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Maarten Janssen, 2014-

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1592. Carta de Cristóvão Gomes de Vasconcelos para o seu filho, António do Vale de Vasconcelos.

Author(s)

Cristóvão Gomes de Vasconcelos      

Addressee(s)

António do Vale de Vaconcelos                        

Summary

O autor dá notícias dos processos judicias que decorriam em Arraiolos contra o destinatário.

Text: -


[1]
fylho
[2]
Esta não he pa mais q pa te dar cõta do q se qua pasa aserqua dos teus negosios e de nosa sahude
[3]
fylho saberas q jam lleitão veyo a esta tera com allsada com toga e cuchilho e tirou quynhemtas tas e esteve dous mezes meyrinho e escryvão ho quall foy paullo d allmada que foy m de deus mui grande pa nos pq se não fora tambem tua may houvera de ser cullpada
[4]
mas deus he bom
[5]
acodenos m q he depois de tirada a devasa forão tos ho coregedor d evora e ho juis dos horfos cõtrayro de teu sogro e ho houvydor d avis e ho juis d estremos e ho houvidor do duque e semtensearão hos cullpados q foi ho lladrão do Valleiro que ho matou ho quall sentensearão a forqa e ha mão corta no pellourynho
[6]
e llogo lhe fizerão isto em palha e ho emforquarão na prasa
[7]
e a ti espos elle em estatua Rotollo e com pergam pera galles pa sempre
[8]
e a symão moreno polla mesma maneyra pergam des anos de galles
[9]
e a martynho e fellype e po Vas dous anos pa afrequa
[10]
e a ines d abreo tres anos pa castRo marỹ
[11]
e sobretudo llevou sem mill rs pa hos quais se vendeu ho basello e ho demais pagey em dinheiro de contado e des myll rs da Renda da vynha em que me llogo cõdenou de maneyra q tudo isto fez e esta feyto como dygo
[12]
agora q te quero dyzer ho que Resta
[13]
Isto ten Recuso trazendote nosso sor e querendo vir pa quebrar hos holhos a quẽ te lla deytou e jurou fallso comtra ti
[14]
he fasas muyto p valleres e averes papeis pa ho Rey pera te darem provizão pera vires e trazeres muyto dinheiro pq sem elle não se pode bollyr nẽ llyvrar p ser ho caso muyto agro e fortes Reigos
[15]
pertamto te peso q tu tenhas llembransa de tudo Isto e te dygo pq trazemdo Isto comfyo na m||merce de deus q ho llyvramto que ho tes bem mas como dygo a myster dynheiro
[16]
e se puderes mandar me hua procurasaom pa querellar em jurado e d allgus que jurarão comtra ty dar p esta jornada
[17]
e llembro te q nos tens posto em mta cöfuzão não escreveres
[18]
e se mãosebo d evora não disera q te vira e hua carta q mãodou d estremos que sempre nos pareseu que eras morto
[19]
pertamto não deyxes de escrever todas as vezes e mto llargo de tua vida e sosego pq bem sabes q esa he o noso comsollo ter novas de todos hos teus
[20]
eles te escrevẽ ptamto te não dygo mais senão q todos estão bem e todos emcomẽdão suas horasoes q todos não fazem outra couza
[21]
aviza me de tudo e llembrate dos q te fyzerão bem nesta jornada e não sejas emgreto dos q te fyzerão bem
[22]
trabalha p valleres como homẽ homRado q te sertefyquo q não sei quamto te ei de durar pq me vay mto mall e não llevo vida pa eu viver mto
[23]
e se eu morer digote q não te a de valler senão ho que trouseres
[24]
quãoto a quateryna garsia esta mto boa
[25]
ella fyqua agora aquy e seu pay huza ella como sua fa tamto pode ho cuydado della
[26]
fylho llembro q te aquatelles q podem estes teus henemygos poremte lla has cullpas
[27]
negosease de maneyra q te ponhão ho pe diamte a bemsão de deus e mynha
[28]
e tua may te abamsa e te llembre ho que te tenho dyto nesta
[29]
não dygo mais senão q fyquamos todos auvorasados p a novas tuas boas pq nos dyserão ho capitão q te fyzera allferes
[30]
e se asỹ he dete a gente bem como homem honRado ho quall cudado he escuzado llembrar to
[31]
isto seja contigo ds
[32]
em aRaiollos aos de marco de 92 anos
[33]
de teu pay xpo Gomez

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