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Maarten Janssen, 2014-

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1542. Carta de Fernão Dias ao pai, Diogo Dias.

SummaryCarta de Fernão Dias ao seu pai Diogo Dias, mercador em Tavira, em que lhe dá conta da sua chegada à Flandres e do acolhimento que teve.
Author(s) Fernão Dias
Addressee(s) Diogo Dias            
From Flandres, Antuérpia
To Portugal, Tavira
Context

O mesmo maço inclui outras cartas vindas na mesma altura da Flandres, em que se discutem diversos aspetos do comércio que passava por aquela feitoria. Do mesmo conjunto podem extrair-se diversos nomes de intervenientes, seja dos autores sediados no norte da Europa, seja dos seus destinatários, espalhados por diversas praças portuguesas. Entre estas praças está, naturalmente, Lisboa, mas também Tavira, Faro e Funchal. Entre as mercadorias mencionadas estão: azeite, lãs, trigo e espadas. Também se discutem questões de câmbios, o impacto no mercado da escassez ou fartura de certas mercadorias, dívidas comerciais e até assuntos familiares.

Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.

Support uma folha de papel dobrada escrita nas duas faces do primeiro fólio e no verso do segundo.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Corpo Cronológico
Collection Parte I
Archival Reference Maço 72, Documento 12
Folios [1]
Transcription Tiago Machado Castro
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization Tiago Machado Castro
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2014

Sentence s-2 Pay a prezente he para vos fazer a saber fycarmos nesta villa d emvez de saude ds seja louvado e muy dezegozos de V cartas e novas de vosa meçe e asỹ de toda a gemte
Sentence  Pay a prezente he para vos fazer a saber fycarmos nesta villa d emvez de saude ds seja louvado e muy dezegozos de V cartas e novas de vosa meçe e asỹ de toda a gemte
Sentence s-3 q des q nestas partes hestamos numqua vymos somẽte huã q as cartas de Po luys mãdastes q vyerão ter a mão d amt lopez e vyerão ter a hesta vylla dya dypoys q nos vyemos q levey tamto cõtemtamẽto hella q dizervolo não sey
Sentence s-4 e a d allvaro Royz loguo lha mãdey alem destes do q não avya de levar menos
Sentence s-5 cõtamto q he aymda hesta dres ate vyr Requado de potugall e loguo he aquy
Sentence s-6 cada dya vego cartas suas e hele mynhas e hesta muyto de sauda e asỹ toda sua gẽte
Sentence s-7 asỹ o pode dizer ao sõr seu pay o coall me ẽcomẽda muyto e asỹ aos sõres seos fos a quẽ me ds deixe V allgũ tempo a meu cunhado q haja hesta po sua q lhe não hescrevo po ao presẽte não aver que
Sentence s-8 q ja lhe tenho hescrito duas cartas huã po vya de lysboa e outra po vya da tavylla lysboa ayamõte
Sentence s-9 e ẽcomẽdome muyto sua mçe e asỹ na da sõra mynha dezejada yrmã
Sentence s-10 e a mynha bẽcão a meus sobrynhos
Sentence s-11 e q lhe Rogo muyto q não dexe de me hescrever poq follgarey muyto de V carta sua po nella me cõtar de sua vyda e q me hespanto muyto dele não ordenar allgũ camynho pa para hesta tera poys he tera q nella se faz muyto proveyto e hesta abastada de boas mercadaryas e o mar hestar seguro
Sentence s-12 a meu yrmão pero fz q hesta aga po sua e me hẽcomẽdo sua mçe e da sõra sua molher e q tãobem hele hesta tempo se tratar na tera poys he couza segura a meus cunhados q lhes não hescrevo po ao presẽte não aver q ya po vya de lysboa
Sentence s-13 lhe tenho hescrito e damdo lhe comta do casamẽto de sua yrmã mecya royz e como hesta muyto bẽ cazada
Sentence s-14 sõr novas nesta tera não hay nenhuãs q vos comtar
Sentence s-15 somẽte rogarmos sõr q po todallas vyas me hescreva vosa mçe poq levarey muyto cõtẽtamẽto de ver cartas vosas para nella me cõtardes llargo de como hestas e asỹ todolos meos
Sentence s-16 e não sega carta tam curta como a q me qua mãdaes q carta para tam lomge tera não ha de ser tão curta
Sentence s-17 q se soube como hestyvera nesta vylla manoell e do avyamẽto q lho qua derão lhe cõprarem trygo podre
Sentence s-18 e coamdo outra vez ouv de mãdar ẽcaregar seu fo sega a omes e não a rapazes q se não cõtemtão senão tudo
Sentence s-19 e ysto lhe mãdo dyzer po q sayba a quẽ ẽcarega sua fazẽda q se outro dya aquy ouv de mãdar fazẽda não ay ao presẽte omẽ da nacão de quẽ mays se deva de fyar q he crystõvão garçya ou a ãto Lopez fo de pero lopez poq ayda q hesta doẽte tẽ dous cunhados muito bos omes e hele ja fyqua muyto
Sentence s-20 e nos outros todos fycamos ao presẽte sua casa q nos não ha querydo deyxar yr fora e todos alugamos huãs casas grãdes para nos mudarmos
Sentence s-21 sõr ay mays q hscrev somẽte q ẽcomẽdarvosmonos
Sentence s-22 eu e mynha molher vosa bẽcão e na da sõra mynha may
Sentence s-23 e asỹ grasa de meos yrmos e yrmãs
Sentence s-24 e asỹ bẽcão de meos tyos e tyas e de meu dono se for vyvo
Sentence s-25 e asỹ mçe de meus primos e primas
Sentence s-26 mynha molher se mãda ẽcomẽdar mçe da sõra mynha tya e de gyomar e de dio e d estevão
Sentence s-27 a fernã royz me ẽcomẽde muyto e q hey muyto grãde saudade dele e q cateryna royz lhe mãda muytas ẽcomẽdas
Sentence s-28 rogo vos q me hescreva de cateryna vaz e de toda sua gẽte de como hestão ou o q feyto deles

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