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Maarten Janssen, 2014-

Sentence view

1559. Carta Jorge Pinto para Catarina Lourenço, sua mulher.

Author(s) Jorge Pinto      
Addressee(s) Catarina Lourenço      
In English

Family letter from Jorge Pinto to his wife Catarina Lourenço.

The author tells his wife that he will soon be with her, and recommends that she has some patience. He also addresses some other family issues.

The defendant in this process is Jorge Pinto, scribe of the king's galleys, accused of bigamy by the Inquisition of Lisbon. According to several testimonies, Jorge Pinto married Catarina Lourenço when his galleys spent some time in Tavira. According to another group of witnesses, he married Isabel Ferreira when he later returned to Lisbon. Before the Inquisition, the defendant always said that his marriage to Catarina Lourenço was never consummated. This is something, however, that the letters included in the process deny.

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Text: -


[1]
sra molher
[2]
mto tristi fiquey ser tão mofino q me não achey vm pa ella dar graças a noso sor, se aV po svido de levar sua may e minha, e pa q ambos outo nos cõsollasemos.
[3]
peçolhe como a minha sra e molher q tome tudo pasiencia como pa q ve todas as oras chamar ds prĩcipes e Reys e gramdes senhores, e pequenos q pa yso somos seus,
[4]
e bẽ ditosa lhe he pa q elle chama estado de graça, ja pareçe q pois neste tpõ a chamou q sera pa lhe dar sua santa gloria.
[5]
e quãto a sua breve doẽça não tome diso paixão q temos q noso sor quer mto quãdo nos não deixa jazer p mto tpõ cama, asy pa não estarmos tanto pecado como po não daremos tantos trabalhos.
[6]
tudo o q elle faz he bẽ feyto.
[7]
e pa nosa sallvação, peçolhesra mto po merçe q acabe cõsiguo curar o q p tpõ se cura, pois q da mta paixão não proçede nenhũ feito, mas ãtes dahy vyr hũa doemça
[8]
atemtamos a noso sor, e creia vm q se eu ysto bẽ não ẽtemdera q nenhũa pasyemcia tyvera pois q pder a sua may pdy mais q mai e molher.
[9]
e porẽ cõsolome saber q são cousas de noso sor, e V q nos dai saude e dias de vida pa q ãbos mtas lhe fazemos bẽ po sua allma.
[10]
como espero noso sor de ser q a quẽ eu tãto quis na vida não me esqueçerey sua morte, q semp me allenbrara o mto q me queria e fazia.
[11]
eu tãto q a sua vy loguo quisera deixar tudo e partyrme de qua por me pesar de vosa descõsollação pa q me V a syntise menos.
[12]
mas o tpo não me deu luguar q nenhũa cousa e vossa quisese fazer po amor da Raynha q ha pto de mes q estaa nosa sra da esperãça.
[13]
q se ysto não fora ja ajuda de noso sor fora bẽ despachado.
[14]
e o tãbẽ não teynho aimda acabados os negocios de minha irmãa os q mto me estrovarã.
[15]
e porẽ tudo isto não he nada deixar po os desejos q tenho de tall tpõ a V.
[16]
mas como eu sayba q como mto descreta curara tudo, e sabera de desejar de ir de qua termo de a ter mto õRada, pasa po esperar q a Raynha me acabe de despachar, o q sera brevidade
[17]
poq de dia e de noyte não dromirey po o mto q me aReleva ser logo vm e mais me dyzer hũa molher sua vizinha q ella desejava não viver ahy, e q se ora eu mãdase Requado q virya qua.
[18]
Rogolhe mto q se não aguaste q não sera õRa minha nẽ sua bullyr cõsyguo, q eu estou quasy de caminho e lla iremos pa omde noso sor for Svido.
[19]
tanto q esta vyr me espva logo q todas as oras ey de esperar po sua carta.
[20]
e não descãsarey ate a não V po saber como estaa.
[21]
e mays não me mande nada, q de nenhũa cousa teynho necessidade, mais q de saber q esteys de saude.
[22]
e de ter cudado de buscar o q nos he necessario tudo qua me derã.
[23]
aos senhores meus cunhados domiges Roiz e guaspar mourato lhes peço mto po merçe q olhẽ po o q lhe for necessario q eu irei de qua e tudo eles Svirei e paguarei mto bẽ, q Follguẽ de a cõsollar e ẽparar ẽquãto de qua não vou.
[24]
e q olhẽ o tpõ como esta mudado e q mudẽ a cõdição, ao q são obrigados asy pa ds como pa o mũdo, e lhes peço q este ajan po sua po quãto o portador estava depresa.
[25]
o portador desta lhe dara a casa q me mandou pydyr, e o synto de domỹgues Roiz meu cunhado.
[26]
e a senhora ama fere se eu viver sabera de quãto me anojou
[27]
beije as mãos po mỹ a ma fonso e a todas pas q po mỹ pguntaRẽ
[28]
e ao sor ãto teyxeira beijo as mãos de sua m e lhe po mỹ beije as mãos ao sor seu pai.
[29]
e minha cunhada q beijo as mãos de sua m e q disto mto pvilha
[30]
Fyquo Roguãdo a noso sor q a tenha sua guarda e de mta cõsollação, e a mỹ deixe ir de qua saude pa lhe guanhar pão q quema.
[31]
e viveremos mtos anos mto amor no seu sãto Svico.
[32]
oje õze de janro de 1559 anos
[33]
de seu marido e grãde amiguo, jorge pĩto

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