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Maarten Janssen, 2014-

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1822. Carta de Rodrigo da Fonseca Magalhães para José da Silva Carvalho, Ministro da Justiça.

Author(s) Rodrigo da Fonseca Magalhães      
Addressee(s) José da Silva Carvalho      
In English

Letter from Rodrigo da Fonseca Magalhães, a former secretary of the governor of Pernambuco, to José da Silva Carvalho, the secretary of justice.

The author gives a detailed account of his mission as a spy. He had been previously recruited by the addressee to help to stop the conspiracy against the liberal cabinet.

In 1822, in the aftermath of the liberal revolution in Portugal, the suspects of a counter-revolutionary coup were prosecuted by the Royal justice. The official version of the coup was described in the 'Diário do Governo' (Cabinet Journal) as the act of «evil anarchists and ambitious conspirators who wanted no less than barbarically cover with blood our happy Regeneration, put our Homeland in mourning, depose the King and take down the House of Deputies ('Cortes')». Five suspects were immediately arrested: Francisco de Alpoim e Meneses, a businessman, Januário da Costa Neves, a knight of the Order of Christ, officer of the Military Ministry of the Army, Manuel Ferreira, a footman, and João Rodrigues da Costa Simões, an apprentice printer.

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Page 18r > 18v

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Illmo e Exmo Snr

Ás 6 horas e meia da tarde de hontem appare

[2]
ci em casa de Neves, como se tinha pactuado
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Não appareceo Alpoim. Rompeo aquelle nos mes
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mos discursos do dia antecedente: mostrou os ma
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iores dezejos de que se convocassem os chefes dos
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corpos, que fossem de confiança para entrarem
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com as suas forças neste partido; mas declarou
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ter grandes receios; porque a indisciplina dos
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mesmos corpos tornava quasi impossivel a
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sua união em sentimentos. E disse que os com
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mandantes, não contando com a cooperação to
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tal dos individuos do seu commando, não se a
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treverião a declararse.

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Disse que bom seria convidarem-se fidalgos:

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que lhe constava que em casa do Conde de Bar
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bacena se tinhão feito assembleias, a que assis
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tia José Teles, e Teles Jordão com mais outros. Tor
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nou a affirmar que o Alpoim era homem sos
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peito ao Governo; e que até o considerava mal
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seguro, porque sem titulo algum aqui se
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achava; e não se apresentara áo Intendente
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Geral da Policia conforme era obrigado a
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fazer pelas ultimas ordens a respeito dos
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forasteiros. Recomendou ao criado que se vi
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esse Queiroz lhe dicesse que não estava em
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casa. Disse que estava resolvido a imprimir
[27]
o Dialogo das Estatuas, comtanto que não
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fosse Alpoim encarregado de o destribuir;
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que se mandarião exemplares delle pelo
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correio a varios individuos das Provincias
[31]
do Norte; e para o Silveira em Elvas. Deu
[32]
a entender que ainda não havia mais pessoa

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