PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1636. Carta de Baltasar Dias para seu primo, Bartolomeu Dias, mercador.

ResumoO autor escreve ao primo a dar notícias de um sobrinho que lhe foi mandado para a Bahia. Garante que certa mulher está morta (depreende-se ser a primeira mulher do destinatário). Refere também a guerra com os holandeses e faz uma encomenda de linhas e tecidos.
Autor(es) Baltasar Dias
Destinatário(s) Bartolomeu Dias            
De América, Brasil, Bahia
Para S.l.
Contexto

Processo relativo a Bartolomeu Dias, acusado de bigamia. A sua primeira mulher, Luísa Carneira, foi julgada por adultério e sentenciada a degredo perpétuo para o Brasil. Bartolomeu Dias casou segunda vez por ter corrido a notícia de que a mulher tinha morrido, mas afinal estava viva e morava, inclusivamente, em Lisboa (CARDS1008). O réu foi condenado a cinco anos de degredo para Mazagão, a ter instrução ordinária e a fazer penitência espiritual. No seu processo, a Inquisição arquivou-lhe a correspondência com um primo, Baltazar Dias, que estava na Bahia e aí se ocupava com as suas fazendas de tabaco e açúcar e com o ensino de estudantes.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita no rosto e no verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 1805
Fólios 96r-v, Fólio 97v
Transcrição Ana Rita Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Ana Rita Guilherme
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Texto: -


[1]
Jhũs ma em nossa Compa
[2]
30 junho 636 a
[3]
Tenho tanta comfiansa em q Vm folgue de ouvir novas minhas q em todas as ocaziois q ouver não deixarei fazello pedindo a Des a vista de todas ellas
[4]
goze Vm a perfeita Saude q Vm dezeja em Companhia da Sra mai e toda a mais obrigação de Caza
[5]
Eu seja Des Louvado ao prezente fiquo Com Saude esperando todas as horas novas suas e da nossa Armada q Des tenha em pas nessa terra
[6]
Como comfio estara em o navio de q por miz vareiro mandei Carregadas 27 a a saber huã xa de 19 a e fecho de 7 a, q tudo leva a sua Comta frco Roiz genro do travassos q mora Junto a Joam fra, o Caldro;
[7]
e vai Remetido a entregar o mesmo a Vm imdo ao porto e indo a outra pte o procedido como Vm Vera na Receita e conhesimtos a quem pesso me benefiCie Como Cousas suas
[8]
e siga a Carta q lhe mandei pagando Comforme dis e cobrãodo pagas;
[9]
so lembro a Vm q na materia do Retorno q eu em outra avisei q me mãodasse em libros o não fassa porcoanto são vindo mta fazenda delles e derão em droga
[10]
assim q aviso a Vm podendo ser me mande tudo em pano de linho. tafeta. Cordorão. agulhas. olandilhas. Roxetas picotes linhol de sapatro; linha Retros ataquas e de linho a maior pte se puder ser
[11]
e isto ha de fazer mto sendo q la esteja a salvamto; mandarmo atte todo o natal porq des janro Vindouro sendo Des servido me detremino embarquar a Ver se me posso ordenar
[12]
e de Bpo novo me avize se o temos ja
[13]
A meu pay não esCrevo por não aver lugar
[14]
so pesso a Vm lhe mande novas minhas q ate a pasCoa Des querendo sou la se a morte me não atalhar Como tenho detreminado
[15]
a minha tia Izabel fra q aja esta por sua e o Silva Com toda a mais gente e sobrinhos q bem fora me esCreverão novas suas tendolhe eu esCrito tantas Vezes
[16]
mas q eu me jurei vingar de suas Cruezas e então mostrarei por obras o q aqui não declaro por não aver tempo
[17]
De seu sobrinho avizo a Vm q he botado a essa terra e me fes a maior Ruindade q podia ser;
[18]
e foi q avendo eu Curado da tinha e tendo o posto a po me adoesseo de opolacão adonde o tive em Cura 2 mezes e purgado
[19]
e depois de o aver sam, me disse que queria acabar de aprender seu offo; mas q o puzesse eu na Cidade por não apanhar fora alguã Cama de boubas,
[20]
e eu Comfiado em suas palavras o vesti de ponto em branquo ate lhe dar hũas meas novas de algodam e levei o a Cidade
[21]
e tendo aCommodado Com papel fto; se me safou a quinta fra de endoensas a noite e se foi meter na nao Capitania de portugal
[22]
e imdo eu a sesta fra em busqua delle me deram os soldados mais Vaia q tomara antes perder mto q Cobrar tal surriadas
[23]
enfin la o tem livre de Comer farinha a 5 pataquas o alqre q por nossos peCados não valle menos
[24]
estamos nesta terra mui faltos de mantimentos
[25]
Des nos aCuda;
[26]
novas de pernãobuquo sam averem vindo 20 navios de soCorro aolandes adonde dizem lhe vieram mtos mantimentos e juntamte tornão os inimigos a tomar tudo e põdo toda a Couza Viva a Cutello
[27]
e dissem sam mortos mta gente dos nossos despois deste soCorro;
[28]
no q toqua ao q Vm me avizou em huã sua aserqua daquelle home ja lhe tenho avizado, em outras q lhe ei esCrito em Como he morta
[29]
e aqui estam omes q a levarão a Cova a seus ombros
[30]
e isto entenda Vm q he Certo porq tirei todas as emformaCois e achei ser assi pello q Vm pode viver Comfiado en ser assi
[31]
em outra Couza q eu for de prestimo nesta terra estou certo suposto q Vm fia pouquo de mim pello q eu tenho alquansado mas atribuio tudo a ser pouquo merCador
[32]
Comtudo eu não deixarei enfadar a Vm Com Couzas minhas pois tenho Vm por meu Sr a quem elle gde Com larguos annos de vida e a sra minha tia e sodrinhos Como este leal parente de Vm lhe dezeja
[33]
espero me avize na pra oCazião q ouver;
[34]
de Caza de bras Rebello falCão Bahiia Primo de Vm Balthezar dias

Edit as listRepresentação em textoWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewSyntactic annotation