Rmo Sr Abbe
Estimo q Vmce logre saude com todas as felicides
as quaes
Ds lhas conceda
pa augmto espiritual da sua I-
greja, e se servir da minha pa tudo o q for do seu agrado
Hoje faz oito dias, q conversando com o Me Dor Fr
Francisco de S Damazo, viemos a falar nos sermoins,
q
me disse pregava as Domingas em S Frco como elle
he estimado dos Cavalheiros da terra, hum delles pedio-lhe
não
falasse em Fidalgos; rimos mto com a proposta e pe-
dilhe q falasse em coizas da Fe, pa rebater, e confundir
estes modernos
coimbrenses etc e conteilhe huma passa-
ge, q tive com hum delles, q falou mto mal, o q me parecia
por modo de argumto; q por isso o não denunciara ao sto Of-
ficio: falei-lhe nos pontos, ou algums pontos, q o tal
ra-
paz disse, ou argumentara, disse-me q sempre se devia de-
nunciar: e era, q as excomunhoins não valião nada po-
is era jogo de palavras,
e por isso lia pellos livros q lhe pa-
recia; q era melhor o indiferentismo da Religião; q o sto
Officio tinha as rendas dos
q condemnavão, pa criarem somte
Barriga; e parecia q dizia q não acertava a Igreja na elei-
ção dos
Papas, pois ja succedeo haverem tres Papas jun-
tamte etc elle mtas mais coizas palrava, mas como nestas
coizas de condemnar
o proximo sempre se deve fazer,
e proceder com mta clareza, Vmce la determinará o que
mais lhe parecer razão; q cazo succeda
hirem-no procu-
rar, como elle he mto sabio naturalista, pois formou-se
em Filozofia, parecia-me q era bom hir o tal Fr
Franco
q he bom Filozofo, e Doutor em Theologia, q tambem
me contou tivera outro encontro com hum semelhante