Representação em facsímile
1627. Cópia de carta de João Gomes Lopes, confeiteiro, para a sua cunhada, Inês Pires.
Autor(es)
João Gomes Lopes
Destinatário(s)
Inês Pires
Resumo
O autor escreve à mulher do seu irmão, Inês Pires, referindo que está a tentar ajudar o seu marido e aconselhando-a a deixar o marido fugido e longe para que não seja apanhado.
Resebi sua carta de v m neça me cõta o estado
em que esta de v m mtas grasas a ds porque
ainda pudera ser pior pois que lhe não
acomtesido nada de mtas grasas a ds
com tudo e comformese cõ o tempo q asim
fazem os outros inda q comforme vejo cudo q v m não quer deixar hir seu marido por ese mundo deixeo v m hir ja q
asim quis a fortuna q mtos derão mto dro
porque lhe disesem o que diserão o seu marido e asim v m o deixe hir e não queira
telo em parte donde o acolhão porq esta
isto oje de maneira que não hai pai
por filho nem filho por pai sabido he
que se tem falado nele e ainda mal mtas
vezes porque tantas vezes tem falado ne
le ele me escreve hũa carta com o homẽ
que fas zonbaria do q lhe tenho avizado
eu não mandei la o homẽ a lume de palhas
se não com mto bom fundamto de v m nẽ
ele quizerem fazer o que lhe tenho avizado
tomara o q lhe vier porq eu por meus pe
cados ja ds foi servido de me levar a com
panheira e asim não hai q falar v m di
ga o seu marido o que lhe releva q ser
to que outros derão mto dro por outro
avizo e não ha mister escreverme mil
parvoises e coizas de q todos dizem q ele
esta doiso pois a cabo de hũ mes e man
dado la hũ propio bastava sem mais
avizo agora dezemcarego minha com
siensia fasão o que lhe pareser dispois não me digão que não fis o q num
qua fes nimguem que a min me tem isto custado o que v m não tem de
seu nem eu q isto v m la e não sabem o q qua vai digo q não
lhe nada e sere os olhos e vase por ese mundo e não aja outra coiza a ds
que gde a v m
V