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Maarten Janssen, 2014-

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1719. Carta de Cristóvão Vieira, caminheiro, para João Rodrigues Coutinho, padre.

Autor(es)

Cristóvão Vieira      

Destinatario(s)

João Rodrigues Coutinho                        

Resumen

O autor pede que o destinatário dê ordem de soltura e defende-se das acusações de que foi alvo.

Texto: -


[1]
Meu Snor Redo pe joão Rodrigues coutinho
[2]
vm me perdoi a minha comfiansa de eu escrever a vm mas como prezo q estou a orde de vm me obrigua o meu atrivimento a escrever a vm
[3]
Meu snor
[4]
savera vm q eu sou aquelle moso q prendeu o juis de fora desta sidade de vizeu com a baroniqua q se dis q hera de familiar
[5]
eu acheia e a trazia o modo de baroniqua e não uzava dela de couza ninhuma
[6]
por tantas terras q eu tenho ando em ninhuma se ha de falar couza alguma
[7]
somentes aqui nesta sidade sam mto treidores porq eu emcoanto tinha ha parde tostois não faltavam amigos
[8]
despois q eu as não teve atreisoar o meo casareiro hera o pior, q tanto comeu comigo
[9]
ele foi o q me prendei
[10]
savera vm q eu a min me veio de lisboa humas ordes pa eu fazer em almeuda como vm vera a carta
[11]
e as não poso fazer porq estou prezo
[12]
mandei esa pitisam ao juis de fora pa ma despachar
[13]
mandoa por Reposta q ja não gobernava em min
[14]
eu bim a esta sidade com huma orde dos comfiscados
[15]
Meu senhor peso a vm onRa e louvor das sinco chagas de noso senhor jajus cristo me nande soltar q estou padesendo sem ter q gastar e o casareiro ser meu treidor q ja eu não tenho que lhe dar por iso me quer mal ahora
[16]
lhe peso onrra e louvor de todos os santos e pelas almas e quem vm he mais obrigado
[17]
com isto não emfado mais a vm como prezo
[18]
vizeu oje coatro de nobro de mil e setesentos e dezanove annos
[19]
Criado de vm prezo Christovão vira caminheiro

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