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Maarten Janssen, 2014-

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[1534-1537]. Carta de Dom Álvaro de Abranches, capitão de Azamor, para Henrique Vieira, mercador.

Autor(es)

Dom Álvaro de Abranches      

Destinatario(s)

Henrique Vieira                        

Resumen

O autor dá notícias de diversos assuntos da praça de Azamor e combina negócios com o destinatário. Recomenda-lhe sigilo em relação aos assuntos da carta.

Texto: -


[1]
Sro amriq vyeira vy vosa carta e quãto hao q dezes de Raby abrã ja sabes q sam judeus amtremetidos e mouros descõfiados
[2]
eu lamcey hos feros a benafidel por cousa q dele me dise Raby abrã mas porq lhe achey hũa lamca mynha sua temda q me avyã furtado e sẽ fero
[3]
almãcor me dise do freo de mõcoba
[4]
mãdaymo por almãcor q lhe tornara a levar ho dinheyro ẽpregado cousas de qua q lhe valhã mais e fiquay lhe vos por yso e põde lhe hos bordates penhor sua mão e venha todavya ho freo
[5]
quãto a jaco tosã jam Roiz esta aquy quẽ sey so a de negocear
[6]
quãto a yda de sua molher farsea ho q vos quyserdes e nyso mãdardes
[7]
quãto ao q me diz de luys do loureyro m espãnto diso porq sam ẽperadores de sãt espryto cheos de vaydade do cargo q lhes elrey noso sõr da polas acupações dos fidalgos cujas has capitanyas sam
[8]
e nesas mỹtiras vyvem eses escudeyros e fazẽ ho q lhe cõpre e mãdã polo q ham mester
[9]
qu elrey noso sõr ho puder da capitanya nẽ no tira a escudeyro nẽ no acrecẽta a fidalgo porq ha ge da capitanya se põe nẽ se tira
[10]
amtes vos digo q quãdo ho capitã d arzila faz paz q has faz por sy e polos outros lugares day para cima- s- tãjere e leraxe e ceyta porq frõtarya do reyno de fez
[11]
e os houtros fiquã detras e asi he d azamor q temdo gera azamor podem ter pazes hos outros lugares daquy para baxo- s- mazagã e cafim
[12]
e temdo azamor paz como poderya hos outros fazer gera
[13]
e sam yso vẽtos d escudeyros
[14]
eu vos tenho mãdado hos avysos do q pasa portugal acerqua d elrey de fez
[15]
e fiz volo a saber por voso proveyto e merce
[16]
eu poso mãdar pedir mercadaryas nẽ cõtrato sem mas pidir a mỹ elrey de maroquos quãdo ouver por trabalho mãdar a portugal a yso hũa pesoa de cõfiança
[17]
e pedimdo mas ele co este achaque ho escrevery ao cõde do vymioso e o cõde da castanheyra e a fernã d alvares q tem estas cousas todas nas suas mãos e vyrnos hia o cõtrato qu elrey de maroquos ganhase mais de corẽta por cento e que fosemos riquos
[18]
estas cartas q vos escrevo acerqua disto trabalhay por mas trazerdes todas a mynha mão ou queymayas porq ha y mtos rapazes e muytos mexyryqueyros e mais nesta cidade dõd eles nacẽ e crecẽ
[19]
quãto ao q dizes q se ho semear ate as atalays e o gado por õde quyzerem q o tornares ja ves nyso ter escryto
[20]
fares mais q ho q vos madey dizer noutra carta
[21]
ho freo vos emcomẽdo mto q mo mãdes
[22]
diz q trouxe hũas boas estrybeyras mõcoba he mto boas
[23]
tomalasey a partido mouro no q vos parecer bem
[24]
e mays. ja sabes como apititoso de cousas de fez e q has cõpro sẽpre mais caras do q valem metade
[25]
tenho mais q vos escrever
[26]
ẽcomẽndome sor em vosa merce e day por mỹ prolfaca a elrey e a moley zidã de suas vidas e se mãdays alguã cousa desta cidade ou de mynha casa q ho farey,
[27]
alvo d abrãches a xxiij de outo

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