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Maarten Janssen, 2014-

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1657. Carta não autógrafa de António Fernandes da Mata para as suas sobrinhas, Maria Vicente e Isabel Vicente.

Author(s)

António Fernandes da Mata      

Addressee(s)

Maria Vicente                        

Summary

António Fernandes da Mata manda notícias por intermédio do primo Tomás Ribeiro. Escreve sobre a família, comenta o entusiasmo na recepção das encomendas que chegaram, fala sobre o percurso de quem almeja enveredar pela carreira eclesiástica e alude ao poder temporal dos jesuítas sobre os ameríndios.
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Veya ma sobrinha, q pouco gozou do mundo E estado, E a paga q lhe deu, E agora as boas novas, q lhe dou pois não pode ser menos; João Vte se cazou poucos mezes ha hũa Viuva honrada na mesma ilha grde aonde esta O irmão dizendo era viuvo sẽ vergonha de q estava eu aqui tão perto, Levei logo as cartas ao Vigro geral minhas, E as q mandava, pa o irmão E elle ficou o Vigro suspenso, E disse q elle faria justiça entendo o mandava vir prezo, se ouver lugar Ei de fazer mto por hir nesta frota. Veya q alma ja qdo eu aqui o tive estava co demo no corpo porq disse q lhe parecia, q sua molher era morta aprendão as demais, E q o mais serto he, virẽ a ter estes gostos

Primas ja q me custa meu trabalho, E dores, quero meter tambẽ minha colherada Nas de meu primo, o anno passado, mandei dizer o qto sintira q minhas couzas sendo de Vms tambẽ, lhes fossẽ de tanto agravo, como eu ha 25 annos ando por estas ptes pouco exemplo podião tomar de , pa q tivece eu algũa culpa, mas como eu fui en mocidade tão mal inclinado imitarião meus feitos pello sangue. So lhes digo, q o q ha de sser tẽ mta forsa, E tudo Deos fas, pa nosso bem, q bem dizẽ não merecia elle o q Deixou Deos lhe dara o paguo, E eu lhe mandei dizer o q merecia ao q me não deferio, mais q aguardava por , grdes erão meus dezejos de hir en compa do lima por ser amigo, E me parece não tornara ao mar mas meterme no mar dores, E alem disso outras couzas q se meterão en meyo não avia Lugar Veyo tambẽ q estou aonde me dezejão agradar, E ninguem me da huma pequena molestia E la, não sei o q sera. Vendo q entre irmãs ha tantos impropios se lhe mereço algũa couza, en suas orassois pessão a Deos, E aos mais stos da nossa terrinha me suceda nesta escolha o milhor pa minha salvassão, E se não for o anno q Vem, eu lhe mandarei bugio pa o ensinarẽ a bailar; á Velha mando abrasso por ser ja Velha, E a Vms cada hũa tres.

De seu Primo Thomas Ribro

Minhas sobrinhas, ainda q tenho estas duas pontadas, q curar hũa minha filha Ma da fonseca mais Velha, q ja não tẽ esperansas de ver seu marido, E ja tomara sendo Deos servido, q la aonde esta o levara pa ssi, pa a tornar a emparar, E hũa filha ma netta q tera doze annos não ei de deixar, de acudir ao q devo , não como dezejo, mas como poder, E dezempenhandome Deos, milhor, fação o q devẽ ao sangue não dando ocazião a q digão, senão mtas Virtudes suas e recolhimto não dando lugar a ociozidade donde procedẽ todos os males. E en seus trabalhos lhe acudira Deos cõmo pai q aos mais tristes bichinhos da terra acode qto mais aos q E por quẽ deu seu preciozo sangue E vida o mesmo snor as gde etc de seu tio do Corassão Anto ferz da mata



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