O autor ameaça Ana Joaquina de represálias violentas caso ela não retire uma queixa.
[1] | Senhora Anna Joaquina Senhora. Eu como Mulher que sou, e perceben
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[2] | do a conversa que tiverão trez homens o pé da
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[3] | minha porta em a grande desgraça em que
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[4] | seu Marido está a cahir, e mais Vossa Mer
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[5] | cê, que qualquer dia é não o posso descobrir a
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[6] | respeito do Dezertor que foi prêzo no Algar
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[7] | ve que foi prezo injustamente, porque nem va
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[8] | léo de nada, nem nunca o ha de saber, e a de
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[9] | nuncia do Ourives, foi por vingar delle, e po
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[10] | nhase prompta para receber tão boa vezita
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[11] | que sei que lhe fazem, quer esteja no Monte,
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[12] | quer esteja na Villa, que sei se lhe chegão
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[13] | o Monte, que tudo quanto agarrão, e agarram,
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[14] | tudo morre, cuide muito depressa em hir dar
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[15] | o perdão ao homem muito depressa porque
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[16] | não lhe fez mal, e querendo com isto tudo
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[17] | quanto fôr seu será sagrado, e mais Vossa
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[18] | Mercê nunca terá prejuizo, nem seu Ma
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[19] | rido poderá passear por toda a parte, estando
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[20] | o perdão dado. Eu sou obrigada a hir a sua
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[21] | Caza debaixo de segredo declarar-lhe quem
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[22] | erão os homens, que estavão com esta conver
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[23] | sa debaixo de segredo, e então saberá quem
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[24] | eu sou. Cuide nisto muito breve.
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[25] | Hoje
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[26] | treze de Novembro de mil oitocentos e vinte
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