O autor dirige-se ao destinatário dando-lhe notícias suas e instruções sobre o que fazer para convencer o rei a fundar um convento.
con o q elle lhe dicer porq inda q he mto douto e mto servico
de ds he muto bom e a mta bondade o fas resolver facilmte
en cousas q talves pedem vagaroza concideraçam.
Vi os papeis e tudo o q sor dis a Luzia acerca de ir
agenciar a fundacam desse convento. e inda q tudo
me parece movimto de ds q por fins seus a quer mover
eu me resolvo que não conven ir a Lxa per nenhũu modo
ate q o sor por algum seu mdo extraordinario a nã
leve fasendo nisso a ella e a nos hũa divina
violencia a q avemos de resistir todos. e não avemos
de poder resistirlhe. as rasõis q me fasem tomar
esta resolucam são as seguintes. q todas sojeitarei
a quen com mais lus de ds tiver outras melhores.
porem por hora caminharemos con ellas por caminho
mto seguro. e a ds n sor liberdade divina lhe
fica pa faser della e de nossos entendimtos e vontades
de nos todos tudo o q quiser e como for servido.
O maior fruto q se me offrece se podia tirar desta ida
a corte de Luzia he a confuzam dos grandes do mundo
vendo a quem ds busca pa comunicarlhe seus segredos
e faser favores. deixandoos a elles. de mta gloria
de ds fora este effeito porem quisa não fora em
mtos senão en alguns bons e estes são poucos.
A pessoa real quisa não movera mto nen con
ella se conseguira a obra do convento segundo seu
natural e exercicios. salvo ds n sor puser todo
o cabedal de sua pte e se o quer fazer asim
escusada he a presenca de Luzia
A Rainha n sra he pessoa pia e devota mas
por outra via. não duvido se lhe affeicoara. mas
se ouvira verdades quisa não lhe fazerão bon esta
mago que a corte mais estima virtudes q se
acomodam con ella. q as q se acomodam só con ds