O autor admoesta o primo por causa causa de umas dívidas que ainda não executou, e dá-lhe instruções sobre como proceder com os seus negócios.
[1] |
|
---|
[2] |
Respuesta a ultima de 1 de abril Notavel he o o cansaso e aflicsão de animo
|
---|
[3] | que tenho por não achar modo pa satisfazer a vm sem perjudicar. porque vm
|
---|
[4] | ou como asinte faz que não sabe ou não quer saber e não quer que lho diga, e so por se
|
---|
[5] | não pareser con os sors santos que se justificão consigo mesmo ouvera de mudar de pareser
|
---|
[6] | neste particular aos quais eu respondi o mesmo que ora digo a vm e he que fasão o que
|
---|
[7] | quiser contanto que me não perjudique porque a me perjudicar he forsado espi
|
---|
[8] |
cular o que fasen se he bon ou não. dis vm que não obrigara diogo duarte por
|
---|
[9] | não desistir de graviel ribeiro, eu digo que me ensine vm caminho ou via pa me res
|
---|
[10] | tituir da perda e dano que ese erro me causa e que me calarei e lhe não direi nada,
|
---|
[11] | posto que lhe juro por o que lhe quero que me magoa mto ver quão mal vm sofre di
|
---|
[12] | zerenlhe o que parese lhe conven, e então escreve vm que ja he outro e que he mto
|
---|
[13] | solisito e bon negosiador e não quer ver (posto que o sabe) que o diser vm iso não fas
|
---|
[14] | credito iso ano de diser as jentes e pa asin ser ha vm de maginar de noute e fazer de dia
|
---|
[15] | e con tanta puntualidade trabalho e vegilansia que obrigue as gentes a o dizeren
|
---|
[16] | digame não ve que ha quatro mezes que grito que me site execute diogo duarte
|
---|
[17] | e não faz senão buscar dilasões pa não concluir. não ve que faz demanda com po de lião en cousa mais clara que o sol e perdea e agora escreve que não tivemos defeza e por
|
---|
[18] | iso se perdeo pois se vm se não defende claro esta que o himigo o a de matar por fraco
|
---|
[19] | que seja. não ve que pasa de quatro mezes que me embargarão os alugueres das
|
---|
[20] | casas, e en hoito dias se fizera petisão d agravo a colasão não chegara a des dias
|
---|
[21] | e oje não esta concluido ora eu sofro mas he forsa sentir e desengano a vm
|
---|
[22] | por o que lhe quero e sou que he imposivel o remedio das faltas sen o conhesimto
|
---|
[23] | dellas este quando hũ per si o não quer ter deve estimar e agradeser diserenlho e asi
|
---|
[24] | peso a vm me diga a mim o que lhe parese que requere emenda que por ds
|
---|
[25] | me fara grande m e quando menos sei que me não dira senão o que lhe reparei
|
---|
[26] | me sera bon e o mesmo ten vm obrigasão de crer de min posto que nos podemos
|
---|
[27] | enganar ora vm não quer que lhe fasa senão ason de seu padar e por iso me
|
---|
[28] | calarei poren sera no que me não perjudicar a meu particular e con Lca por
|
---|
[29] | me pareser nesesario lhe digo que se me não proseguir con notavel rigor a eses dous cais
|
---|
[30] | que não ha que esperar delles e a lhe de fazer todas as avexasois per justisa que
|
---|
[31] | puder ser e pa iso se aconselhe con quẽ tem experiensia e se per si se não atreve
|
---|
[32] | valhase de quẽ o fasa por dro e diga vm que eu lhe peso con mta instansia fasa
|
---|
[33] | isto se quer ficar desculpado pa con elles lembrolhe mais que nese dro esta
|
---|
[34] | meu remedio depois de ds e jurolhe que se vm me encomendara semelhante
|
---|
[35] | negocio que o ouvera de fazer de modo que satisfisera e obrigara a vm
|
---|