PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PS1099

[1580-1600]. Carta de dona Filipa de Jesus de Portugal, freira, para Jerónimo Botelho.

Author(s) Filipa de Jesus de Portugal      
Addressee(s) Jerónimo Botelho      
In English

Private letter from dona Filipa de Jesus de Portugal, a nun, to Jerónimo Botelho.

The author asks the addressee to intercede on her behalf and see that her captivity is less harsh. She complains about the lack of shoes, the illness and the rigors of her exile.

Dona Filipa de Portugal was the daughter of Dom António prior do Crato, claimant of the Portuguese thrown during the succession crisis after the death of Dom Sebastião in 1578. When Felipe II of Spain was crowned king of Portugal, he allegedly persecuted the daughters of Dom António, arresting them in Castilian convents.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.


View options

Text: - Show: - Tags:


Aao senhor geronimo botelho senhor

por dona marta d alpoĩ soube cõmo vosa merse estava nese mofino e cativo purtugal no que riçibi cõsolação por ver este enterese de escrevẽdo ter novas suas as quais peço me mãde asi de sua saude cõmo do seu negoçio que de verdade que mui poucos são os dias ẽn que diãte de deus me não alẽbre para lhe pidir defẽda a vosa merse para ẽnparo desas duas senhoras irmãs suas de quẽi peço me faça tãbẽi merse de muitas novas. de quẽi mais as poso pidir jja vosa merse o sabe por iso não ẽncareso quão miudamẽte as quero e tãbẽi porque he tãta minha desavẽtura que as furtadas faço estas que não me deixão ũ momẽto cõmo se eu ovese de roubar o musteiro ou fugir dele. nesa carta ponha vosa merse polas chagas de deus diligẽçia e aviseme do que fas dela

as mais novas nosas são não bastar estaremos desteradas senão cada ũa ẽn seu musteiro minha irmã louores a deus de sude eu quartã dobre a sete mezes sẽi nũca me deixarẽi e avera vinte dias que me ei alevantado d ũa isquinẽçia mortal e nos terẽi cõmo negras sẽi nos darẽi mais que de comer he este cõmo deus sabe nẽi ũas sapatas nos dão que as que eu troixe nos pes trago agora sẽi ter que cõpre outras nẽi para hũa folha de papel que nẽi esa tenho de meu mas se tivese novas do meu rei e ho vise restaurado tudo isto e meu destero não sẽntiria. peço a vosa merse asĩn deus lhe valha que se e posivel outẽmos aĩnda pesoa que de nos se doa nese reino nos acudão aĩnda que sejja pouco sequer para cada ũa seu calçado pois e meus pecados e furtuna me tẽi posta neste estado. e se manoel fernãdes he neste mũdo eu tẽnho cõfiãça nele que por pouca que tẽnha partira consigo sẽdo posivel darlhe vosa merse esta cõta. eu lhe não escrevo porque não sei õnde he deitado mãdeme vosa merse novas dele e õnde esta para lhe eu escrever e da mais gẽte de que as souber desta mofina casa para minha cõsolação. dona marta me escreveo que vosa merse a mãdara cõsolar pola morte de seu irmão fesme a mĩn mui grãde merse e ma fara todas as vezes que se dela alembrar porque lhe quero eu muito. não quero mais ẽnfadar a vosa merse escrevame muito largo e muitas folhas de papel nesa carta não falo porque bẽi ẽntẽdera para quẽi he noso senhor de a vosa merse o que eu desejjo amẽ

desta sẽi vẽtura desterada dona filipa

Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view