Plácido escreve à cunhada e a um amigo, provavelmente em código privado. Fala de roupas e dá as últimas novidades políticas, pedindo à cunhada que destrua a carta depois de a ler. Mais reveladores são os relatos que faz, na segunda metade da carta, a um companheiro, Almeida, que certamente partilhava as suas preferências ideológicas. Aí discorre sobre os últimos acontecimentos políticos e militares.
[1] | para aqui essas coizas todas que ahi te pesso nes
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[2] | sa relação q vai junta, para na quarta-feira lhe
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[3] | mandár tudo pa a torre;
as seroilhas ainda q as tenhas
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[4] | e já feitas não as mande porque lhe não vão desta
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[5] | vez, e se as não tens ainda feitas então faze-as como
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[6] | elle diz pa
lhe hirem pa a outra vez com os taman
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[7] | cos q elle pede, isto hé o que deves fazer, e não faças
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[8] | mais nem menos do q tudo isto
que te digo. m
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[9] | manda-me dizer do q se passar a respeito da gu-
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[10] | guarda-roupa o de outra qualquer coiza e não te
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[11] | esqueças da ma recomendação q
hé queimares
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[12] | esta ma carta logo logo q a leias, e manda-me dizer
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[13] | se o Almeida terá queimado
tudo q lhe tenho ma mandado
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[14] | recomendações a todos, e manda-me di
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[15] | zer o mais q tu fizestes na sexta-feira, ahi re
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[16] | meto
as duas conrespondençias pa as tu guar
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[17] | dáres, e juntamente o taxo e o pano que
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