis q se disese e q cõtudo me avia de tornar a fretar nada desejo e nada quero senão vervos meu coracão algua honra antes da minha morte a qual sepre tivi vida ha trita e dos anos q me não são hu so dia ẽtero sẽ doenca ou desgosto como a vinte anos q me vedes padecer e aguora estar tal q me não conhecereis ho minha filha vidinos antes q de todo aquabe de morer sẽ vos e trazeime muitas bonas novas de suas altezas pera minha cõsolacão e asi beijai por mi as mãos ao snor secretario a q afiquadamente pidi a ds a sua vida e asi a sra sua molher cuija mui certa sua horador são // a bencão de ds e a minha vos mando e ao snor meu filho feita a vinte d abril desta hera de quatro

da vosa verdadeira mãi dona isabel moniz

Legenda:

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